sábado, 5 de dezembro de 2020

Desigualdades.

 

264º dia do recomeço do blog


Há uns 50 anos ou mais não havia serviços de psiquiatria distribuídos por Portugal. Eram os médicos do Instituto de Assistência Psiquiátrica que iam fazer consultas a várias capitais de distrito. 

Tanto quanto sei as brigadas eram fixas, na constituição e nas cidades.

Um dia um dos médicos ficou doente e a minha Mãe foi substituí-lo e vários doentes nomearam-lhe o "seu marido na última consulta".

Nunca tinham visto uma mulher médica nem lhes passava isso pela cabeça.

A desvalorização da mulher face ao homem continua meio século depois. 

Não consigo contar este episódio sem sorrir, apesar do que manifesta é de uma enorme confiança no outro.

Hoje uma amiga minha contou a este propósito e furiosa, que um programa de rádio terá entrevistado a mãe dela e um homem, estrangeiros residentes em Portugal, como pessoas que se destacaram. A mãe dela é  diplomata. Apareceu como casada com um português há 40 anos, mãe e avó. Quanto ao homem, foi apresentado com os graus académicos. Iguais aos dela mas não referidos.

É assim e estamos na Europa.