segunda-feira, 8 de março de 2010

aconteceu ... a propósito de uma notícia - 4

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Há pessoas que passam por nós e nunca mais nos lembramos delas. Pelo contrário, outras que conhecemos por breve horas deixam uma marca na memória.
Li hoje que morreu num desastre de avionete o Costa Martins, capitão de Abril que tomou conta do aeroporto da Portela no dia 25 de Abril de 1974.
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A ocupação do aeroporto é uma história engraçada, uma vez que era suposto ele ter apoio de tropas que fariam o cerco mas que falharam na hora. No entanto, ele fingiu que estavam e cumpriu a missão que lhe tinha sido destinada.
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Conheci-o um dia em casa de amigos. Senti-me junto de um Arsène Lupin ou de um 007, personagens que a existirem, admiramos e receamos simultâneamente.
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Das muitas histórias que contou nessa tarde, relembro duas:
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1ª - Militar da força aérea, explicou que quando tinha de embarcar num avião nos treinos habituais, perguntava sempre qual o avião que lhe tinham preparado. Posto o que nunca ia no que lhe tinham destinado.
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2ª - Acusado de factos graves e consciente que eram mentira, pôs o estado em tribunal e pôs-se a estudar direito. Explicou-nos que quando tinha de estudar qualquer coisa era sempre o melhor e ficava a saber tanto ou mais que os outros. Daí que não quisesse um advogado, sentindo-me melhor defendido por ele próprio.
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Personagem inteligente, desconfiado, corajoso que terá vivido por vezes no limite/risco, a morte pregou-lhe uma partida na aeronave de um amigo.

2 comentários:

  1. escrevi há pouco, dp eclipsou-se...por esta sensação do lembrar/esquecer.Um meu amigo arquitecto queria que eu fosse para o seu atelier desenhar; pq estava sp a desnhar como quem fuma ou rói as unhas. E ficava e fica sp giro e bem melhor, desenhar. Nesse atelier aconteciam umas tertúlias. Divagações de tudo e de todos. Principalmente política. Mas, 1 dia apareceu um ser, diferente, um profeta do mar. Vinha de Este, do Oriente. Abriu um saco.
    Uma mochila enorme: e, muito sossegadamente foi tirando conchas, dezenas de raras conchas.
    Que eu quereria ter desenhado. Desenhei já bastantes. E tenho 1 filha constante/ a replicar p'la conservação do meio marinho.
    As conchas que me enviaste ontem, uniram-se por um instante ao desastre, à morte do Costa Martins e aquela figªque submergia nos mares da Polinésia para retirar conchas. "A única coisa que não muda, na mudança é a própria mudança"-não sei de quem é este Provérbio

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  2. ...de um modo muito diferente, aconteceu-me o mm a mim ao ver as conchas que me enviaste ontem. Tive um amigo arquitecto que queria sp que eu fosse para o atelier dele desenhar (há mm mts anos) aconteciam por x aquelas tertúlias enigmáticas e aparentemente ocultas nesses tempos e, um dia apareceu lá um amigo dele com corpo de profeta do mar com mil e uma conchas. Vinha de Este, de onde? Foi um momento tão enebriante e apaixonante que podem voltar mais um milhão delas, mas nunca serão como aquelas, nem como aquele desaparecido profecta/mergulhador.
    Apareceu agora e às x tudo isto é desorientador. Mas olha, respondo-te já ao Giacometti, q vi há anos no Museu do Chiado e gosto muito. Sobretudo dos cavalos e homens a cavalo. Tem tb desenhos interessantes.

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