domingo, 2 de agosto de 2020



142º dia de recomeço do blog



O Sol está-se a pôr entre a Berlenga Grande e a Ilha Velha. Mesmo ao meio! Se abrirmos a foto vê-se bem.


Finais anos 50, início 60 do século passado, estando em Peniche de passagem, de forma completamente inesperada o meu pai resolveu que iríamos nesse dia à Berlenga Grande.

Lembro-me de ter muito medo ainda estavam a comprar os bilhetes, medo da viagem num barco com uma ar tão frágil. Mas tive de ir.
Lembro-me de não nos deixarem ir no tejadilho para onde o meu Pai me levou. E de distribuírem um balde de 5 ou 3 litros, era um balde grande, a cada pessoa.
Lembro-me de pouco tempo depois de sairmos para o mar desprotegido, ter começado uma viagem aventurosa, grandes ondas, a casca de nós ora empinava para cima ora para baixo de forma a parecer que as ondas varreriam o barco por cima ou que ... minutos depois eu e o meu Pai vomitávamos na borda do barco. Julgo nunca ter vomitado tanto na minha vida!
Finda a viagem, os ditos baldes estavam cheios dessa mesma coisa. Um nojo!

A minha Mãe fez toda a viagem sentada lá dentro foi uma das muito poucas pessoas que se "aguentou". E contou que um rapazola estava desfeito, melhor a desfazer-se, ele foi no balde, para o chão,  e a certa altura caiu mesmo e para não rebolar com o movimento das vagas agarrou-se aos pés de um banco.
O ponto este sim cómico, é que o pai dele dizia "Vasquinho, nunca ninguém na nossa família enjoou no mar". Não sabemos mas imaginámos que o apelido seria Gama, como o navegador português.

sábado, 1 de agosto de 2020



141º dia de recomeço do blog



O quintal fica separado do pátio da casa por um arco de pedra. 
Deitadas as árvores abaixo, tive de pedir opinião especializada a uma arquitecta paisagista.



Olhou, viu e disse "A Magda quer mais o quintal como um cenário do que para o usar, não é?"
É isso mesmo! 

sexta-feira, 31 de julho de 2020



140º dia de recomeço do blog


#racismo e desconhecimento#

Depois de procurar opinião entre africanos de vários países, vi que não há acordo. Para uns é negro e preto é uma cor, para outros gostam de ser identificados como pretos.
Mais um homem português "com muita melanina" foi morto em Lisboa com óbvias agravantes de racismo. "Vai para a tua terra", "Hei-de-te matar". "Tenho lá armas do ultramar".

Não é o primeiro e infelizmente não será o último. Num país onde o Presidente do maior partido da oposição afirma que não há racismo, que é de se esperar?

Andei em Lisboa no Lycée Français Charles Lepièrre desde o jardim infantil até entrar na Faculdade. Inicialmente na parte francesa, mais tarde na franco portuguesa e por fim na portuguesa em que só o francês continuava ao nível de França.

Na parte inicial, francesa, tive inúmeros colegas de muitos países, filhos de diplomatas na maioria. Nas fotografias de turma a que tenho acesso não vejo nenhum preto.

Puxo pela memória, a partir dos meus 7 anos, turma de alunos portugueses. Não me lembro de ter alguma colega preta. Tive sim filhos de Goeses.

Na Faculdade de Medicina devia haver algum mas nunca na minha turma.

Já como médica pedopsiquiatra tive na equipa 2 colegas , ele não sei a origem familiar, ela era de Moçambique e veio fazer preparação e voltou para lá quando terminou.

Ela fez o estágio comigo. Assistiu às minhas consultas, observações e intervenções familiares. 
Todas as crianças brancas tiveram uma reacção semelhante. Entravam e mesmo conhecendo-me olhavam para ela de forma fixa e ficavam caladas. Tive sempre de intervir dizendo qualquer coisa como "estás admirada por eu estar com uma pessoas que ainda não conheces", sem me referir à cor mas abrindo a comunicação.
Com as famílias constatei uma intervenção muito paternalista para com ela. Nunca como uma igual.

Esta situação fez-me pensar que as pessoas não estão habituadas a ver nalguns postos pessoas de pele preta ou castanha. O  comum é verem pessoas pobres, em trabalhos pouco qualificados, ou mesmo pobres.

Na televisão, a mais das vezes, aparecem os mais pobres, com conflitos entre eles ou não. São raros os que aparecem com profissões diferenciadas e, claro ainda mais raramente com lugares de destaque.

A reacção das minhas/os doentes mostra bem o desconhecimento e estranheza perante o outro, diferente. Também intolerância.

Desde há anos que a proibição de recolher dados sobre a "raça" e a religião tornam-nos menos conhecedores da população em Portugal, portugueses ou residentes.
Questiono-me se estas regras não foram verdadeiramente racistas. Há que revê-la com urgência.

quinta-feira, 30 de julho de 2020



139º dia de recomeço do blog

Com um problema no computador que me impedia de escrever, aguardei até agora pelo informático que me resolve os problemas à distância. 

Tenho um amigo que me diz que temos de saber coisas de informática, que não podemos ter computador, tablet e telemóvel sem perceber nada.

Pois talvez mas não vou aprender. Felizmente encontrei um informático que me resolve normalmente os problemas à distância. 

E novamente assim foi. Já está resolvido.





quarta-feira, 29 de julho de 2020



138º dia de recomeço do blog



#Dorme meu menino
A estrela de Alba# ...

Está na hora, a bebé que mora no andar por baixo do meu, começou a chorar. Tanto quanto me apercebo fá-lo a horas certas, tem um relógio para a fome. Passado um bocado, deve estar saciada e cala-se. Imagino que adormece.
Nas outras horas que a oiço chorar, também depois oiço o pai e a mãe a falar com ela, a fazerem-lhe fosquinhas. Julgo que ela deve sorrir, ou o dobrar do riso ainda é baixo e eu não oiço.
Fazem bem à noite não a excitar.

Chama-se férias de maternidade ao tempo que os pais têm para cuidar do filho bebé. São férias o tanas! Sempre atentos, acordam ao mais pequeno suspiro da filha, olho aberto e fechado à vez para não deixar a criança impaciente se acaso precisa de alguma coisa.

A bebé está calada. Não sei se come ou já adormeceu. E eu vou fazer o mesmo.

terça-feira, 28 de julho de 2020



137º dia de recomeço do blog


Já não usava a plataforma Zoom desde os concertos para a família que o meu neto deu durante o confinamento.

Hoje tornei a usar a/o Zoom para assistir à apresentação de jóias e objectos, inserido numa exposição "Jóias e Objectos de Protecção para o Século XXI", com os seus autores, joalheiros, a falarem das suas obras.

Julgo terem sido 22 peças e autores.

Todos falaram de si durante o período do confinamento. Maioritariamente portugueses, mas também de língua castelhana e português do Brasil.

Foi interessante, peças de materiais clássicos como a prata, mas imensos outros, pano, pedra, plástico, acrílico, missangas, crochet, madeiras, matéria vegetal e outros, sozinhos ou em combinação.

Gostei particularmente daqueles que sem serem místicos baseavam na acção do homem na natureza e nos danos a ela causados o aparecimento destas situações.

Muito interessante uma autora brasileira que não compra materiais e aproveita tudo o que encontra na rua, na floresta. Aproveitou para criticar que a floresta atlântica quase já não exista e que a floresta amazónica vá pelo mesmo caminho.

A peça da Marília Maria Mira era também interessante na medida em que criou em tecido um enorme colar que terminava em mãos, nesta época em que não houve e continua a não haver abraços.

Mas uma grande maioria eram peças com uma conceptualização mística, religiosa ou pagã, amuletos de vária ordem. Alguns muito estranhos e um que metia produtos em ampola de pôr ao pescoço cheias de coisas que achei repelentes, mas com justificação em crenças populares.

Foram 2 horas a ouvir e ver coisas diferentes, muito bom!

segunda-feira, 27 de julho de 2020



136º dia de recomeço do blog


Há uns tempos carreguei em apagar numa imagem do meu telemóvel. Percebi depois que não era só uma, com ela foram todas as imagens que lá estavam.

Fui informada na altura que quando se apaga no telemóvel não há forma de recuperar. Pelo menos para os comuns dos mortais, pois eu amante de policiais vejo-os a recuperar coisas apagadas.

Hoje li no Público que de Da Nang no Vietname tinham sido retiradas 80 mil pessoas por surto de covid-19. 

Estive lá em 2019. Cidade costeira  com um pouco mais de um milhão de habitantes, construções novas, passeios largos a fazer lembrar outras zonas americanas,com boas praias fazer praia ou visitar a 1400 metros de altitude a Ponte Dourada, ponte "segurada" pelas mãos. 

E fui à procura das fotografias que tirei. Para chegar lá acima,  ao jardim de Thien Thai, vai-se num teleférico em vidro, de onde se foi vendo vales e montes verdes lindíssimos, que iam ficando cada vez mais pequenos conforme se sobe. 

Lá em cima, para além da ponte e umas esculturas, há uma vila francesa com lojas e restaurantes e um parque de diversões, local sem graça para nós que estamos perto de França.



Esta foto foi tirada por um dos companheiros de viagem. As do meu telemóvel tinham-me a mim e às duas amigas com quem fui. 

Que pena que tenho de ter perdido as que tirei. Preguiça isto de não passar as fotos da máquina e do telemóvel para o computador e deste para um disco externo ou para a nuvem.