sábado, 13 de março de 2021

Com um ganchinho ficava melhor

 356º dia do recomeço do blog

Parte da minha vida usei franja. Usei e uso apesar da minha idade. Franja para a frente e a direito desde há umas décadas..

Na 3a e 4a classe tive a sorte de ser aluna da Alice Gomes, uma das introdutoras da educação pela Arte em Portugal. Eram aulas divertidas, aprendia-se sem dar por isso, através da música, da representação, do desenho. 

Lembro-me da Rosarinho, nunca mais soube dela, que numa representação de um quadro da Primavera, não sei como, ficou com a saia a arder. Vi a Alice Gomes saltar nem sei como por cima de tudo e abafar o fogo. Não passou de um susto para a aluna e para a professora. Foi muito rápido, a maioria nem teve oportunidade de se assustar.

Nem todas as minhas colegas se deram bem com este tipo de aprendizagem e houve algumas reprovações no exame de admissão aos liceus.

A minha Mãe, numa ocasião, pediu licença para ir filmar parte de uma aula. Nessa altura o meu cabelo era grande, risca ao lado e uma enorme franja comprida que me tapava um olho. E, uma vez que eu iria ser filmada pela mamã, a minha professora quis que eu com um ganchinho a segurar o cabelo ficasse com os dois olhos à mostra. E tanto quanto me lembro a franja lá ficou como eu queria. 

O filme, que vimos na altura, desapareceu. Alguém que o quis passar para cassete estragou-o. Tive pena.