quarta-feira, 30 de setembro de 2020

raio das melgas ## !!!

 

201º dia do recomeço do blog


Malvadas, parvalhonas, patifes, sacristas, velhacas, cretinas, estupores e muitos mais insultos poderia chamar-lhes.

Nunca fui tão atacada como agora, finais de Setembro, o verão acabou! São pequenas mas parecem melgas. Filhos das ditas?

Sou uma desgraçada, se me sentem lá estão a dar-me umas ferroadas e a encher-se do meu sangue. 

Filhas da mãe! Filhas, que só as fêmeas mordem, ou melhor picam e chupam.

Ando raivosa. Besunto-me com repelente como se estivesse num país asiático e perto dos arrozais, o roll-on anti prurido não me larga, e uso os mata mosquitos mais químicos ou mais amigos do ambiente que para aí se encontra.













Sou tonta? Não, estou toda picada e isso deixa-me assim.

Quanto à foto passe a publicidade.



terça-feira, 29 de setembro de 2020

Escrita onírica

 

200º dia de recomeço do blog


Várias vezes adormeci deitada com o computador ao colo. Sonhei. Escrevi várias vezes esta crónica. Acordava e o écran estava em branco.

Uma, duas, três vezes.










O écran agora era um salão de baile, grande, iluminado. Eu andava por lá, olhava à procura de alguém, julgo que de par. Nada, ninguém. Os meus olhos fechavam-se e adormeci de novo.

Piscina, de água azul, morna. Imenso calor a pedir um mergulho. Cheguei-me à borda e mergulhei. Nunca imaginei ser capaz de o fazer tão bem. Toquei na água...e adormeci.

Acordei de novo e o écran sempre em branco. Pronto, por hoje fica assim, vou dormir.

segunda-feira, 28 de setembro de 2020

Crise em todos os campos

 

199º dia de recomeço do blog


Não frequento a Marina de Vilamoura. Nunca me interessou andar ali às voltas fazendo o passeio como se fosse um picadeiro. As pessoas pavoneavam-se com roupa e cabelo arranjado entre a praia e o jantar. Cumprimentavam-se, faziam amizades ou não, ficar-se-iam pelo "sabes, vi-o lá" quando regressavam das férias para dizer aos amigos.

Embora esteja perto da Marina de Vilamoura raramente lá fui. Eram multidões e eu não gosto disso.

Pois hoje fui lá almoçar.  

Caramba, restaurantes em saldo! Pouca gente, menus a partir de 7 €, pratos soltos a menos de 10€.

Empregados brasileiros e atenciosos.

Nas mesas para comer pouca gente. No "picadeiro" quase ninguém.

É a crise, viu-se bem. Triste e preocupante.

domingo, 27 de setembro de 2020

 

198º dia de recomeço do blog


No Outono continua o Verão.



sábado, 26 de setembro de 2020

Casamento na praia

 

197º dia de recomeço do blog


Apesar de ser Outono, quase a chegar ao fim do mês de Setembro, o tempo no Algarve está esplêndido. Calor acima dos 25 e abaixo dos 30ºC, água agradável, pouca gente.



Pouca gente? Que vejo ali ao fundo na Praia da Falésia? Cadeiras dispostas à distância regulamentar anti Covid-19, e muita gente que de repente se pôs em pé. 

Aproximei-me e lá descobri, um casamento, a noiva e o noivo mais os seus convidados. Todos na areia, o fundo vermelho das falésias atrás e ao fundo, de frente para os convidados um mar azul. Noiva e noivo vestidos a preceito. Curioso dos convidados os homens muitos estavam de calça e camisa branca, dando um ar estival. Elas de vestidos coloridos.


Sim, é muito romântico, fim da tarde, sol, calor e dizerem o sim.

Felicidades!

 

TDT aos quadradinhos

 

196º dia de recomeço do blog




A transmissão do programa por TDT hoje está uma porcaria. O écran está todo aos quadradinhos que estremecem e que impedem de ver as imagens. Chegou mesmo a ficar só um sinal de som, ouvindo-se bem mas sem nenhuma imagem. Chato, devia ser mais perfeita e não nos sentirmos empurrados para pagar por televisão por cabo.

Pus-me a pensar na quantidade enorme de alunos que recebiam as aulas durante o confinamento por TDT. Isto também acontecia? Acontece, que julgo que ainda há aulas por este modo.

Grandes desigualdades.

Nota - Depois de ter escrito...adormeci e só hoje de manhã publiquei.

quinta-feira, 24 de setembro de 2020

Sabe bem mas quais serão as consequências?

 

195º dia de recomeço do blog


Nuvens, sol, nuvens, sol, assim o dia todo. Temperatura pelos 26/7 º C. Pela noite fora baixa um pouco, sem ficar frio nem calor.

Mas nem tudo corre bem. As barragens estão todas abaixo dos níveis mínimos. Não chove!

Esta foto que ponho foi tirada a 23 de Maio deste ano. Hoje passei por lá, está completamente seco! 

Que se seguirá?



quarta-feira, 23 de setembro de 2020

Mudar de ares

 

194º dia de recomeço do blog


Pelo caminho o céu zangou-se e desfez-se em água, com gotas grossas.

Como diriam os ingleses, "it was raining cats and dogs".

Mas no fim da viagem o céu estava azul e a temperatura agradável.

O meu país é pequeno mas tão variado!

terça-feira, 22 de setembro de 2020

As meninas são as culpadas...

 
193º dia de recomeço do blog


Andei no Licée Français Charles Lepièrre em Lisboa. Iniciei o jardim infantil de bata azul, e assim continuei muitos anos até passar a ser obrigatório ter uma farda, Saia cinzenta, camisa branca ou azul clara, pull over, blazer e capa azuis.


Os rapazes também tinham calça ou calções cinzentos conforme a idade, camisa, pullover e blazer como os das raparigas.


Vivi pacatamente com a farda. Lembro-me de uma ou outra situação de protesto, queríamos calças e como não deixavam vestíamos calças com a saia por cima. Para entrar, tirávamos as calças. Da 1ª vez o porteiro Abel apanhou um susto, devia julgar que íamos ficar em cuecas.


E depois, veio o 25 de Abril e acabou-se a farda.


Ouvi hoje num canal televisivo francês que está novamente em discussão a roupa para a escola. Ouvi que as raparigas não podem dar nas vistas, que cada vez é mais cedo a sexualização, que depois queixam-se. 
E mais me espantei quando percebi que esta discussão é só para a roupa das raparigas, a dos rapazes está bem.

Para onde estamos a ir?

segunda-feira, 21 de setembro de 2020

Implantes dentários para gatos

 

192º dia de recomeço do blog

Tive um gato. Sempre achei que ele não era gente mas um animal de quem eu gostava muito e que me retribuía a relação. Tive muita pena quando teve de morrer mas isso teve a ver com o eu gostar muito dele.

Hoje em conversa soube de uma pessoa que tem quatro gatos. São de facto a companhia dela.  Se ter um animal é caro, ter quatro quase arromba um orçamento.

Um dos gatos está doente. Vai muitas vezes ao veterinário, e para além de uma dieta especial toma um medicamento que custa 30€ mensais. Amanhã vai tirar todos os dentes porque está com uma infecção na boca que a isso parece obrigar. Com anestesia geral, claro, mal fora de outra forma.

Perguntei como iria comer depois, que comida seria  e...se haveria implantes dentários para gatos. E não é que há! Esse veterinário dentista tem essa especialidade. Tal como para os adultos, é caríssimo fazer essa intervenção. E o dinheiro não chega para tudo.

Em suma, este gato vai acabar desdentado.

domingo, 20 de setembro de 2020

"As urgências às moscas"

 

191º dia de recomeço do blog

Inchado o pé e a mão, lá fui fazer rx a um hospital privado. Só é preciso continuar o que fiz ontem, gelo e anti inflamatório. Mas fiquei mais descansada.

Eu, porque muitos os que lá recorreram estavam atrapalhados. 

Dizia-me a auxiliar que me acompanhou ao rx que têm estado às moscas, têm tido 50% da procura habitual. Agora é que começou a aumentar mas nada do que era.

Conta que precisou um destes dias ir à urgência de um hospital público da margem sul. Que as pessoas têm tanto medo que não vão às urgências. Que chegou e foi logo e muito bem atendida.

Sim, e porque fui ao privado quando defendo o SNS onde sempre trabalhei? Há aqui alguma contradição?

Só para terminar, pulseira verde, muito pouca gente, ao início da tarde. Umas horas depois, os resultados dos exames ficaram prontos. Vim-me embora e a sala de espera estava cheia.

sábado, 19 de setembro de 2020

Toma cuidado Magda!

 

190º dia de recomeço do blog


Hoje dei uma queda na rua. É a 2ª este mês. Sempre por embater em pedra da calçada fora de sítio. 

Um dos meus filhos perguntou-me se andaria a ver bem. O problema é que a distração não se cura com óculos!

sexta-feira, 18 de setembro de 2020

A escola ao fim duns dias...

 

189º dia de recomeço do blog


Recebi um pedido de opinião sobre como se estão a adaptar as nossas crianças na escola que agora começou. Recebi eu e mais pessoas. Quase todas as que li descrevem as regras em tempo de covid-19, desinfeção das mãos, máscaras etc

Eu escrevi o que se segue em itálico. Eles gostavam da escola nos outros anos. Entendo bem o que sentem. Ainda não estive com eles presencialmente e agora com a chuva mais difícil vai ser, vão-se adaptar, abominar, entristecer? 

Eu, que tenho um déficit de atenção, sempre arranjei truques para estar me concentrar, nem que fosse fazendo riscos num papel, o que nem sempre é compreendido. Mas o tempo que conseguia e ainda hoje consigo tem limites. 90 minutos já é muito, é o tempo de cada aula, intervalo sentado na carteira e mais 90 minutos é horrível. 

Porque não, mesmo com máscaras, haver riscos limitantes e organizadores no chão dos pátios para correr, fazer círculos com o espaçamento adequado para que os que querem possam conversar, são coisas que não parecem difícil. Recreios em que não vão todas as turmas ao mesmo tempo e tantas outras hipóteses.

Não, a saúde mental e a aprendizagem estão em risco!

Netos - 6o e 10o ano
Estão francamente zangados pela ausência de intervalos com possibilidade de movimento. E sem saberem estão a referir-se a um factor não só de saúde mental mas também de uma das componentes que permitem a atenção e como tal a aprendizagem.

quinta-feira, 17 de setembro de 2020

E depois da série dos Durell...

 

188º dia de recomeço do blog


É bom comprar livros a bom preço. 

Soube que os 4 volumes do Quarteto de Alexandria de L. Durell estava disponível na livraria solidária do meu bairro. Pedi por mail para me guardarem e hoje fui buscar. 12€ todos.

Estão por ler e com discreta cor de quem tem quase 40 anos de impresso. Fizeram agora nova edição mas só num tomo. Com tanta página, o tijolo ia dar-me cabo do punho.

Mas vem a isto porque cada livro comprado em 2ª mão não reverte nada para o escritor. Mas tem outros aspectos positivos, papel que se reutiliza sem transformação, cada nova edição é mais pasta de papel que se usa, e há também a considerar o preço.

Normalmente não há nestas vendas livros recentes, esses estão na livraria. Ainda hoje acabei um que fui comprar logo que saí. O escritor ganhou algum.

quarta-feira, 16 de setembro de 2020

Colecção de areias

 

187º dia de recomeço do blog


Aprendi hoje uma coisa nova, há praias de areia verde. Como todas as areias resultam da desagregação das rochas e outros materiais que se vão depositando. Conforme as rochas, conchas, corais as areias resultantes são de várias cores. Mais claras, mais escuras, podendo até ser pretas e verde. 

Nunca tinha ouvido falar destas. Resultam da desagregação de olivina.

Visto nas fotografias parece um campo de erva ou relva, mas na mão os grãos são lindos, verdes bastante transparentes.

Tenho uma amiga que faz colecção de areias, guardadas nuns pequenos frascos de vidro. Já lhe trouxe de vários sítios por onde tenho passeado e isso fez-me reparar como num pequeno país pode haver areias tão diferentes.

Amanhã vou telefonar-lhe, aproveito para saber como está do alto dos seus 88 anos e se tem areia verde. 

Um dia se for ao Havai, irei à Praia da Papakollea buscar um bocadinho.

terça-feira, 15 de setembro de 2020

O Coro onde canto e o futuro

 

186º dia de recomeço do blog


Não tem obviamente havido ensaios do coro onde canto. Hoje tivemos uma reunião por Z00M.

Vai haver no sábado uma participação num festival da zona e eu expus a minha ideia do estranho que me parecia ir lá cantar sem saber como será o futuro dos ensaios.

Um dos colegas que está na direcção do coro foi operado a um cancro no cérebro há cerca de 15 dias e vai iniciar quimio e radioterapia, respondeu à minha pergunta. "Ninguém sabe como vai ser" disse ele, "teremos de nos ir adaptando às circunstância", "precisamos de liberdade para deixar de vir sem se sentir culpado" "decisão individual" e outras coisas referindo-se ao coro.

Seria? No fim ficámos um pouco a conversar, e dei-me conta de que pode ter sido mas também se adaptava bem à situação dele.

Bem disposto, com ânimo, ainda bem mas eu fiquei triste. No fundo um coro é uma unidade e todos fazemos parte dela.

Que corra tudo bem!

segunda-feira, 14 de setembro de 2020

Surreal a organização de algumas salas de aulas!

 

185º dia de recomeço do blog


1º dia de aulas

Ouvi as directivas da direcção geral de saúde (DGS) quanto às condições propostas para sentar os alunos na sala de aula. Alunos separados mínimo 1 metro entre si. Iria jurar que inicialmente era 1,5 metro.

Qual a minha estupefacção quando oiço dizer que naquele 10º as mesas estão colocadas em U na sala, cada mesa tem 2 alunos. Ou seja a menos de 50 cm cada aluno tem 2 colegas, um de cada lado!

Estamos a brincar ou quê?

Não tiveram tempo para preparar as aulas presenciais? Ou estão à espera de mandar os miúdos para casa?

domingo, 13 de setembro de 2020

Vão começar as aulas

 

184º dia de recomeço do blog


Parece que começam amanhã as aulas. 

Depois de ler e até ver um filme-anúncio com indicações, ainda sinto mais pena dos alunos.

Máscaras, mesas separadas, o medo que se incute às pessoas nomeadamente aos alunos, crianças e adolescentes.

Vi que os pais não podem entrar na escola quando vão entregar os filhos. Imaginemos um pequenino que tem de suportar a hora da separação sem o apoio da pessoa que lhe dá segurança.

Brincar, parece que cada vez menos. A socialização ficará mais pobre. Mais grave até para o sucesso da aprendizagem é a indicação da dgs para que os intervalos sejam o mais curtos possíveis, 5 minutos.

Não sei como vai ser. Não estou muito preocupada com o adoecer, que a percentagem de crianças que adoecem é de mínima.

Estou sim com tudo o resto que se vive na escola com os amigos.

Aguardemos.

sábado, 12 de setembro de 2020

Para observar pássaros não podemos pôr espantalhos por perto


183º dia de recomeço do blog


Nas heras que cobrem as paredes do meu pequeno jardim dormem dezenas de pássaros. Maioritariamente pardais mas há também uns pretos, gordos e de pescoço comprido. Não sei o que são.

Ao fim da tarde, ainda de dia mas a escurecer, começam a rondar a hospedaria onde têm os quartos.

Gostava de os filmar mas mal ponho a cabeça fora do pátio para os espreitar, fogem logo. É uma nuvem que se afasta rapidamente. De manhã levantam-se mais cedo que eu.

Hoje resolvi sentar-me no jardim, telemóvel preparado para os filmar, enquanto lia. O mais imóvel possível.

De vez em quando um restolhar de folhas secas e uma osga a aparecer e logo a subir uma parede. Vi sete e fiquei contente, são tão úteis para comerem insectos e soube há pouco tempo que é uma espécie em vias de extinção.

O tempo passava e passarinhos...nada. De repente lembrei-me dos espantalhos. Seria eu para eles um espantalho? Então não iriam aparecer.

Vim para dentro rir da minha situação.

Voltei para fora e continuei a minha espera. Vários começaram a sobrevoar a zona mas sem parar. Só um pequenino veio brincar junto ao muro do fundo. Não sei se me viu. Eu não consegui vê-lo no vídeo que tentei fazer.

sexta-feira, 11 de setembro de 2020

11 de Setembro e memórias afectivas

 

182º dia de recomeço do blog


1973 - Cotovia, Sesimbra. 

Ainda de férias, resolvemos fazer um folar de Mirandela. Estava ao ar livre, a amassar na tigela quando a rádio começa a relatar o ataque no Chile, em que morreu o democrata Allende e é substituído pelo horrível Pinochet.

Foi de imediato um enorme choque. O povo unido nunca mais será vencido ...


2011 - Lisboa

No consultório. Acabada uma consulta passei pela cozinha transformada em copa, como habitualmente quando acabava uma consulta e antes de começar outra.

Uma colega que vem da rua entra esbaforida, aviões, torres gémeas, nova Iorque.

Nem a deixei continuar. E disse-lhe que estava só a beber um copo de água e ia chamar o doente que se seguia. Depois contava-me.

Ela ficou com a angústia. Eu só mais tarde.

quinta-feira, 10 de setembro de 2020

 


181º dia de recomeço do blog


Já é tarde, a RTP2 prende-me quase diariamente com os seus programas. 

Ontem depois dos Durells, IV série, ainda deu um filme/documentário Fojos,  sobre Castro Laboreiro e suas gentes realizado por João Canijo.

Há uns quantos livros cuja leitura é obrigatória para quem tem a mania, como eu, que tem uma razoável cultura.

O Quarteto de Alexandria, quatro volumes nas edições mais antigas (só num tijolão) na mais recente de Lawrence Durell falta-me ler. 

A série dos Durells é sobre a sua família, quando após regresso da Índia, deixam Inglaterra para irem viver para Corfu. E é nesta ilha que se passam os episódios que a televisão tem estado a passar.

Tão perturbados mas que interessantes eram. 

"Fojos" feito recentemente remeteu-me para um Portugal que conheci mas que julgava que já não existia. Pobre, escuro, sem acompanhar o desenvolvimento.

Já fui uma vez a Castro Laboreiro por culpa, forma de dizer, do José Saramago no seu filho Viagem a Portugal. A ilustração que usou foi uma fotografia de duas meninas, linda foto e lindas meninas, de uma enorme inocência. 

Quando chegar a Lisboa vou desfolhar esse livro de Saramago, que ouvi ontem vai ser objecto de um filme...ou será de uma série?

quarta-feira, 9 de setembro de 2020



180º dia de recomeço do blog

Cá na terra onde tenho casa herdada não há restaurantes com esplanada. Não há? Há sim, um. Come-se excelentemente bem e paga-se pouco. Mas é preciso conhecer para se entrar e conhecer alguém que dê boas informações para acreditar.

Hoje cheguei cá à hora do almoço. Calor, bastante. O distrito de Santarém é muito quente.

Lá atravessei o portão. Um espaço amplo em terra batida, uma dúzia de carros, sujos, ou de trabalho. À volta encostado aos muros restos de imensas coisas, paletes, plásticos, ramos de árvores, e preso com uma corrente de ferro um cão grande e feioso.

Por detrás dos carros a casa do restaurante e encostado o assador. Sim, porque aqui há um homem a grelhar o que é pedido.

Ainda cá fora e perto do restaurante umas seis mesas com cadeiras mal amanhadas, desta vez os assentos até seriam de carros, alguém lhos deu. E uns guarda-sois fechados. Que caloraça!

Lá dentro são poucas mesas, algumas corridas. Não mais de 20 pessoas cabem ali, mais os bancos desconfortáveis de um balcão.

Os grelhados são muito bons, batatas fritas sempre loirinhas, descascadas à mão e salada. Abundante até dizer basta. e o resto que toda a refeição e acompanhamentos necessários estão incluídos no preço. Não chega aos dez dedos da mão.

Só quem sabe. Mas desta vez não fiquei. O calor era demais. Fui a outro mais longe, sopa de pedra take away, que a minha casa estava muito fresca. Um grande almoço.

terça-feira, 8 de setembro de 2020



179º dia de recomeço do blog

Hoje houve notícias importantes, uma triste e outra interessante.
Morreu Vicente Jorge Silva, um jornalista (e outras coisas) importante na organização da comunicação escrita e na ética jornalista, coisa que ultimamente tem estado muito em baixo.
Ana Gomes confirmou a sua candidatura à Presidência da Republica. Militante do PS e já apoiada por alguns elementos. Não levará o meu voto mas é bem dela, que tem mostrado ser corajosa e persistente.

Não estive no entanto a ver os debates políticos televisivos nem sobre Vicente Jorge Silva.

É que também hoje saiu o resultado de um pedido de revisão de um processo crime, de um homem que tinha sido considerado inocente, libertado em Janeiro e que hoje foi condenado a 25 anos. O julgamento tinha demorado um ano.
E foi a um pequeno programa sobre como isto pode acontecer que resolvi assistir.
É terrível pensar que uma pessoa é injustamente condenada, até mesmo à morte em certos países, que em Portugal já foi abolida; mas também ser ilibado se de facto foi o assassino perverso do caso em questão.
O caso vai ser reavaliado em tribunal. Daqui a uns meses. Mais um ano?

segunda-feira, 7 de setembro de 2020



178º dia de recomeço do blog

As escolas vão abrir. Estiveram fechadas durante meses, durante o confinamento, só tendo aberto perto do fim do ano para os mais velhos e os exames do último ano.

Os colégios particulares já abriram esta semana. 70 alunos do colégio alemão já estão de quarentena.

A escola não é só para aprender as matérias. Se calhar esta é aquela que melhor se pode fazer em casa, com ensino à distância via net ou Tv.

Mas em casa há muitas coisas que não se podem fazer. E das mais importantes! A socialização, aprender a fazer relações, brincar em grupo, e tantas outras.

Hoje encontrei uma mãe de um jovem que conheci nas minhas lides profissionais. Toda contente de me ver disse-me logo que o filho tinha tido o melhor resultado, leia-se notas, de sempre durante a pandemia. Que ou ela ou o marido estavam sempre com ele em casa pelo que estudou sempre acompanhado. E acrescentou que assim é que era bom para ele.

Inutilmente, por experiência da situação, ainda arrisquei outras funções da escola mas logo que calei. Apesar de já ter deixado de trabalhar há 2 anos ela disse-me saber muito bem a minha opinião. Minha mas não a dela.

domingo, 6 de setembro de 2020



177º dia de recomeço do blog

A Festa do Avante, organização do Partido Comunista Português, existe desde 1976. É uma reunião gigante de várias actividades, políticas, culturais, exposições, concertos etc. 

Este ano foi motivo de campanha anti-PCP, que ocupou todos os jornais, telejornais, programas de debate etc. Quase ocupou os assuntos importantes de Portugal, anulando-o. À boleia da Covid-19 a direita portuguesa fez propaganda demolidora, levando atrás de si muita gente que não acreditou que o PCP conseguisse organizar com todos os efes e erres, salvaguardando a pandemia.

Na realidade lixaram a Festa. Com um espaço enorme que normalmente recebe 100 mil pessoas, a autoridade de saúde só autorizou 16500. 

Vi fotografias. Tudo muito organizado, cadeiras geometricamente dispostas. Houve de todas as actividades mas em menos quantidade.

Foi uma prova contra o medo. O que nos limita há meses e não sabemos até quando.
Não sei se na Festa estiveram todos os que podiam ir ou se foram menos.

Eu não fui. Não sou regular mas já fui várias vezes.

Temos de vencer o medo!

sábado, 5 de setembro de 2020



176º dia de recomeço do blog

Hoje é sábado mas até meio da tarde pensei que era domingo. Irrita-me andar assim na maionese como dizia uma colega minha das pessoas aéreas.

Vi um programa de televisão sobre as gaivotas que invadem as cidades (neste caso Porto) à procura de comida, um nojo, e algum perigo, quer pelas doenças, contaminação e violência, há casos de ataques a crianças em terraços. Que fazer mais incisivo?

Merece a pena ver.

https://www.rtp.pt/play/p6595/linha-da-frente

sexta-feira, 4 de setembro de 2020



175º dia de recomeço do blog


Hoje aqui em Lisboa esteve muito quente! Desagradável para mim e brisa não a houve.

"Quando o Verão me passa pela cara

A mão leve e quente da sua brisa,

Só tenho que sentir agrado porque é brisa

Ou que sentir desagrado porque é quente"

Alberto Caeiro


174º dia de recomeço do blog

Deve ser da idade, revisito coisas do passado com alguma frequência.

Ontem dei por mim a pensar em várias empregadas domésticas que viveram em casa dos meus Pais.

Uma de quem tenho muita pena de lhe ter perdido o rasto foi a Ana Maria. Era natural do distrito de Sátão.

Eu já era uma adolescente crescida quando foi lá para casa. Casou de lá, como muitas vezes acontecia, com o Manel um Cabo Verdiano muito simpático. Fui ao casamento na Casa de Cabo Verde.
Já depois de casada convidou o meu filho mais velho, com uns 2 anos, para ir passar um fim de semana à casa dela.
Julgo que alguma intriguice esteja na base do afastamento.

Mas o que me levou a pensar nela(s) era as condições de vida que levavam enquanto trabalhadoras.

A casa dos meus Pais tinha, a seguir ao hall, um corredor que ía dar à cozinha, seguida de um quarto e uma casa de banho para as criadas como então se dizia.
Interna, vivia ali connosco mas a vida dela era lá dentro. Vinha a este lado dos patrões para limpar, arrumar e servir à mesa. Uma espécie de campainha suave tocava para a chamar.

Não havia televisão, não sei se tinha rádio. Fazia muita renda, bordados, ia construindo assim o seu enxoval.

Era uma solidão, digo eu aos olhos de hoje. Lia muito pouco embora soubesse, era uma condição de admissão na casa dos meus Pais.

Sei que teve filhas. Não as conheço. Oxalá tenham conseguido ter uma vida melhor que a Mãe e a auxiliem naquilo que ela precisar. 
E, claro, que ela esteja bem.

quarta-feira, 2 de setembro de 2020



173º dia de recomeço do blog

Antigamente, quando eu era pequena, em casa dos meus pais havia rádio e gira-discos. A televisão só entrou depois do 25 de Abril já eu morava na minha casa.

E de tempos em tempos compravam um disco. O meu pai chegava a casa por volta das 18 horas e ficava no seu maple (o mesmo onde estou sentada) a ler, fazer as suas esculturas ou ouvir música. Esta não era ruído de fundo, era para se ouvir. Ele fazia-o muitas vezes de olhos fechados e com a mão frequentemente os dedos marcavam o ritmo nos braços do sofá. E o disco tocava e voltava a tocar, dias e meses até entrar outro.

Julgo que os meus pais conversariam sobre a música e os compositores porque a primeira palavra difícil que eu disse terá sido Rimsky-Korsakov, certamente por a ter ouvido e dar-me gozo o exercício que a boca tinha de fazer para dizer essa palavra.

O disco em questão era a Xerazade. Esta interpretação é retirada do youtube. O disco dos meus pais, onde estará ele?

  

terça-feira, 1 de setembro de 2020



172º dia de recomeço do blog

Situação complicada ver uma pessoa de quem gostamos perder as suas capacidades, ter momentos de desorganização e de explosão. No entanto ter outras alturas em que quase consegue recuperar algumas coisas e quase ficarmos esperançadas.

Mas a vida do idoso sem a autonomia que o fazia viver é o quê?

Dei por mim a pensar na minha avó materna. Sentada num maple e embrulhada numa pashmina de lã. Hoje a imagem que tenho é da solidão. Já não lia nem escrevia como até aí que enchia agendas de acontecimentos e pensamentos.Não me lembro se tinha televisão. Nunca a ouvi queixar-se. Ficava muito contente quando tinha uma visita, o meu tio que ia tocar piano, a minha Mãe ou eu. Tinha uma senhora sempre com ela, talvez conversassem às vezes. Um dia um AVC pô-la na cama e em estado comatoso. Foi esperar a morte. Tinha mais de 80 anos.

Depois pensei na minha Mãe, a quem uma demência  tirou a companhia da memória. Nunca se esqueceu de quem eu e os meus filhos éramos. Tinha duas empregadas permanentes, ambas pessoas com formação escolar e de vivência acima do habitual que iam falando com ela. Eu todos os fins de semana. Mas a partir de certa altura obtínhamos resposta se provocada, espontaneamente ficava naquele mundo vazio. Uns anos. Tinha pouco mais de 80 anos.

Complicado responder à pergunta que me fiz no início. Tentar estar presente, relacional, dar prazer enquanto se pode. Falar/ouvir, ouvir/falar. Nem sempre é possível ...