sábado, 30 de janeiro de 2021

Uma identidade ou será só moda?

 317º dia do recomeço do blog

Com a minha empregada em confinamento, ela quer vir mas eu não quero, passei a estar mais atenta à minha casa. Perco imensos cabelos que vou encontrando pelo chão. Noto a diferença de volume, antigamente um rabo de cavalo precisava de elástico, agora qualquer ganchito o segura. Dizem que os cabelos brancos são mais finos, serão, mas com os que caiem pergunto-me se alguma vez irei ficar careca.

A minha Mãe era muito cuidadosa com ela. Elegante, mais uns centímetros que eu, sempre de fatos novos em cada estação, sapatos de salto alto fino, 7,5 centímetros e mala a condizer. Cabelo sempre arranjado e unhas também.

Na minha adolescência, aí até aos 17 anos, para além da farda do Lycée Français de Lisbonne, que usava todos os dias, tinha cuidados comigo, ia com a minha Mãe às boutiques comprar roupa da moda. Mini saias muito curtas, com calções iguais por baixo e casaco compridos até aos pés. Adorava sapatos, sempre mocassins. Depois passei pela fase do preto, simples e discreto. Na Faculdade passei aos jeans que mantenho hoje 40 anos passados. Azul escuro e preto a mais das vezes e umas camisolas de cor no inverno e camisas brancas no verão. Hoje uso praticamente sempre ténis que tenho de várias cores. Mochila bonita às costas. Descrevo-me como o "usual chic".

Hoje vi uma fotografia de uma filha adulta com a mãe, de cabeças encostadas e a rirem. Julgo não ter nenhuma assim. Embora gostássemos muito uma da outra éramos discretas nas manifestações afectivas. 

Se tivéssemos, ela seria uma Senhora e eu uma eterna adolescente, mesmo de cabelos brancos.