quarta-feira, 22 de abril de 2020


39º dia de isolamento social (COVID-19)







Ontem dei-me conta que este confinamento me estava a custar, o que é normal. Estranho era o meu sistema de refrigeração emocional convencer-me que até me sabe bem este isolamento de tantos dias. 
É verdade que os dias parecem-me curtos, entre as várias coisas que quero e gosto de fazer em casa. Detesto tarefas de casa, só a cozinha me dá prazer. Mas tem de ser.
Com a família várias conversas por dia, ou por whatzapp, com fotografias de coisas banais, como as refeições, momentos dos netos, das corridas dos meus filhos. Com os amigos fala-se mais ao telefone, alguns diariamente, outros mais espaçados e até com alguns que havia que tempos que não sabíamos uns dos outros.
O FB e o Blog ajudam-me, a música e algumas séries da RTP2 também.
Mas andava a enganar-me, isto de estar fechado e isolado custa mesmo.
Como de costume acordei cedo, sol a brilhar e céu azul, não hesitei, e fui passear, um passeio higiénico de uma hora, um pouco mais. Para este jardim/campo que ali pus na fotografia. Está bonito, vários verdes, algumas flores de cores diversas, as hortas que aqui não se veem, um cheiro que não temos em casa. Pareceu-me que estava a redescobrir o mundo. Cruzei-me com algumas pessoas, poucas, que se afastaram de mim como eu delas, algumas com cães outras como eu a passear. O banco está vazio, claro, mas nas hortas comunitárias há gente a trabalhar, cada um na sua.
Mas que bem que me soube! 
Depois do almoço sentei-me no sofá e sentia as pernas, isso mesmo, apesar de uns alongamentos que às vezes faço via Internet, andar ao ar livre é outra coisa. Não me vai fazer mal.
Desconfio que até vou dormir melhor.