sexta-feira, 12 de março de 2021

Mais histórias com cabelo e cabeleireiros

 355º dia do recomeço do blog

Só há pouco tempo se veem as pessoas ostentar o seu cabelo encaracolado ou às ondas.

Eu fui uma desgraçada com a moda dos cabelos lisos.

Teria uns caracóis leves, aos quais quando eu era criança pequena a minha Mãe deitava vinagre no fim da lavagem para os tornar mais enrolados. Talvez nesta altura ou um pouco mais tarde eu chorava imenso quando me lavavam a cabeça, lembrei-me agora.

Também me lembrei que num cabeleireiro na Avenida João XXI me terei mexido tanto que acabei nua, envolvida num penteador, enquanto a minha roupa era pendurada e seca nos secadores de cabeça, onde as senhoras secavam os rolos da mise. Muito pequena julgo que nunca mais lá fui.

Depois deixei crescer o cabelo, um bocado ondulado...mas eu queria-o liso.

Volta não volta lá ia ao cabeleireiro, isto foi há tantos anos que o shampoo não era sempre usado, havia uns que para pouparem davam a primeira lavagem com sabão. Sentia-se o duro na cabeça.

E a propósito li há dias que agora há shampoo sólido!

Bom, voltando às peripécias, a maior parte das vezes lavava-o em casa. E tinha muito, a minha mãe punha a mão na minha cabeça e dizia que para chegar ao coro cabeludo parecia tão difícil como se fossem penas de pato. Quando secava ficava enorme, alto e o contrário de liso e escorrido como eu queria.

Era frequente naquela época passar o cabelo a ferro. Cabeça pousada na tábua, cabelo deitado sobre ela e com ou sem proteção o cabelo era penteado. Só não o queimava porque o meu era muito forte.

Depois veio a moda da mise-à-brasileira, um ou dois grandes rolos no cocuruto e todo o cabelo enrolado e esticado à volta da cabeça.

Mais tarde os secadores tornaram-se mais fortes o que facilitou o esticanso.

Hoje usa-se tudo. Desde que me aposentei, a pouco e pouco deixei de usar o esticado, deixo-o com os meus jeitos, deixa-me rir, já nem lhe chamo ondas. Mas como 75% é branco e como tal mais fino também não é tão volumoso.

O meu anda enorme. Ontem soube que os cabeleireiros vão abrir na próxima semana. Qualquer dia vou lá cortar um pouco.

quinta-feira, 11 de março de 2021

Cabeleireiro num dia especial

 354º dia do recomeço do blog

Ando com uma "trunfa" enorme, já chega por baixo dos ombros. 

Comparado com tamanhos que já usei, isto não é nada.

Passei há pouco por uma rua de Lisboa e lembrei-me da história do meu cabelo no dia do meu casamento. Cabelo enorme, pelo meio das costas. Para ficar bem, liso como eu queria e se usava, franja à Sylvie Vartan e liso como o da Françoise Hardy, tinha de ser arranjado no cabeleireiro. Estamos no início dos anos 70.

Marquei para as 8 horas da manhã, antes do registo civil, única cerimónia que houve e que era na rua paralela àquela.

Subi as escadas e estavam as funcionárias e outra cliente à porta. Um problema com a fechadura e não a conseguiam abrir. Um imprevisto desagradável.

Saí a correr, o tempo era curto e entrei noutro cabeleireiro ali perto e onde nunca tinha ido. Tinha já várias clientes.

Eu de fato calças e casaco de veludo grenat, a explicar às senhoras que era a noiva e precisava de ser atendida com urgência. E sim acreditaram e passei à frente. 

quarta-feira, 10 de março de 2021

"Perdi os óculos"...e o FB

 353º dia do recomeço do blog

Escrever no FB tem que se diga. Sigo várias pessoas que escrevem coisas interessantes, informam e ajudam-me a pensar. Política actual ou não, artigos de literatura e divulgação de livros, avisos de teatros, concertos, ainda ontem ouvi o da Gulbenkian, e outros assuntos. Porque são pessoas consideradas e até mediáticas, não escrevendo para os órgãos de comunicação, dão me muita ajuda.

Outros escrevem umas balelas que têm imensas pessoas a ir ver e comentar.

Eu costumo pôr umas coisas divertidas, de 3 em 3 dias mais ou menos. Hoje pus: PERDI OS ÓCULOS DENTRO DE CASA: CONSELHOS PARA OS ENCONTRAR? JÁ VIREI TUDO!

E foi um "sucesso", imensa gente a comentar, falar da sua experiência pessoal, hehe, foi engraçado.

Já apareceram, nos bolsos do casaco de malha que vesti ontem. Assunto resolvido.

Agora vou fritar os croquetes pedidos ontem.

terça-feira, 9 de março de 2021

E que tal uns croquetes! A memória afectiva é muito importante!

 352º dia do recomeço do blog 

Talvez se saiba de alguma coisa do desconfinamento amanhã. As saudades dos meus netos vão antecipá-lo.

Às 4as feiras o Francisco faz um ensaio de piano comigo. Inicialmente, já há uns anos comigo ao lado e eu a saber talvez um pouco mais que ele. Desde o confinamento por WhatsApp com imagem e eu a saber menos que ele. Sou assim um auxiliar, apoio-o naquele tempo e ele vai avançando. 

Estou cheia de saudades e resolvi que amanhã irei. Ele está sempre em casa ou na outra avó onde almoça, não há grande perigo que está tudo resguardado. Queres que eu vá, perguntei eu, Quero, que bom, respondeu, as primas estarão lá mas eu tenho tantas saudades tuas! 

Ontem ao telefone, ele tinha tanta coisa para me contar e ia dizendo "amanhã mostro-te!".

À despedida perguntei-lhe se queria alguma coisa para o lanche que eu podia levar e ele disse contendo a satisfação que saía por todos os lados "Croquetes!". Logo à tarde fritarei e irão quentinhos.

segunda-feira, 8 de março de 2021

Dia Internacional das Mulheres

 351º dia do recomeço do blog 



domingo, 7 de março de 2021

Graças à vacina, a poliomielite está quase erradicada. Um dia também a Covid-19 estará.

 350º dia do recomeço do blog 

Li que cerca de 80% da população está a sair de casa durante o confinamento, o que comparando com outras alturas só mostra que ele não está a ser cumprido.

As pessoas estão fartas. Eu também. Dei por mim a ir de manhã cedo buscar um gelado Häggen-Dazs ao Continente que fica a cinco minutos feitos a pé de minha casa. Eu que nem ao Continente ia de semana e fui ao domingo! Um gelado para compensar a "prisão"?

Havia sol e o dia estava bonito. Demorei uma meia hora nem tanto.

Mas se eu que acredito que há vírus, muito contagioso, e com risco de gravidade, o que pensarão e farão quem desvaloriza a situação, ou simplesmente pensa que vai ser tão bom sair que nada nos vai acontecer.

Parece que talvez seja decidido esta semana algum dos patamares do desconfinamento, palavra que o diccionário do computador não reconhece. 

Como estarão os preparativos para isso, nomeadamente os testes nas escolas, aos educadores, auxiliares, porteiros, cozinheiras que lá trabalham, se é que abrirem para os mais pequenos é uma das hipóteses?

Começou hoje na RTP2 uma série que passará aos domingos. Na altura em que se situa a história, havia muita resistência de alguns países vacinarem contra a poliomielite. E neste 1º episódio acompanha-se um miúdo que deixou de se mexer. Infectado. E quando perguntam à médica o que fazer, para além das medidas para tratar os sintomas, um pulmão de aço porque o diafragma deixou de se mexer e portanto de permitir por si os movimentos de respiração, ela só respondeu que mais nada, teria de se esperar que passasse e depois se veriam as sequelas. Todos nós conhecemos em Portugal quem, antes da vacina, tenha ficado com uma perna mais curta, bota compensatória, até com um ferro para ajudar ao movimento. 

Certamente também um dia será erradicada a Covid-19 depois de vacinação em massa. Deseja-se.

sábado, 6 de março de 2021

"Coleção de Amantes"

 349º dia do recomeço do blog  

Tenho plena consciência de que sou uma privilegiada, burguesa aposentada e que nem está em teletrabalho. 

Estes tempos de pandemia e confinamento criaram necessidade de alterar os hábitos. Estou a referir-me a espectáculos culturais. Não podemos sair e ir mas eles podem vir ter connosco. A alguns de nós, que nos interessamos e até podemos pagar bilhetes a preços irrisórios.

Ontem assisti a um concerto de piano e voz em directo do Teatro de São Carlos. Obras de Fernando Lopes Graça, Nuno Vieira de Almeida ao piano e voz de Susana Gaspar. Dizia no anúncio ser gratuito mas afinal havia um pagamento de 3,73€. Foi muito bom, embora a música de Lopes Graça, com excepção para as Canções Heroicas, muito ouvidas e que muitos sabemos de cor.

Hoje, através do FB assisti a um directo de teatro, "Coleção de Amantes" de Raquel André, que o fez frente a um computador, em sua casa, eventualmente o seu pequeno escritório. Neste texto, Raquel conta como estabeleceu centenas de relações, com duração de 1 hora para construir uma intimidade ficcionada, ilustradas por inúmeras fotografias. Entender o que é a intimidade e o que os seus/suas amantes consideram que é. Para além do texto que lê como se falasse e inúmeras fotografias que ilustram as relações referidas, o espectáculo é isso.

Achei muito interessante o tema, num período em que a nossa intimidade foi alterada, em que falamos pelo telefone ou por programas através da internet. O que é hoje a intimidade? Como manter a intimidade com quem já tínhamos? E como criar com pessoas que só conhecemos à distância.

Podia-me ter inscrito para no final ter uma conversa com a autora, mas não me inscrevi e fiquei com pena.

Organizado pela A Gráfica - Centro de Criação Artística. Desconhecia a sua existência. Que continuem!