terça-feira, 23 de junho de 2020



102º dia de recomeço do blog

23 de Junho, véspera de São João.

Em muitas terras portuguesas se festeja o São João, talvez nenhuma tanto como o Porto. 
Este ano, tal como o Santo António de Lisboa, por causa do Covid-19 não haverá festejos de rua.


 Foto que tirei em Minde este mês.

Este é um alho porroNunca vivi o São João no Porto, mas vi muitas filmagens e li muitas descrições. Multidões na rua, música e alegria, que tantas vezes escondem tristezas e misérias. Com um alho porro na mão metiam-se com conhecidos e desconhecidos, passando-o pela cara como uma festinha ou dando com o alho na cabeça. Até às tantas da madrugada.

Mais tarde, e não sei o porquê, o alho porro foi substituído por uns martelinhos de plástico, que fazem um barulho que acho irritante.

Sou e sempre vivi em Lisboa embora a família do meu Pai seja do Porto. Porque não fui nunca, tendo passado tantos São João em casa dos meus avós?
O que me diziam é que era uma festa popular, do povo e não para meninas como eu. Subentendido que eu era doutra classe? Superior de certeza...

Hoje sexagenária, como leio o impedimento?
O meu avô morreu quando eu tinha 14 anos e nunca mais fui lá para casa passar dias. Portanto eu era muito novinha. Não sei com quem poderia ter ido, certamente não com eles e não me lembro de tio ou primos me terem convidado para ir. Essa deve ter sido a razão principal, não poder ir sozinha. Mas foi o preconceito que me ficou muito tempo na cabeça.