quarta-feira, 3 de junho de 2020



82º dia de isolamento social (COVID-19)

Desconfinada mas isolada


"É preciso ter estomago para estar numa linha SOS a ouvir pessoas que ligam a falar dos seus problemas", ouvi dizer a propósito da saúde mental em tempo de pandemia.

Fiquei a pensar. 

Quando se fala de problemas psicológicos, psiquiátricos ou familiares, nós os técnicos da área até podemos falar de forma simples e clara, tornando as coisas claras, compreensivas e até simples. 
Isto é o que pode parecer, lógico e simples dirá quem ouve.
Quanto mais se sabe mais fácil é traduzir para linguagem percebível.

Dei formação a médicos, psicólogos, professores e pessoas com outras formações. Se o assunto em questão podia ser o mesmo, a linguagem não o era.

Paralelamente à nossa formação quase todos de nós fizemos outra, a pessoas, que nos permitiu entendermos-nos a nós próprios como aos outros.
Foram longos anos que isso demorou.

Não sei quem esteve por detrás das linhas SOS. Idealmente deveriam ter sido pessoas com formação sólida, que possam compreender o outro sem se deixar destruído pelos problemas que lhe expõem.

Não seria para estas pessoas das linhas de apoio o estomago mas o saber que as protegia. Oxalá.