terça-feira, 30 de março de 2021

Bach, Freud, Thomas Mann e Júlia Mann.

 373º dia do recomeço do blog

Muito interessante a discussão do livro da Teolinda Gersão com a Deolinda Santos Costa, psicanalista, hoje num Facebook live organizado pela Porto Editora a propósito do livro O Regresso de Júlia Mann a Parati .

Comprei o livro mas ainda não o li. São 3 crónicas que se juntam num só livro a que se poderá chamar romance.

Na discussão ouvi falar da vida de Freud e de Thomas Mann. 

Por razões da minha formação tive de estudar bastantes coisas da obra de Freud, o que até me custou pela profundidade que era exigida. De Thomas Mann li e gostei imenso A Montanha Mágica e A Morte em Veneza. Mas de facto, deste último sabia muito pouco como pessoa. A conversa despertou-me curiosidade e fui procurar ler mais.

Falou-se de política, 2a grande guerra, judeus, inicial apoio de Mann a Weimar com posterior mudança de opinião e apoio aos aliados, família de ambos, relações com os filhos, um interesse em ambos pelo outro mas o despeito também, a inveja etc.

Eis como o FB que tanta gente despreza pode dar acesso a momentos tão interessantes.

Já para não falar do concerto da Gulbenkian que hoje transmitiu A Paixão Segundo São Mateus de Bach, com o maestro Michel Corboz. Uma maravilha!

segunda-feira, 29 de março de 2021

Diagnosticar não é fácil mas alguém julgava que era?

 372º dia do recomeço do blog

Não era Covid-19. Felizmente para mim também.

Até saber o resultado negativo, já de manhã aqui em casa, só pensava nas inúmeras coisas que tinha de fazer ou que me apeteciam fazer e me obrigavam a ir à rua.

Há doenças cuja apresentação não é a habitual. Sem as queixas mais frequentes, a observação no hospital provou que estava a fazer um pequeno enfarte do miocárdio, pelo que teve de ficar internado.

Eu que deixei de exercer, este é o 2º amigo que em poucos meses observo e envio para o hospital. Ambos ficaram internados e seria grave se não tivessem ido.

domingo, 28 de março de 2021

Hipóxia feliz, alcunha do Covid-19. Bolas!

 

371º dia do recomeço do blog

Chamada por um amigo que se sentia mal sem saber o que sentia, fui à sua casa com um oxímetro e um aparelho de medir a tensão arterial. 

De facto quase não se queixava de nada. Mas tinha um valor baixo de oxigénio no sangue sem a falta de ar compatível. E este é um dos sinais do Covid-19! A pessoa não se queixa de falta de ar!

Chamado o 112 lá está no hospital, grandes hipóteses de ser Covid-19.

Eu fui com duas máscaras, que nunca tirei, distância adequada excepto no momento de medir a tensão e medir o oxigénio, fiz lavagem das mãos com sabão da loiça. Mas estou à espera de saber o resultado dele, para já fico isolada. Bolas! 

sábado, 27 de março de 2021

Dia do Teatro

 

370º dia do recomeço do blog

Hoje é o Dia Mundial do Teatro. 

Na RTP2 deu antes do telejornal um filme sobre João Villaret que tinha dado já na pandemia. Não faz mal nenhum, pena é que tão pouca gente veja a 2. Depois do telejornal vai dar uma peça de teatro. Óptimo!

No entanto ontem o Ministério da Cultura fez chegar a muitos artistas a informação que tinham ficado fora de receber qualquer subsídio. Uma homenagem!?!

Gosto muito de teatro. Sou desde há muito assídua nos espectáculos de algumas companhias. Tenho visto "coisas" tão boas, temos artistas tão bons! Artistas, encenadores, coreógrafos e todos os outros necessários para porem uma peça em cena.

Sei, julgo saber que nada será como antes, mas aguardo com espectativa o poder assistir a uma peça ao vivo.

sexta-feira, 26 de março de 2021

Qual o nome do Jardim do Cais do Sodré?

 369º dia do recomeço do blog

Continuo, sempre que posso a ver o concurso Joker.

Julgo que que quem assiste, vai  não só respondendo em casa às perguntas, sentado no maple, como imaginando uma pergunta difícil mas fácil para si se acaso estivesse lá à beira dos 75 mil.

Aconteceu há muitos anos, era eu miúda, uma história engraçada e proveitosa, com a minha Mãe.

A Camisaria Moderna, que já não existe, era talvez uma das melhores loja de roupa de homem que havia há muitos anos. Ficava no Rossio. E ia a minha Mãe a passar em frente, sai lá de dentro o Igrejas Caeiro, que lhe pergunta se quer participar ali num concurso.

Só um parêntesis, claro que já ninguém sabe quem ele foi. Na altura era muito conhecido. Actor, locutor, homem perseguido nos cargos públicos pelas suas posições antifascistas, foi depois deputado e vereador. E agora para completar, pertencente à maçonaria.

Continuando a história, o concurso era constituído por uma pergunta sobre Lisboa.

Identificando-se a minha Mãe pelo seu nome próprio e último apelido, a pergunta que sai era sobre a localização do Jardim Roque Gameiro. Acontece que era o apelido materno da minha Mãe e que ela tinha ido à inauguração. Ganhou dinheiro e roupa de homem para o meu Pai.

Mas uma sorte assim não acontece frequentemente. Seria uma pergunta que eu também saberia responder no Joker.

quinta-feira, 25 de março de 2021

A propósito de um policial

  368º dia do recomeço do blog

Há fases da vida em que os livros policiais ajudam imenso, diria mesmo, é o único tipo de literatura que nos prende.

"Sem o nariz, desaparecera todo o aspecto humano reconhecível." in. Vestido para a Morte de Donna Leon.

Há fases da vida em que os livros policiais ajudam imenso, diria mesmo, é o único tipo de literatura que nos prende.

Esta frase, aplicada ao rosto de um assassinado a quem foi destruído o rosto, fez-me pensar. Sim, não há mais nenhum animal como um nariz como os homens. Macacos, cães, gatos, leões, ratos, coalas, chimpanzés, elefantes, bois e todos os outros animais. 

O nariz do homem foi esborrachado e a cara também ficou amulatada. Só que ainda não sei se foi só a raiva que causou a força toda destruidora ou se é para impedir a identificação do homem. Logo ficarei a saber.

quarta-feira, 24 de março de 2021

Cumprido o escrito. Um por dia.

 367º dia do recomeço do blog

Aproximam-se as férias da Páscoa. Este ano mais curtas por terem as escolas estado fechadas durante 2 semanas.

Os meus filhos estão na casa dos 40 anos. sempre me disseram que as melhores férias que tinham tido eram as da Páscoa. Era um corte no ano escolar.

No verão as férias eram um dado adquirido, o mês de Setembro lá estávamos na Manta Rôta, praia na altura bastante selvagem, com poucos residentes e a parte mais gira, sempre os mesmos veraneantes nas férias.

Não fiz amizades mas os meus filhos fizeram. E sei que ainda hoje se cruzam com alguns dos amigos dessa altura.

Agora sou avó e já só tenho "direito" a uma semana de férias com os netos, finais de Julho, início de Agosto.

E tal como com os meus filhos, pensei que este ano talvez quisessem levar um amigo, cada um. Já estão crescidos, adolescentes e começo a recear que se fartem de mim. Devo dizer que não tenho nenhum sinal disso mas são ideias que me passam pela cabeça.

O meu filho mais novo ficou admirado. E quem cozinha, quem faz as coisas, esquecidos que também na altura isso não era problema.

O meu problema é outro, nunca em mais nova isto se me pôs: a responsabilidade de levar os filhos dos outros.

Será da idade?

terça-feira, 23 de março de 2021

Ao correr da pena, melhor, do dia.

 366º dia do recomeço do blog

Uma sestazinha tem-me sabido muito bem nestes últimos dias. Acordo cedo de manhã, 6h30/7horas é o que durmo. Desperto sem vontade de dormir mais. Fico na cama a ler o jornal no tablet, as gordas que não tenho pachorra para ler muita coisa. Um ou outro artigo de opinião. Mas pouco. O resto vou sabendo ao longo do dia.

Almoço e começo a ver um filme, uma série francesa mas em que não há continuidade de episódio para episódio. Assassinato em ..., vai variando o sítio, sempre em França. Não mostra muito da zona mas vou ao google espreitar. Normandia, Bretanha e outras, nenhuma que eu conheça mas todas que eu gostaria de conhecer. Viajar, que saudades!

Deixado o carro na garagem de Sete Rios vim a pé para casa. Hoje fiz cerca de 6 km a pé. Pelo caminho comprei alheiras no talho onde vou de propósito comprar, longe de minha casa mas que as recebe de Mirandela. Cheguei a casa e fiz logo uma, com batata e grelos, sem ovo estrelado que isso é moda de Lisboa.

Hoje é 3a feira, logo haverá ensaio do coro por zoom. Continua a não me apetecer ir. E tenho idade para fazer o que me apetece nalgumas coisas, por isso não irei.

segunda-feira, 22 de março de 2021

O dia da árvore foi ontem mas esta história só foi escrita hoje.

 365º dia do recomeço do blog

Bosque dos Avós, um projecto interessante na serra do Marão. Neste momento já mais de trezentos avós foram plantar uma árvore, que é sinalizada em mapa, com a indicaçõa da espécie e de quem a plantou. Para os netos um dia verem e poderem identificar.

Lembrei-me de umas pequenas árvores que há cerca de 30 anos a junta de freguesia do bairro plantou num terreno mesmo ao lado do prédio onde morávamos. Eram 3 e todos os dias os meus filhos e o pai desciam as escadas com água e iam regá-las. Cada um ficou responsável por uma, como se fosse a sua. O dono do café também lá ia deitar as borras de café, parece que um bom adubo.

As árvores foram crescendo. Mas um dia, uma barraca da Feira de Luz prendeu uma corda à "Arvore do Martim" e partiu-a. Quando vimos a morte da árvore o meu filho chorou. A minha árvore, dizia ele. Lá o consolámos mas a história não foi esquecida.

Quem sabe se agora com uma casa com um pouco de terreno poderá plantar uma e regá-la como fez há 30 anos com a outra.

domingo, 21 de março de 2021

Há quem não cumpra as regras de saúde pública. Idiotas!

 364º dia do recomeço do blog

Reabri o Blog a 15 de Março de 2020, dando início a um período a que chamei de dias de isolamento social.

Mantive a escrita diária, deixando este período, passando por outros, voltando ao isolamento.

E ainda estamos em confinamento, com as suas excepções. Mas não como está por alguns a ser vividas.

Ontem num jardim de Lisboa imensas pessoas em pequenos grupos, estavam sentadas no relvado. As pessoas começam a não aguentar e com um dia de sol é o que se viu.

Grave foi uma manifestação de negacionistas em Lisboa. Sem máscaras, tudo ao molho, negam a existência do vírus ou a sua gravidade. Nas fotos muitos têm as mãos cruzadas no peito, parecendo uma manifestação com algo de "religioso".


Têm sido insultados nas redes sociais por muitas pessoas conscientes dos riscos. Pergunta-se porque a polícia não interveio, manifestação não autorizada e não cumprindo as regras impostas nesta circunstâncias pandémicas. Só arranjo uma explicação, receio das autoridades que uma atitude mais forte gerassem manifestações mais violentas. É o que se tem passado em Bristol, na Alemanha, em França e outros países.

Aguardemos 15 dias para ver os resultados das novas infecções. 

sábado, 20 de março de 2021

Uma lareira aquece um lar. Felicidades!

 363º dia do recomeço do blog

Tenho estado a pensar como foi quando os meus filhos, chegados à idade adulta, com a licenciatura feita e a ganhar algum ordenado, saíram de casa.

Foi uma satisfação, o prazer de uma tarefa cumprida, esta de dar a independência aos filhos.

E muito bom quando conseguem melhorar a vida.


Só tenho de estar satisfeita. Sejam felizes!

sexta-feira, 19 de março de 2021

Um intervalo prejudicial. Vacinação suspensa. Recomeça na próxima semana.

 362º dia do recomeço do blog

Situação complicada esta de se criar uma ideia que a vacina da Astrazeneca causava trombo-embolismo.

A Europa quase toda alinhou nisso e parou a vacinação para estudar o assunto. Uma semana que veio atrasar a vacinação. Uns dias depois provou-se que a percentagem é igual aos trombos causados normalmente e até menor aos que podem ser provocados com um anti inflamatório "banal", daquelas que as pessoas têm em casa e se automedicam volta não volta.

Ao perceber o preço desta vacina comparada com as outras, chama a atenção o diminuto valor que esta custa. O laboratório prescindiu do valor do trabalho. 

E quem lançou isto e a quem serve?

quinta-feira, 18 de março de 2021

30 anos de Coro Art.

 361º dia do recomeço do blog

Hoje houve um zoom revendo o trabalho do Coro Art durante os seus 30 anos de existência. 

O coro nasceu em 1990, com o maestro com o Zé Leonardo, depois com o Luís Almeida e depois com a Sara Afonso até hoje.

Foram citados os presidentes da direcção que houve. Fui nomeada porque fiz parte de uma, éramos três e recusamos haver um presidente, éramos todas embora com funções determinadas mas decisões conjuntas.

Foram relembrados vários concertos que realizámos, houve quem nomeasse alguns que achei um flop, como um flashmob numa vernissage. Gostei particularmente "os dias da rádio", só com anúncios antigos e alguma encenação. E foi muito giro um que realizámos numa escola primária do Alto da Faia, com 400 crianças sentadas numa escadaria e que se fartaram de cantar connosco.

Esta reunião hoje, que poderia ter sido com muita gente, do actual coro éramos só 4. Uma reunião muito envelhecida, a brincar lembrei-me das comemorações com os antigos combatentes da 1ª guerra.

Passada esta pandemia, irá o Coro Art recompor-se e rejuvenescer-se?

quarta-feira, 17 de março de 2021

Concursos televisivos e cultura

 360º dia do recomeço do blog

Gosto muito de concursos televisivos, sobretudo dos ditos de "cultura geral". Esta é muitas vezes pouco geral, até de pouco cultura. Mas é divertido assistir, mais do que participar.

Aqui há uns anos participei no Quem quer ser Milionário Alta Pressão, com o José Carlos Malato. Ainda hoje penso como tive lata. E muita gente viu porque recebi muitas mensagens, telefonemas e até um vídeo do programa. Saí de lá com 500€, errei a pergunta dos 3500€ convencida que tinha acertado. Curiosamente lembro-me da minha resposta que estava errada, James Dean, como um actor que gostava muito de velocidade, contra Steve Mac Queen que estaria certa. 

Não admira pois que sempre que posso veja o Joker, com o engraçadíssimo Vasco Palmeirim. Um bom espectáculo de entretenimento.

Há, claro, bons concorrentes. Mas também lá vão perfeitos ignorantes, quase todos com formação superior. Isso deve levar-nos a questionar quem é hoje licenciado, muita gente, e em termos de cultura para que serve.

Muita da nossa cultura pode vir do berço. Facilita. Mas isso não implica que outros a tenham. Estuda-se, lê-se, vamos a museus, cinema, concertos etc.

Ontem por exemplo, uma licenciada em gestão, nunca tinha ouvido falar de Richard Zimler. Para além de escritor é casado com um cientista e deputado, Alexandre Quintanilha, o que na altura foi bem falado. Tem vários livros muito interessantes e bem escritos e ainda agora saiu ou vai sair um novo. Dá na televisão e nos jornais. A pergunta era sobre a dupla nacionalidade dele, que é americano de origem e português. A escolha dela foi alemã. Impressionou-me a tortuosidade da escolha, que teve a ver com um nazi que tinha um nome cuja sonoridade lhe fez lembrar. Coitado do Zimler que é judeu.

terça-feira, 16 de março de 2021

Confinamento e maus tratos.

 359º dia do recomeço do blog

Li hoje notícias sobre o aumento do trabalho que uma comissão de protecção de crianças e jovens em perigo teve durante o confinamento.

Maus tratos a crianças, com toques de malvadez mas também de grande perturbação psiquiátrica de quem o fez.

Doentes com esquizofrenia, por exemplo, ficam compensados quando tomam um antipsicótico. Pode ser por via oral, comprimidos, ou por meio de uma injecção mensal ou com uma periodicidade mais pequena. É de controle difícil quando uma família fica confinada. Para certos doentes as equipas de enfermagem vão a casa fazer o injectável.

Não sei como terá sido neste período mas fiquei muito impressionada com o que li, maltratos com marcas de queimadura na cara, zona que quando a violência "é controlada" é evitada para não ser vista. Foi o caso de uma professora que estranhou um miúdo fazer a aula por vídeo de máscara posta. Pediu-lhe para a retirar e tinha marcas de queimadura feitas por colher aquecida.

Foi retirado à família mais uma irmã pequena de quem ele tomava conta e estão agora protegidos. Certamente precisarão de apoio psicológico.

Mas o doente lá de casa precisa de tratamento sem falta.

Só uma frase de esperança, embora sejam alguns casos é uma percentagem ínfima em relação aos que não sofreram. 

Ainda bem que abriram as escolas!

 358º dia do recomeço do blog

2a feira e eu mantive-me a dar um passeio a pé. Em Lisboa.

Encontrei pessoas a fazer marcha, bicicletas que passaram por mim, outras a correr.  Poucos carros por onde andei mas prédios perto.

Foi com muito prazer que ouvi os risos e os barulhos de brincadeiras das crianças da escola, que reabriu hoje até ao 4º ano. Devia ser a hora do intervalo. 

Foi uma violência para as crianças mais pequenas terem de ficar em casa e tentarem aprender a matéria escolar através de um écran. 

Uma parte importante da escola que não vem nos livros é a socialização. A aprendizagem em casa não permite isto e por toda a vida vamos precisar de nos relacionarmos.

Foi também uma violência para os pais que tiveram de trabalhar em casa com as crianças. 

Não foi tudo mau, a algumas famílias permitiu-lhes um convívio e um conhecimento mais próximo. Mas por outro lado também sabemos como a proximidade gerou conflitos, chegando a situações de grande violência, a que algumas crianças foram sujeitas, por sofrerem directamente ou assistirem.

Ainda bem que abriram as escolas! 

domingo, 14 de março de 2021

O soutien. Cada vez mais distraída? A endoidecer?

 357º dia do recomeço do blog

Que chatice, acordo sempre cedo. Aproveito para ler no tablet o jornal que assino e só depois me levanto.

Isto para dizer que nessa altura estou já bem acordada.

Agarrei na roupa para vestir e levei para a casa de banho. Não reparei se o soutien estava lá.

Na casa de banho ao tirar o pijama vejo que dormi com ele. Falei sozinha sobre a minha distração.

Já dentro do duche, com ele ligado e a ensaboar-me vi que ainda o tinha vestido.

sábado, 13 de março de 2021

Com um ganchinho ficava melhor

 356º dia do recomeço do blog

Parte da minha vida usei franja. Usei e uso apesar da minha idade. Franja para a frente e a direito desde há umas décadas..

Na 3a e 4a classe tive a sorte de ser aluna da Alice Gomes, uma das introdutoras da educação pela Arte em Portugal. Eram aulas divertidas, aprendia-se sem dar por isso, através da música, da representação, do desenho. 

Lembro-me da Rosarinho, nunca mais soube dela, que numa representação de um quadro da Primavera, não sei como, ficou com a saia a arder. Vi a Alice Gomes saltar nem sei como por cima de tudo e abafar o fogo. Não passou de um susto para a aluna e para a professora. Foi muito rápido, a maioria nem teve oportunidade de se assustar.

Nem todas as minhas colegas se deram bem com este tipo de aprendizagem e houve algumas reprovações no exame de admissão aos liceus.

A minha Mãe, numa ocasião, pediu licença para ir filmar parte de uma aula. Nessa altura o meu cabelo era grande, risca ao lado e uma enorme franja comprida que me tapava um olho. E, uma vez que eu iria ser filmada pela mamã, a minha professora quis que eu com um ganchinho a segurar o cabelo ficasse com os dois olhos à mostra. E tanto quanto me lembro a franja lá ficou como eu queria. 

O filme, que vimos na altura, desapareceu. Alguém que o quis passar para cassete estragou-o. Tive pena.

sexta-feira, 12 de março de 2021

Mais histórias com cabelo e cabeleireiros

 355º dia do recomeço do blog

Só há pouco tempo se veem as pessoas ostentar o seu cabelo encaracolado ou às ondas.

Eu fui uma desgraçada com a moda dos cabelos lisos.

Teria uns caracóis leves, aos quais quando eu era criança pequena a minha Mãe deitava vinagre no fim da lavagem para os tornar mais enrolados. Talvez nesta altura ou um pouco mais tarde eu chorava imenso quando me lavavam a cabeça, lembrei-me agora.

Também me lembrei que num cabeleireiro na Avenida João XXI me terei mexido tanto que acabei nua, envolvida num penteador, enquanto a minha roupa era pendurada e seca nos secadores de cabeça, onde as senhoras secavam os rolos da mise. Muito pequena julgo que nunca mais lá fui.

Depois deixei crescer o cabelo, um bocado ondulado...mas eu queria-o liso.

Volta não volta lá ia ao cabeleireiro, isto foi há tantos anos que o shampoo não era sempre usado, havia uns que para pouparem davam a primeira lavagem com sabão. Sentia-se o duro na cabeça.

E a propósito li há dias que agora há shampoo sólido!

Bom, voltando às peripécias, a maior parte das vezes lavava-o em casa. E tinha muito, a minha mãe punha a mão na minha cabeça e dizia que para chegar ao coro cabeludo parecia tão difícil como se fossem penas de pato. Quando secava ficava enorme, alto e o contrário de liso e escorrido como eu queria.

Era frequente naquela época passar o cabelo a ferro. Cabeça pousada na tábua, cabelo deitado sobre ela e com ou sem proteção o cabelo era penteado. Só não o queimava porque o meu era muito forte.

Depois veio a moda da mise-à-brasileira, um ou dois grandes rolos no cocuruto e todo o cabelo enrolado e esticado à volta da cabeça.

Mais tarde os secadores tornaram-se mais fortes o que facilitou o esticanso.

Hoje usa-se tudo. Desde que me aposentei, a pouco e pouco deixei de usar o esticado, deixo-o com os meus jeitos, deixa-me rir, já nem lhe chamo ondas. Mas como 75% é branco e como tal mais fino também não é tão volumoso.

O meu anda enorme. Ontem soube que os cabeleireiros vão abrir na próxima semana. Qualquer dia vou lá cortar um pouco.

quinta-feira, 11 de março de 2021

Cabeleireiro num dia especial

 354º dia do recomeço do blog

Ando com uma "trunfa" enorme, já chega por baixo dos ombros. 

Comparado com tamanhos que já usei, isto não é nada.

Passei há pouco por uma rua de Lisboa e lembrei-me da história do meu cabelo no dia do meu casamento. Cabelo enorme, pelo meio das costas. Para ficar bem, liso como eu queria e se usava, franja à Sylvie Vartan e liso como o da Françoise Hardy, tinha de ser arranjado no cabeleireiro. Estamos no início dos anos 70.

Marquei para as 8 horas da manhã, antes do registo civil, única cerimónia que houve e que era na rua paralela àquela.

Subi as escadas e estavam as funcionárias e outra cliente à porta. Um problema com a fechadura e não a conseguiam abrir. Um imprevisto desagradável.

Saí a correr, o tempo era curto e entrei noutro cabeleireiro ali perto e onde nunca tinha ido. Tinha já várias clientes.

Eu de fato calças e casaco de veludo grenat, a explicar às senhoras que era a noiva e precisava de ser atendida com urgência. E sim acreditaram e passei à frente. 

quarta-feira, 10 de março de 2021

"Perdi os óculos"...e o FB

 353º dia do recomeço do blog

Escrever no FB tem que se diga. Sigo várias pessoas que escrevem coisas interessantes, informam e ajudam-me a pensar. Política actual ou não, artigos de literatura e divulgação de livros, avisos de teatros, concertos, ainda ontem ouvi o da Gulbenkian, e outros assuntos. Porque são pessoas consideradas e até mediáticas, não escrevendo para os órgãos de comunicação, dão me muita ajuda.

Outros escrevem umas balelas que têm imensas pessoas a ir ver e comentar.

Eu costumo pôr umas coisas divertidas, de 3 em 3 dias mais ou menos. Hoje pus: PERDI OS ÓCULOS DENTRO DE CASA: CONSELHOS PARA OS ENCONTRAR? JÁ VIREI TUDO!

E foi um "sucesso", imensa gente a comentar, falar da sua experiência pessoal, hehe, foi engraçado.

Já apareceram, nos bolsos do casaco de malha que vesti ontem. Assunto resolvido.

Agora vou fritar os croquetes pedidos ontem.

terça-feira, 9 de março de 2021

E que tal uns croquetes! A memória afectiva é muito importante!

 352º dia do recomeço do blog 

Talvez se saiba de alguma coisa do desconfinamento amanhã. As saudades dos meus netos vão antecipá-lo.

Às 4as feiras o Francisco faz um ensaio de piano comigo. Inicialmente, já há uns anos comigo ao lado e eu a saber talvez um pouco mais que ele. Desde o confinamento por WhatsApp com imagem e eu a saber menos que ele. Sou assim um auxiliar, apoio-o naquele tempo e ele vai avançando. 

Estou cheia de saudades e resolvi que amanhã irei. Ele está sempre em casa ou na outra avó onde almoça, não há grande perigo que está tudo resguardado. Queres que eu vá, perguntei eu, Quero, que bom, respondeu, as primas estarão lá mas eu tenho tantas saudades tuas! 

Ontem ao telefone, ele tinha tanta coisa para me contar e ia dizendo "amanhã mostro-te!".

À despedida perguntei-lhe se queria alguma coisa para o lanche que eu podia levar e ele disse contendo a satisfação que saía por todos os lados "Croquetes!". Logo à tarde fritarei e irão quentinhos.

segunda-feira, 8 de março de 2021

Dia Internacional das Mulheres

 351º dia do recomeço do blog 



domingo, 7 de março de 2021

Graças à vacina, a poliomielite está quase erradicada. Um dia também a Covid-19 estará.

 350º dia do recomeço do blog 

Li que cerca de 80% da população está a sair de casa durante o confinamento, o que comparando com outras alturas só mostra que ele não está a ser cumprido.

As pessoas estão fartas. Eu também. Dei por mim a ir de manhã cedo buscar um gelado Häggen-Dazs ao Continente que fica a cinco minutos feitos a pé de minha casa. Eu que nem ao Continente ia de semana e fui ao domingo! Um gelado para compensar a "prisão"?

Havia sol e o dia estava bonito. Demorei uma meia hora nem tanto.

Mas se eu que acredito que há vírus, muito contagioso, e com risco de gravidade, o que pensarão e farão quem desvaloriza a situação, ou simplesmente pensa que vai ser tão bom sair que nada nos vai acontecer.

Parece que talvez seja decidido esta semana algum dos patamares do desconfinamento, palavra que o diccionário do computador não reconhece. 

Como estarão os preparativos para isso, nomeadamente os testes nas escolas, aos educadores, auxiliares, porteiros, cozinheiras que lá trabalham, se é que abrirem para os mais pequenos é uma das hipóteses?

Começou hoje na RTP2 uma série que passará aos domingos. Na altura em que se situa a história, havia muita resistência de alguns países vacinarem contra a poliomielite. E neste 1º episódio acompanha-se um miúdo que deixou de se mexer. Infectado. E quando perguntam à médica o que fazer, para além das medidas para tratar os sintomas, um pulmão de aço porque o diafragma deixou de se mexer e portanto de permitir por si os movimentos de respiração, ela só respondeu que mais nada, teria de se esperar que passasse e depois se veriam as sequelas. Todos nós conhecemos em Portugal quem, antes da vacina, tenha ficado com uma perna mais curta, bota compensatória, até com um ferro para ajudar ao movimento. 

Certamente também um dia será erradicada a Covid-19 depois de vacinação em massa. Deseja-se.

sábado, 6 de março de 2021

"Coleção de Amantes"

 349º dia do recomeço do blog  

Tenho plena consciência de que sou uma privilegiada, burguesa aposentada e que nem está em teletrabalho. 

Estes tempos de pandemia e confinamento criaram necessidade de alterar os hábitos. Estou a referir-me a espectáculos culturais. Não podemos sair e ir mas eles podem vir ter connosco. A alguns de nós, que nos interessamos e até podemos pagar bilhetes a preços irrisórios.

Ontem assisti a um concerto de piano e voz em directo do Teatro de São Carlos. Obras de Fernando Lopes Graça, Nuno Vieira de Almeida ao piano e voz de Susana Gaspar. Dizia no anúncio ser gratuito mas afinal havia um pagamento de 3,73€. Foi muito bom, embora a música de Lopes Graça, com excepção para as Canções Heroicas, muito ouvidas e que muitos sabemos de cor.

Hoje, através do FB assisti a um directo de teatro, "Coleção de Amantes" de Raquel André, que o fez frente a um computador, em sua casa, eventualmente o seu pequeno escritório. Neste texto, Raquel conta como estabeleceu centenas de relações, com duração de 1 hora para construir uma intimidade ficcionada, ilustradas por inúmeras fotografias. Entender o que é a intimidade e o que os seus/suas amantes consideram que é. Para além do texto que lê como se falasse e inúmeras fotografias que ilustram as relações referidas, o espectáculo é isso.

Achei muito interessante o tema, num período em que a nossa intimidade foi alterada, em que falamos pelo telefone ou por programas através da internet. O que é hoje a intimidade? Como manter a intimidade com quem já tínhamos? E como criar com pessoas que só conhecemos à distância.

Podia-me ter inscrito para no final ter uma conversa com a autora, mas não me inscrevi e fiquei com pena.

Organizado pela A Gráfica - Centro de Criação Artística. Desconhecia a sua existência. Que continuem!

sexta-feira, 5 de março de 2021

O mistério do cartão

 348º dia do recomeço do blog  

Estes dias numa área protegida, serra e polje muito bonitos, justificavam carregar uma máquina fotográfica. E lá levei a minha Canon, para tirar uns retratos com mais qualidade que as fotos do telemóvel. 

Vi paisagens muito boas para as fotos. Na procura de chegar à água no polje, o entusiasmo era grande, quando dei por mim estava em terrenos alagados, calças e botas não impermeáveis todas molhadas. Acabou ali a minha veia fotográfica, voltei direita a casa, despir-me para não me constipar.

Depois pus-me a ver as fotos que tirei. Apaguei umas duas que tinham ficado tremidas e com escolha manual transferia-as para o ficheiro que previamente escolhi. Onde nunca chegaram...nem ficaram no cartão.

Tenho a certeza que não as cortei.

Fiquei "desesperada", pedi ajuda ao informático que me apoia, acabei por lhe ir entregar o cartão. Confirma-se, desapareceram, nem no cartão nem no computador.

As máquinas parece que têm sempre razão. Só sei funcionar com elas quando tudo corre bem. Não percebo de nenhuma como funcionam para além do básico. Admiro quem seja capaz de descobrir e arranjar coisas que nunca tinha visto...mas eu sou uma analfabeta. Mesmo no computador e no telemóvel, só o básico.

Hoje lá fui à Fnac comprar outro cartão de memória. Quem sabe se com esta chuva do fim de semana ainda volto a encontrar a dita água e os ramos cruzados a fazerem alamedas.

quarta-feira, 3 de março de 2021

O valor informativo dos sinos da igreja

347º dia do recomeço do blog  

Os sinos da igreja começaram a tocar "a defunto", um toque curto, repetido e mantido durante muito tempo. 

As vizinhas da frente vieram logo à rua falar, quem teria morrido?

Na cidade, em Lisboa onde vivo, pode morrer alguém do meu prédio, ser enterrado e nenhum vizinho saber. Aqui, terra pequena, e com a casa na parte antiga perto da igreja, não será só por haver pouco que fazer, há relações entre as pessoas.

Ao fim da tarde, já de telemóvel na mão com a foto do aviso da agência funerária, uma vizinha mostrou-me. Uma história triste, uma mulher de 40 anos que se tinha suicidado. Mãe de três filhos, a adolescente também já fez duas tentativas. 

Das mortes, o suicídio é das que mais marcam quem fica vivo. Que se poderia ter feito por esta família que parecia já dar sinais de grande sofrimento?

Esperemos que os técnicos de saúde mental, há pedopsiquiatras em dois dos hospitais na zona e psicólogos também, tomem a cargo esta família certamente disfuncional neste momento.

terça-feira, 2 de março de 2021

A "sala do meio"

347º dia do recomeço do blog 

O dia acordou bonito. Com as novas janelas luz e sol entravam na sala do meio, como lhe chamava a minha avó. A casa é antiga e as janelas aos quadradinhos, se bem que eram bonitas, deixavam entrar pouco luz.

Tirei uma fotografia ao chão, julgo que nunca tinha apanhado sol!


Esta sala era sobretudo usada no verão. As paredes largas e as janelas com vidros pequenos, tornava-a muito fresca.

Já pensei se alterei a qualidade desta sala, só no verão saberei.

Para já está-se muito bem!

segunda-feira, 1 de março de 2021

Não nos conhecíamos mas recebeu-me assim.

 347º dia do recomeço do blog

Uns dias em Minde.

À minha chegada, parei o carro e ela olhou para mim.

Com a chuva que tem estado, as ervas cresceram e devem estar deliciosas. Pelo ar delas é a conclusão possível.