quarta-feira, 17 de março de 2021

Concursos televisivos e cultura

 360º dia do recomeço do blog

Gosto muito de concursos televisivos, sobretudo dos ditos de "cultura geral". Esta é muitas vezes pouco geral, até de pouco cultura. Mas é divertido assistir, mais do que participar.

Aqui há uns anos participei no Quem quer ser Milionário Alta Pressão, com o José Carlos Malato. Ainda hoje penso como tive lata. E muita gente viu porque recebi muitas mensagens, telefonemas e até um vídeo do programa. Saí de lá com 500€, errei a pergunta dos 3500€ convencida que tinha acertado. Curiosamente lembro-me da minha resposta que estava errada, James Dean, como um actor que gostava muito de velocidade, contra Steve Mac Queen que estaria certa. 

Não admira pois que sempre que posso veja o Joker, com o engraçadíssimo Vasco Palmeirim. Um bom espectáculo de entretenimento.

Há, claro, bons concorrentes. Mas também lá vão perfeitos ignorantes, quase todos com formação superior. Isso deve levar-nos a questionar quem é hoje licenciado, muita gente, e em termos de cultura para que serve.

Muita da nossa cultura pode vir do berço. Facilita. Mas isso não implica que outros a tenham. Estuda-se, lê-se, vamos a museus, cinema, concertos etc.

Ontem por exemplo, uma licenciada em gestão, nunca tinha ouvido falar de Richard Zimler. Para além de escritor é casado com um cientista e deputado, Alexandre Quintanilha, o que na altura foi bem falado. Tem vários livros muito interessantes e bem escritos e ainda agora saiu ou vai sair um novo. Dá na televisão e nos jornais. A pergunta era sobre a dupla nacionalidade dele, que é americano de origem e português. A escolha dela foi alemã. Impressionou-me a tortuosidade da escolha, que teve a ver com um nazi que tinha um nome cuja sonoridade lhe fez lembrar. Coitado do Zimler que é judeu.