sábado, 23 de maio de 2020



71º dia de isolamento social (COVID-19)

Desconfinada mas isolada


Estive alguns dias com medo de sair de casa. Não por causa do Covid-19 mas por causa da porta. Emperrou, descaiu e por 2 vezes tive de chamar alguém para me ajudar, com jeitinho ou força, a deixar-me entrar.

Numa zona onde é difícil arranjar alguém, hoje tive toda a manhã o sr. Ioan, que já me fez vários trabalhos de construção civil.

Oriundo de leste, deve andar pelos 60 anos e tem uma grande barriga. Sabe fazer todas as coisas da construção, inclusive electricidade e águas. E, claro, tem sempre clientes à espera.

Neste dois meses de confinamento esteve em casa com a mulher a protegerem-se da doença. Quando retomou o trabalho e porque no sítio onde estou só se podem fazer obras, leia-se barulho de obras, até final de Maio, não aceitou nada de demorado. Só uns biscates soltos.

Foi assim que a sorte me bafejou. A porta, azulejos que se tinham solto, pinturas pequenas, umas torneiras, uns quadros para pôr na parede mas que exigem buraco feito com máquina, e mais uns cem números de pequenos arranjos. Esteve hoje e continuará na 2ª feira.

Entretanto já posso sair. Sábados e domingos são dias que evito mas só saber que posso e a porta se abrirá à minha chegada é um alívio.

Já estive confinada que baste, agora presa era demais.