segunda-feira, 29 de junho de 2020



108º dia de recomeço do blog


Gosto muito de guiar, viagens por boas estradas e em que ver a paisagem não é essencial. Nada melhor do que uma autoestrada sem muito movimento.
Neste momento de covid-19 ando sozinha, desde que comecei a mudar de casa volta não volta para desenjoar do sítio. 

Vou sempre de rádio ligado, sobretudo na antena 2, mudando para a 1 ou a TSF na hora dos noticiários.

Para além de música, a 2 tem programas de palavras que são muito interessantes.

Hoje, nos quase 400 kms que fiz, ouvi pela 1ª vez um programa do Martim Sousa Tavares.

Lira de Orfeu, eram 17 horas quando o ouvi. E começou de uma forma muito curiosa. Ele explicou que no período de pandemia em que não podiam ir para o estúdio gravar, ele descobriu que o carro, num sítio isolado era o ambiente mais insonorizado que arranjava. Então todos os programas destes meses têm sido feitos lá. E fez aquele que ouvi hoje, permitindo-se não regravar quando algum som não desejado acontecia. E aconteceu, um cão a ladrar.

O programa, cultural, de música, histórias relacionadas, tem uma característica interessante, aparentemente realizado por associação livre. As coisas aparecem e depois conseguimos perceber o fio condutor. Da importância da rádio desde o seu aparecimento, Pablo Casales, o seu esconderijo em Espanha no tempo da 2ª guerra, o 1º concerto que deu em Londres, e ouvimos parte do concerto, ou uma rádio norueguesa quase no pólo norte que ninguém sabe de quem é mas que tocou uma música do Mário Laginha e pôs uns milhares de pessoas a sintonizar, ou a música E depois do Adeus tocada pelo Laginha e o Bernardo Sassetti que faleceu fez agora anos, etc. 

A rádio e os programas que ouvi fizeram-me uma excelente companhia na viagem. Obrigada à rádio que em casa tantas vezes é escondida pela televisão.