sexta-feira, 30 de abril de 2021

1º de Maio 1974. E o de 2021?

 Haverá alguém que consiga esquecer?

Ainda atordoada pelo 25 de Abril, o meu casamento, o 1º de Maio feito a pé pela Almirante Reis fora, em Lisboa, é inesquecível. Rua abaixo, todos em sintonia, copos de água a descerem pelas janelas dos R/C, a multidão, caramba, das melhores memórias que tenho.

E encontrar dois professores meus já no estádio, que acabámos aos abraços! Dr. Leal, eu era uma convencida, tinha tido uma pega feia consigo, juro que já nem porque foi, mas sei que chegou aos directores. Ali fizemos as pazes. E o meu explicador de matemática, que injustamente nem do nome me lembro e que soube ali que estava proíbido de dar aulas nos liceus. Pela pide (com letra pequena), claro.

Este ano estarei aqui por Minde, vila onde não acredito que haverá alguma coisa. E como continua a ser importante festejar esta data, mas até eu estarei por aqui.

Amanhã verei o que por aqui acontece. Caso seja preciso, festejarei eu comigo própria. O motivo do "festejo" do 1º de Maio continua a ser necessário. Infelizmente.

quinta-feira, 29 de abril de 2021

As inscrições para o serviço médico à periferia (SMP) há 30 anos

 Com dois filhos com idades abaixo dos 4 anos, não houve naquela ano prioridades. Os anteriores tinham feito tanta trafulhice para ficarem perto da cidade onde viviam, que me lixei. 

A sério? Se tivesse conseguido vaga para Vila do Bispo, minha 1ª opção, não era perto de Lisboa mas iria dar ar do mar aos meus filhos.

Mas na hora me inscrevia e logo sabia o que o sorteio tinha determinado. E assim foi por várias terras. Até que combinei com a Nazaré Santos, minha colega de curso mas que não conhecia muito bem, um pacto de companhia. Íamos juntas, se uma saltasse saltávamos as duas e tentaríamos nova vaga.

Lembrei-me disto ao ver Resende, ali perto de onde ficámos com cerca sanitária.

E acabámos em Moimenta da Beira, com responsabilidade em Leomil e Armamar, lá em cima no Douro.

Ainda bem! Fiz com isto duas grandes amigas e mais uns em Tarouca, que quase nem teria conhecido ou não tinha mesmo se tivesse ido para o Sul. Sortes!

quarta-feira, 28 de abril de 2021

Eu já estive na Índia numa era antes do covid-19

 Há uma década ou um pouco mais, fui à Índia. O pretexto foi um congresso mas inscrevi-me em viagens-tours antes e depois do dito. Foram 17 ou 17 dias ali mergulhada num vendaval lindo de cores, aromas, e ao contrário do que se possa pensar muita limpeza. 

Eu disse aromas? mas não se aplica esta palavra a Varanasi ou Benares como é conhecida entre os hindus. Cidade mágica para eles, encostada ao rio Gangues, e à qual todos os fieis gostam de ir e mesmo de morrer. 

Ainda longe da cidade o cheiro a carne assada é insuportável. Os mortos ardem em piras de lenha e as suas cinzas são depois atiradas ao rio...onde os fieis são banham, gargarejam, se purificam. De vez em quando um cadáver passa a flutuar, na altura explicaram que talvez não tivesse ardido na pira de madeira por falta de dinheiro ou outra razão mais espiritual.

Mas voltando à minha estadia lá, de um dia, foi péssima, impressionou-me imenso, cruzar-me nas ruelas com leprosos, doentes à beira da morte e outros. E o cheiro, caramba, o cheiro de carne assada não me saía do nariz. Tanto quanto me lembro não comi enquanto lá estive.

Lembrei-me hoje ao ver imagens das piras para queimar os cadáveres vítimas do Covid-19 na Índia. É possível, está em estudo, a existência de uma nova variante, indiana. 

A Índia é um país de enormes desigualdades, há os ricos muito ricos e os pobres que nunca viveram numa casa, nascem e morrem nas ruas. Os serviços de saúde, os públicos, são poucos e incompletos, não aguentam, falta tudo, camas, medicamentos e até oxigénio. A Índia que tem fábricas de medicamentos, tem técnicos de qualidade - muitos dos relatórios de radiologia são enviado por outros países como o nosso, é mais barato que fazer horas extraordinárias - não está a ter meios para parar esta pandemia. Preocupante e triste!

terça-feira, 27 de abril de 2021

Turista num centro comercial

 Com os dias menos bons e alguma chuva que estiveram, fiquei mais por casa. Terei ido a uma compritas aqui no bairro, os cravos claro e mais alguma coisa, mas sem marcha fixa e contínua.

Hoje quis andar e nota-se logo nos músculos, as pernas parecem mais perras e o cansaço é mais fácil. Foi o que me aconteceu, acabei por fazer um bom número de passos marcados com o podómetro mas porque andei às voltinhas, pára arranca, olha e continua. Tipo turista.

Fui ao Centro Comercial aqui ao meu lado. O tipo de marcha, cansativa de andar a ver, fez-me lembrar as idas aos museus, fazem-se imensos passos, ficamos cansados mas como ginástica não é nenhuma. 

Sim, há alguma semelhança com os museus, até porque há excursões de fora de Lisboa para lá. Hoje não vi ainda camionetes nem grandes grupos. Mas vi uma ou outra pessoa a tirar fotos à cúpula, a fotografar a vista de cima para baixo e eventualmente outras coisas. Com o telemóvel, por isso eram fotografias simples para recordar o passeio de hoje.

segunda-feira, 26 de abril de 2021

Ponto da situação

 400º dia do recomeço do blog

Decidi que a partir de hoje deixo de numerar estes que escrevo. Esta ordenação foi só para mim, obrigava-me a escrever com regularidade diária. Uma coisa um pouco obsessiva mas que tem ainda outro motivo, é que a escrita treina-se e sei que quando deixo de escrever frequentemente ela sai com maior dificuldade, o que me causa algum sofrimento, e fica menos fluente.  Escrever todos os dias tem o grande inconveniente de nem sempre apetecer ou não ter assunto minimamente capaz.

Dei por mim a escrever memórias, estados de alma, arremedos de contos, nunca literatura que não é a minha arte...se é que tenho alguma.

E aqui fica a minha disposição para amanhã, depois de amanhã e depois, depois, depois... 

domingo, 25 de abril de 2021

25 de Abril Sempre!

 399º dia do recomeço do blog



Menina, escultura em aço de Henrique Araújo Jorge. Com cravo.

sábado, 24 de abril de 2021

24 de Abril, dia de comprar os cravos.

 398º dia do recomeço do blog

No Largo do Coreto ao fim de semana está lá sempre a vendedeira de flores. Não pus florista, porque não é numa casa, é um pequeno abrigo que a protege por cima e nas costas, só. Ela tem lá uma cadeirinha, julgo que a leva quando vai e umas tábuas mal amanhadas servem para poisar flores. Frente a ela outra tábua faz de mesa para apoiar as flores que escolhemos e fazer um ramo muito simples.

As flores são sempre frescas e duram às vezes a semana toda ou, como há dias atrás, eram umas flores muito bonitas que duraram quase 15 dias.

Mas ontem a minha ida à Maria do Céu, é assim o seu nome, foi a compra de cravos vermelhos. Lá os tinha, bonitos e frescos. Compro todos os anos para usar um e pôr quatro no centro de mesa antigo que herdei da avó e que só tem quatro copinhos para colocar uma flor em cada.

Mas desta vez comprei um molho e meio, quinze. Cheguei a casa e fiz uma jarra espetando-os na esponja própria. Ficou linda!

De tarde duas primas minhas vieram cá.  À saída cada uma levou o seu.

sexta-feira, 23 de abril de 2021

Está a chover, porque não ficar em casa a pensar?

 397º dia do recomeço do blog

Nada como a chuva para nos fazer pensar duas vezes se vamos mesmo sair. Para quem sair não é uma obrigação, claro.

Não chove como na 4a feira ao fim da tarde, estava eu, no parque de estacionamento da piscina do Estádio Universitário, dentro do carro a aguardar o fim da natação do meu neto. Não foi muito tempo, não inundou mas enquanto durou foi quase um dilúvio. 

Não, hoje é chuva de molhar e eu queria ir fazer uma compra aqui perto e a pé. Nada de grave, descongelarei pão e farei uma troca que aguardou o desconfinamento noutro dia.

São fáceis estas opções. 

Mas sei quem sofra por não ir à rua todos os dias, para quem o confinamento foi doloroso. Já o disse aqui várias vezes, descobri com a minha aposentação como gosto de estar em casa, ocupo-me com facilidade e os dias passam depressa. 

E lembrei-me da minha Mãe, que por vezes ficava sentada no sofá, aparentemente parada mas que respondia à minha pergunta "Estou a pensar". E estava com certeza!

quinta-feira, 22 de abril de 2021

Fui pela 1ª vez ao cinema desde que a pandemia começou!

 396º dia do recomeço do blog

Uma sala grande do Corte Inglês e 10 pessoas a assistir à 1ª sessão da tarde. Apetece dizer que quase não nos víamos uns aos outros se as luzes estivessem acesas.

O filme foi o Nomadland-Sobreviver na América, de Chloé Zhao. Chinesa criada desde a adolescencia no ocidente, Londres e EUA,  faz filmes independentes americanos. Este, o 3º, recebeu prémios em Veneza e Toronto e está indicado para Óscar e outros festivais.

A actriz principal também foi nomeada, Frances McDormand.

Por perda dos empregos ou outras razões, o filme mostra nómadas que vivem em autocaravanas e vão andando pelos EUA, ora trabalhando temporariamente ora viajando. Há grupos que se encontram em vários locais. A actriz principal parte depois da morte do marido e ter perdido o emprego. Mas poderia, como se vê no filme ter tido outras soluções, que recusou. Características pessoais não bem definidos no filme?

Não é de todo o meu género de filme. Mas ir ao cinema soube-me muito bem!

quarta-feira, 21 de abril de 2021

Ainda vacinação e depois mudo o disco

 395º dia do recomeço do blog

A maior parte dos meus amigos tem mais ou menos a minha idade. Saber se já está vacinado faz parte das conversas de quem se encontra.

Tenho uns amigos palermas que não se querem vacinar. Já houve um tempo em que eu fazia "vacina-educação" mas agora deixei-me disso. 

A minha prima Elisa, que vive no Brasil, era uma delas. Felizmente ontem foi assinada. Diz que como é descendente bastarda de um duque inglês levou a vacina de Cambridge. É bom ter humor!

Esta semana levei a vacina, preenchi o IRS e respondi ao Census2021. Uma boa semana!

terça-feira, 20 de abril de 2021

Fui vacinada!

394º dia do recomeço do blog

Lá cheguei ontem às 18h39. Preenchi uma ficha com dados sobre a minha saúde. 

Espaço muito amplo, àquela hora quase só enfermeiros, muitas, auxiliares e de segurança. Encerrava às 19h, julgo que fui a penúltima a ser vacinada.

Após a inoculação e meia hora de espera numa cadeira, como se de um recobro se tratasse.

Às 19h30 estava a caminho de casa.

Deram um saco com lanchinho. Triste a maçã ser originária da Polónia! Nós que temos tanta maçã!


Ah, sintomas que a vacina me causou? Nenhum! Levei a da Pfizer por essa a que estavam a inocular, mas teria levado qualquer uma das outras.

Vacinem-se!

segunda-feira, 19 de abril de 2021

Chamada para a vacina!

 393º dia do recomeço do blog

Recebi há pouco uma chamada telefónica. Era para ir levar a vacina hoje à tarde. Estou fora de Lisboa mas 120 kms de autoestrada não custam nada a fazer.

69 anos saudável.

Certamente houve desistências. E para não perder vacinas fizeram esta chamada em cima da hora. Tenho mobilidade física e mental por isso rapidamente me organizei para lá estar. Iria para Lisboa hoje, de qualquer modo, só não tinha pensado a que horas. Mas conheço muita gente que precisa de mais tempo para se organizar. 

Lá estarei!

domingo, 18 de abril de 2021

Porcaria de memória e de orientação!

 392º dia do recomeço do blog

O sentido de orientação deve ter alguma coisa de genético. Por parte do Pai somos todos desorientados. 

Há bastantes anos, cerca de 20, que não vou à Fórnea, um anfiteatro natural lindíssimo no Parque Natural da Serra de Aire e Candeeiros, fui várias vezes e até me lembro de episódios curiosos que ali vivemos.  Hoje quis mostrar a uma amiga, a indicação inicial dizia 600 metros, ao fim de 2 kms desistimos sem o ver mas tínhamos outro tanto para voltar para trás. Passámos pelo ribeiro, seco, e pela queda de água, seca embora tenha chovido bastante.



Quase que juro que entrei pelo sítio que da outra vez entrei, agora com mais construção por ali, mas era, ai isso era. Mas seria?

Não digo mais nada que fiquei cansada e um bocado irritada. As pessoas que se cruzavam comigo não tinham visto o anfiteatro. Mas que situação mais estúpida! Não fico por aqui, hei-de voltar lá.

Mas o caminho era muito bonito, valha-nos isso.

sábado, 17 de abril de 2021

A natureza é espantosa!

 391º dia do recomeço do blog

Arrumei o carro e junto ao muro estava esta couve selvagem, não plantada e quem sabe se venenosa. Olhei melhor e estavam várias, quase alinhadas em linha recta, misturadas com as outras ervas e flores mais habituais. Estavam inteiras, nenhum animal lhe tinha tocado. Eu achei-a bonita!

sexta-feira, 16 de abril de 2021

Daniel Sampaio e o SNS, ganharam os dois

 390º dia do recomeço do blog

Assino 2 jornais, recebo de amigos outros que nunca abro. Fico incomodada, hoje, com isto de se enviar por e-mail os jornais acabados de sair para os amigos, eu que não tenho muitos amigos jornalistas, zangada com que ando com tantas notícias, mas eles têm de ganhar pra viver.

Tenho bons amigos no Facebook que me chamam a atenção para algumas.

Hoje logo de manhã, li no meu tablet o artigo que o Daniel Sampaio escreveu para o Expresso. Um artigo na 1ª pessoa, o Daniel, de quem sou amiga, descreveu a sua experiência de doente de Covid-19 pelo qual passou pelos Cuidados Intensivos e outros. Foram 50 dias de internamento. Merece a pena ler!

O SNS fica a ganhar e ele também! 

quinta-feira, 15 de abril de 2021

Sempre a aprender. Terá de se fazer triagem? Eu acho que sim.

 389º dia do recomeço do blog


Não me venham dizer que o Facebook é um tempo perdido.
Para mim Melga em Português, Pernilongo em brasileiro.
Mas não é que é também um pássaro existente em Portugal? Sempre a aprender.


Malandrice?

quarta-feira, 14 de abril de 2021

Fronteiras XXI - Demências, uns têm mais medo que outros

388º dia do recomeço do blog

"Perda de capacidades cognitivas de forma progressiva, o cérebro a ver fugir o seu peso de memórias".

Assim começou um programa hoje na RTP3. Muito bom programa e que aconselho.

https://www.rtp.pt/play/p8246/e537569/fronteiras-xxi

"4% dos portugueses em 2050 terão alguma doença degenerativa".

2050, faço contas, não me imagino por cá. No entanto estou muito atenta. No entanto a demência, a doença de Alzheimer, é uma faca por cima da minha cabeça, vivi de perto a deterioração da minha Mãe, ainda não muito idosa.

Mas que programa tão bem feito, todos os intervenientes foram óptimos, claros e deixaram vários vectores a actuar e uma parte de esperança. A prevenção deve começar cedo, regras de higiene e boa conduta ambiental.

Pessoa intelectualmente activa, foi-se dando conta dos seus esquecimentos. Um dia perguntei-lhe admirada por convidar e fazer essas refeições mais frequentemente do que era habitual. Foi então que me explicou que andava a perder capacidades, e cozinhar permitia-lhe confirmar ou não a sua diminuição de capacidades. Outros sintomas foram aparecendo, como a desorientação espacial, perdendo-se em lugares conhecidos, um certo desinteresse pelo que a rodeava, deixando cair a conversa, ela que a estimularia. Este último sintoma já não o identificou.

Sim, a parte genética entra aqui, mas a par de tantas outras coisas nas quais podemos actuar. Força, vamos nessa!

terça-feira, 13 de abril de 2021

Dia do Beijo

387º dia do recomeço do blog

Há 2 datas e em Portugal será hoje.

Haver dias para comemorar diferentes coisas e por vezes sobrepostas com outras é coisa que nunca fui fã.

Dia do beijo quando nem nos podemos aproximar, tocar, é bastante complicado. 

Ok, fica o Rui Veloso.


segunda-feira, 12 de abril de 2021

Processos e mega processos. Que loucura!

 386º dia do recomeço do blog

Durante anos fui a coordenadora pedopsiquiatra da medicina legal do meu hospital.
Cabia-me ler e estudar os processos que os tribunais entendiam necessitar de uma avaliação médica ou psicológica às crianças, jovens e famílias, e distribuí-los pelos peritos, por vezes com um resumo ou anotações referindo as páginas a que pertenciam. A distribuição, quase sempre por ordem, era complicada. A quase totalidade dos colegas, médicos ou psicólogos, não gostavam da tarefa.

Pela minha parte, ler aquele montão de páginas que o tribunal enviava, as partes pertinentes do processo como devia ser embora alguns juízes não estivessem para fazer a seleção e enviassem o processo todo, era para mim uma tarefa agradável.

Gostando como gosto de livros policiais ou de trama psicológica e tendo tempo distribuído para o fazer, lia-os como se de um livro se tratasse. Alguns estavam mesmo muito bem escritos. Mas nunca tive, como é óbvio processos gigantes. E mesmo assim a leitura tinha de ser muito atenta.

Este mega processo de que se fala tanto, das três horas de leitura em voz alta que o juiz fez, de seguida, é um espanto de trabalho que terá dado. Inútil? Logo veremos.

domingo, 11 de abril de 2021

Charité, uma muito boa série que acabou

 385º dia do recomeço do blog

Mais uma série que segui na RTP2 e que acabou hoje.

Passada num hospital de renome, fica isolado quando o muro que separou a Berlim Ocidental da Berlim Oriental, ficando deste lado.

Apesar das limitações materiais tem pessoas interessadas e competentes que se dedicam à assistência e à investigação. 

Vê-se como se passam a muito custo alguns técnicos para o lado ocidental, outros entrando para o partido por ganharem poder. As três pessoas mais importantes da série ficam independentes e são mais tarde reconhecidas.

Acabou hoje. Algumas das personagens são inspiradas em pessoas que existiram. Vê-se isso bem no fim do filme quando já o muro foi derrubado e foram reconhecidas.

"1961, ano em que o Muro de Berlim é construído, é um ano de convulsão e revolução. O mundialmente famoso Hospital Charité fica próximo da fronteira e, desde a construção do Muro, a infame parede determina os processos e o dia-a-dia do trabalho na clínica.

Passada durante um período particularmente turbulento na história da medicina do hospital, numa época em que os médicos são levados aos seus limites morais, políticos e pessoais, a série apresenta personagens reais e fictícias, incluindo a pediatra Prof. Ingeborg Rapoport, uma figura proeminente na medicina da Alemanha Oriental e a pessoa mais velha a receber o título de Doutor, o patologista forense Prof. Dr. Otto Prokop e o ginecologista Prof. Dr. Helmut Kraatz."

sábado, 10 de abril de 2021

Série televisiva - Um assassinato em...

 384º dia do recomeço do blog

Gosto muito de policiais, livros e filmes. Descobri nos últimos anos os nórdicos, que acho muito interessantes e diferentes. Mas também de outros países.

Ando a acompanhar uma série francesa "Assassinato em...". Digo série mas cada episódio não tem sequência com o anterior, é policial, e os detectives nunca são os mesmos de filme para filme. Sempre com a história muito bem construída.

Passa-se sempre em França, cidades e lugares muito bonitos, que abrem o apetite de conhecer a França para lá de Paris.

Aconselho, na AXN White.

Só tenho os canais da televisão por cabo. Que faria eu se ainda tivesse outras plataformas?!

sexta-feira, 9 de abril de 2021

A intolerância perante os trans, em filme.

 383º dia do recomeço do blog

Comecei o dia a ver um filme que passou ontem na RTP2, "Uma mulher fantástica", do chileno Sebastian Lelio. A interprete é Daniela Vega. Trata-te de um filme sobre uma transgénero (trans), um homem que se apaixona por ela e que morre deixando-a à mercê da intolerância que a família dele tem para com ela. Mostra também outros aspectos das dificuldades dos trans, esta ainda não completada a operação, em pequenas coisas do dia a dia. É no mundo da arte que é mais aceite, acabando sendo admirada como cantora lírica.

O interessante deste filme é que a actriz principal, no filme Marina, é ela também trans.

https://www.rtp.pt/play/p6447/uma-mulher-fantastica

Pode ser visto aí.

quinta-feira, 8 de abril de 2021

Cozer meias era exclusivo das mulheres?

 382º dia do recomeço do blog

Está fora de qualquer dúvida hoje em dia a importância da relação da Mãe e do Pai com o bebé; da importância do apoio à criança em momentos mais difíceis da vida.

Ao olhar as imagens das crianças nos centros de refugiados, muitas vezes a correr, brincar e sorrir, quem imagina que marcas poderão ficar para a vida? Dos que têm lá os pais e dos que estão sozinhos?

Sempre me preocupou o bem estar psicológico das crianças. Essa terá sido uma das razões que me levou a ser médica pedopsiquiatra.

E no meu caminho profissional fiz um estágio de pediatria num hospital pediátrico nos anos 70 do século passado. As crianças eram internadas e não tinham como hoje o direito de estarem acompanhadas pela família, mãe ou pai como hoje. Tinham direito a uma visita breve de um deles, normalmente da Mãe.

O estágio começou com uma reunião com um médico chefe. E a certa altura pude fazer-lhe uma pergunta, sobre a vantagem para as crianças de poderem ser acompanhadas durante o internamento pelas mães. Tenho a certeza de na altura ter dito mãe, os pais ainda não tinham entrado completamente na nossa narrativa. Não me esqueço da resposta que ele me deu e que me apetece reproduzir "Ah, a dra. é daquelas que defendem que as mães venham para o hospital acompanhar os filhos e os pais passem ficar com as meias rôtas?".

Fiquei sempre com dúvida se foi uma resposta provocatória, se embirrou comigo na hora, tanto mais quanto ouvia falar dele como um bom médico. Na altura ser competente seria só saber da parte física?

Felizmente nem todos pensavam assim e hoje é muito importante o acompanhamento das crianças e fizeram-se leis para a sua efectivação.

quarta-feira, 7 de abril de 2021

Morreu subitamente Jorge Coelho do P.S, que cantava Only you à sua mulher.


381º dia do recomeço do blog

Terá sido na última década do século passado que Jorge Coelho, que ontem morreu, foi a um programa de entretenimento da televisão. Não encontro referência na net, nem no Youtube, mas ficámos a saber que às vezes cantava e ali o fez como às vezes fazia à mulher. Cantou o Only You, dos Platers.

https://youtu.be/3FygIKsnkCw

Tempos depois, estava eu na cafetaria de um museu em Madrid, onde havia uma exposição temporária muito importante e que levou muitos portugueses naquele fim de semana a vê-la e Jorge Coelho e a sua família também lá estava.

Quando se levantaram e passaram junto à mesa onde eu estava com os meus amigos, pus-me a cantar o Only You, não muito alto mas que deu para ele ouvir. Parou junto de mim que estava de costas para o caminho, pôs as mãos apoiadas nos meus ombros e com um tom de voz muito simpático disse "Aqui não". Rimo-nos todos. "E então um bom fim-de-semana" disse e continuou a dirigir-se para a exposição.

Foi o nosso momento de glória, um pouco adolescente ter cantado e obtido aquela resposta.

Qual a exposição? Julgo que de El Greco mas não tenho a certeza. 

terça-feira, 6 de abril de 2021

2ª Parte do desconfinamento

 380º dia do recomeço do blog

Já podemos ir às esplanadas, 4 por mesa. Ainda não fui.

Já podemos embora ainda não devamos sair porque se deve ficar em casa.

Um pouco contraditório mas está bem.

Eu que gosto de viajar não me apetece nada, julgo que estou com uma discreta fobia social, das pessoas, e dos sítios novos, que não me apetece conhecer. Sinto a casa como mais segura.

Mas amanhã vou levar o meu neto à natação, ai vou, vou. Há meses que não há esta actividade, vamos a ver quanto tempo fica aberta.

Estou insegura, um pouco pessimista.

segunda-feira, 5 de abril de 2021

Gansos sem Nils Holgersson

 379º dia do recomeço do blog

Estava eu parada à porta do Jardim Zoológico quando vejo um casal de gansos, com um ar arrogante, a atravessar calmamente a rua. 

Chegaram sãos e salvos ao passeio mas eis que um resolve voltar para trás, logo na altura em que vem um autocarro.

Eu gritei como se de uma pessoa se tratasse "Cuidado!", o autocarro meteu os travões a fundo e o casal levanta voo por cima de tudo e entra no jardim que é certamente a casa deles, por cima do muro.

Se calhar é frequente mas eu nunca tinha visto. E seriam não era brancos como os da Maravilhosa Viagem de Nils Holgersson Através Da Suécia.

domingo, 4 de abril de 2021

Memórias. Religião. Gastronomia.

 

378º dia do recomeço do blog

Educada em Portugal posso dizer que bebi mesmo sem querer a cultura cristã. Mas não fui sequer batizada e depois durante o meu crescimento e mesmo adulta nunca me interessei por religião, nenhuma mesmo.

Acabei de almoçar pescada cozida. Estava óptima! 

De uma família religiosa, não os meus Pais que em adultos se afastaram, tive uma avó, muito religiosa, que sempre que nascia um neto pagava as bulas todas possíveis ao Papa para nos libertar de algumas obrigações. Sei que poderia comer carne às sextas-feiras, ir à missa sem ser ao domingo e outras que nem sei. Isto fez-me perceber que o dinheiro tem importância para aliviar a crença.

Nunca foi pressionada a definir-me. Ouvi muitas missas sobretudo na rádio em casa dos meus avós paternos. A minha Avó materna embora católica, teve curiosidade em ouvir outras religiões. Mas manteve-se sempre na mesma, católica, dizendo acreditar que havia alguma coisa acima "disto" .

Os meus Pais nunca forçaram nada. Até no liceu estive sempre inscrita na cadeira de religião e moral. O professor era um padre e pôs os não católicos, ateus, protestantes, judeus, na última fila. Por incrível que pareça, a minha memória diz que ele não nos ligava nenhuma e que até, num dia, a fila de trás cantou e dançou rock. Será possível ou estou a construir memórias?

Outra memória, mais gastronómica, é a do folar de Mirandela com enchidos, galinha e porco estufado que a minha Avó Elvira fazia nesta época. Acredito que o tamanho do dito, que era cozido no forno de uma padaria que havia na Rua Viriato, mesmo por baixo da casa dela, era do tamanho de uma roda de camião. Ou seria de um carro?

sábado, 3 de abril de 2021

O desconsolo do borrego!

 

377º dia do recomeço do blog

Arranjo desculpas para ir buscar comida feita ao postigo dos restaurantes do meu bairro. Que é para os ajudar, que em vez de irem fazer manifestações continuaram a servir, que isto e mais aquilo.

Por detrás destas justificações está a verdade, sou preguiçosa. Muito! E é bem feita que hoje tenha comido um borrego incrível, sem nenhuma graça, quando eu o faço tão bem!

Sim, em dinheiro sai mais barato comprar feito. Mas estou tão desconsolada que um destes dias terei de fazer aqui no forno.

Até os grelos eram congelados!

sexta-feira, 2 de abril de 2021

Queimada e o orgulho do Pai, que na verdade pouco tem a ver.

 376º dia do recomeço do blog

Ontem fui chamada à polícia que trata de incêndios rurais. Sabia que uma prima minha, co-proprietária de um terreno rural lá tinha ido na véspera e o agente ficou admirado de eu não ter recebido a convocatória. pelo telefone ficou agendado e fui.

Um sítio lindo, em Monsanto com vista para as moradias do Restelo, o Rio Tejo e a Ponte 25 de Abril.

O senhor agente, cujo nome omito mas é muito curioso foi muito educado.

Eu nem sabia que após a limpeza dum dito terreno os bombeiros tinham sido chamados. Eu fui lá num dia já a seguir ao corte, e vi os montes de restos que os homens que fizeram a limpeza deviam ter levado estado ardidos e discretamente fumegantes. Um pinheiro na base estava com fogo.

Estupidamente com o meu sapato apaguei este último, fiquei com o sapato queimado. Mas não é que não me lembrei de chamar os bombeiros??? Nem eu nem as minhas primas com quem fui mantendo contacto telefónico na hora. Alguém o fez e ainda bem.

Tenho as comunicações escritas com o homem das desmatação onde se lê que teria de retirar os restos uma vez que não se podiam fazer queimadas e ele escreveu para onde os levaria para um posto legal, aproveitando para subir a parada do orçamento.

Que não o fez é óbvio, se foi ele que fez a queimada não sei.

O engraçado da minha ida à polícia é que o agente interessou-se como ocupo o meu tempo de aposentada e quando lhe falhei nos meus gostos, dispara "E gosta de poesia?". E depois foi falar do filho que é "dizeur" e tem já um currículo interessante. Cheguei a casa e fui para o Youtube ver os seus programas. Boa sorte Pedro! 

quinta-feira, 1 de abril de 2021

Grande petisco que é o chouriço assado.

 376º dia do recomeço do blog

Quando a minha Mãe entrou para a maternidade para me ter, reza a história que teve desejos de chouriço assado. Terá pedido ao meu Pai, tripeiro e há pouco tempo em Lisboa, que ficou aterrado. Não sabia o que era e imaginou que seria coisa cara, tipo caviar. Valeu-lhe a minha Avó materna, que lhe resolveu o problema, no fundo e traduzido era só salpicão assado.

Muitas vezes comi esta iguaria com a minha Mãe ao lanche. Fazíamos uma porcaria porque o assávamos, rodela a rodela, espetado num garfo e queimando no bico do fogão a gás. Na outra mão um pouco de pão onde íamos espremendo a gordura que saía. Uma delícia!...e uma porcaria que depois a empregada limparia.

Lembrei-me hoje. Comi umas rodelas de chouriço há pouco ao lanche mas feito no micro-ondas. Não é a mesma coisa e sem a minha Mãe ainda menos. Mas foi o possível.

As máscaras e os brincos

 

375º dia do recomeço do blog

O último brinco que perdi foi num aniversário de um amigo, há uns anos, numa casa de fados que abriu só para a festa. 65 anos, 65 amigos. No final, já em casa, dei por falta de um brinco. Consegui pelo telefone falar com o aniversariante que ainda estava lá e o encontrou. Senti-me um bocado como a Cinderela quando perdeu o sapato. Tivemos de nos reencontrar para o recuperar. E ponto final.

Desde que se usa máscara, e eu uso sempre duas, uma cirúrgica e outra mais bonita (?), perco brincos com facilidade. Hoje foi um de prata com uma pedra da lua. Era bonito. Se alguém o encontrar que lhe dê bonito uso mesmo sendo só um.

Só a mim me acontece isto agora?