quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

aconteceu no Natal - 1

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Não gosto do Natal comercial, nem da obrigatoriedade de festas de data fixa.
Aqui há uma mais de uma dúzia de anos, resolvemos fugir de Lisboa e fazer só os quatro, uma coisa diferente, um Natal simples na aldeia.

Tenho uma casa de construída pelo meu bisavô na parte velha de uma pequena vila ribatejana. Sendo uma casa simples é interessante, toda ela virada para um pátio central metade coberto e onde uma cisterna recolhe a água das chuvas. Um dos lados do pátio comunica por um arco com um pequeno jardim, que lhe dá uma noção de extensão verde, agradável.

A cozinha é grande, hoje tem lá a mesa de comer e comunica com uma divisão que tem uma lareira grande (fumeiro), onde quase nos metemos dentro.
Quando eu era criança faziam-se enchidos que ali eram fumados.

Perguntei na padaria como era hábito festejar o Natal e explicaram-me, bacalhau com couves, fritos que se faziam à lareira e missa do galo lá para a meia-noite.

À volta da lareira com um fogo bem espevitado e depois do bacalhau, a massa das filhoses (que fizeram o favor de me dar prontinha) foi sendo frita uma a uma, numa frigideira em cima de uma trempe poisada por cima das brasas. Retiradas do azeite eram envolvidas em açúcar e canela e comidas quentinhas, acompanhadas de café de cevada com canela. Coisa simples e tão saborosa!
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Cumprimos quase tudo, porque quando nos demos conta, tínhamos deixado passar a missa do galo.

2 comentários:

  1. Já com o tempo passado, numa viagem à Galiza e. reorganizando forças, remendando amargos e reconciliando com pedras sólidas do caminho de Santiago cobertas de fectos e musgos soube agora do teu Blog, onde por este Natal valeu a pena dar esta espreitadela àquela casa construída pelo teu bisavô. Reconheci tudo. Apenas lá passei mt perto 1 Natal assim...com todos metidos na lareira. Uma amiga minha adquiriu-a como 1 destilaria. Dentro da casa havia 1 tanque. Era tb um salto ao Santuário do Tejo repleto de garças e ninhos-o Boquilobo. Pensei sp que tudo por ali seriam terras de deuses...tanta oliveira, tanto carneiro e seus cordeiros. Lá li «O evangelho segundo Jesus Cristo»ne, qd o acabei desatei a desenhar oliveiras. 1 era para lhe ter enviado.
    mas volatilizou-se. talvez o tanque interno a tivesse engolido.

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  2. O poema que pus agora, 26 de Dezembro, é para ti.
    Um bj

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