domingo, 4 de abril de 2021

Memórias. Religião. Gastronomia.

 

378º dia do recomeço do blog

Educada em Portugal posso dizer que bebi mesmo sem querer a cultura cristã. Mas não fui sequer batizada e depois durante o meu crescimento e mesmo adulta nunca me interessei por religião, nenhuma mesmo.

Acabei de almoçar pescada cozida. Estava óptima! 

De uma família religiosa, não os meus Pais que em adultos se afastaram, tive uma avó, muito religiosa, que sempre que nascia um neto pagava as bulas todas possíveis ao Papa para nos libertar de algumas obrigações. Sei que poderia comer carne às sextas-feiras, ir à missa sem ser ao domingo e outras que nem sei. Isto fez-me perceber que o dinheiro tem importância para aliviar a crença.

Nunca foi pressionada a definir-me. Ouvi muitas missas sobretudo na rádio em casa dos meus avós paternos. A minha Avó materna embora católica, teve curiosidade em ouvir outras religiões. Mas manteve-se sempre na mesma, católica, dizendo acreditar que havia alguma coisa acima "disto" .

Os meus Pais nunca forçaram nada. Até no liceu estive sempre inscrita na cadeira de religião e moral. O professor era um padre e pôs os não católicos, ateus, protestantes, judeus, na última fila. Por incrível que pareça, a minha memória diz que ele não nos ligava nenhuma e que até, num dia, a fila de trás cantou e dançou rock. Será possível ou estou a construir memórias?

Outra memória, mais gastronómica, é a do folar de Mirandela com enchidos, galinha e porco estufado que a minha Avó Elvira fazia nesta época. Acredito que o tamanho do dito, que era cozido no forno de uma padaria que havia na Rua Viriato, mesmo por baixo da casa dela, era do tamanho de uma roda de camião. Ou seria de um carro?