quinta-feira, 6 de maio de 2021

Duo de Saxofone e piano

 Interessante como atitude o concerto de piano e saxofone que fui ouvir ontem ao fim da tarde à Escola de Música Nossa Sra. do Cabo em Linda-a-Velha. De facto, os músicos eram professores, no caso do meu neto o professor de saxofone e fizeram um concerto demonstrativo de dificuldade conforme o ano de frequência de estudos, do 5º ao 12º. E pretenderam fazer o contrário do habitual, serem os alunos a ouvi-los, quando os professores é que ouvem os alunos.

Dos compositores tocados eu só conhecia e gostei muito da peça Michael Nyman. Os outros foram

 Paule Maurice, uma compositora francesa,

Claude Delvincourt, 

René Berthelot,

 Roy Noda, japonês. Gostei muito da peça dele, chamada Improvisation,

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Eugène Bozza,

Nunca tinha ouvido um concerto de piano e saxofone. Mais habituada ao saxofone numa orquestra clássica, na bandas e nos quartetos de jazz. 

Foi um fim de tarde muito agradável. 

terça-feira, 4 de maio de 2021

Há dias que eu precisava de uma Rita!

 Quase tudo o que tenho de pedir pela internet enguiça. Hoje foi para pedir a renovação do dístico de parqueamento, recebi uma mensagem com o link para o fazer. Ou não passava à página seguinte, ou dizia que o meu NIF estava em uso (não tenho ideia nenhuma de o ter aplicado noutro produto EMEL), ou...acabei ao telefone com uma senhora muito simpática, sim há gente mesmo simpática, que me ensinou a fazer por mail que desconhecia. Já seguiu.

Foram várias coisas que tive de tratar hoje de tarde. Para mim tudo leva muito tempo. Pagamentos vários, recebi hoje o IMI e ficou logo resolvido, as finanças ainda não puseram que o meu IRS foi aceite, ainda só está que entreguei há 1 mês, telefonemas, enfim uma tarde de escritório. Eu que nunca tive jeito para a papelada.

Lembrei-me a propósito da Rita, que era a secretária do meu serviço. Jovem, despachada e simples, sempre me dei muito bem com ela mas havia quem achasse que não sabia guardar as distancias. Não era raro pedir-lhe ajuda para dificuldades com o computador, ela chegava lá e rapidamente o problema era sanado. E dizia com humor, Dra. Magda, eu quando chego ali à porta "ele" fica logo com medo.

E com a papelada? Chegava a pedir-lhe ajuda porque quando tinha entrado no gabinete um documento estava lá, eu tinha-o visto, quando o queria encontrar ele tinha desaparecido. Era um desespero, ó Rita, faça favor, desapareceu um papel e au ainda não saí daqui, dizia-lhe pelo telefone. E ela aparecia já a rir, olhava para a secretária e lá estava ele, onde se calhar sempre tinha estado.

Rita, sabe, faz-me falta!

domingo, 2 de maio de 2021

Arrancar erva, uma coisa nova na minha vida

Como quase todos os dias, lembrei-me da minha Mãe.

Médica, especialista de psiquiatria e pedopsiquiatria, com a idade começou a ter muitos momentos contemplativos da natureza, interessar-se por botânica, ecologia e ouvia-a mesmo dizer que se começasse tudo de novo teria ido para um curso ligado a estas matérias. Foi ela certamente que contribuiu com as suas conversas e interesses que o neto fosse para arquitectura paisagística, que exerce com muita categoria.

Comecei há poucos anos a deliciar-me com paisagens, cores verde, azul, amarelo e alaranjado, que encontro na paisagem e mais, parte da tarde passei a arrancar ervas num pequeno quintal da casa de aldeia. Alguma vez pensei que viria a fazer uma actividade destas? 

É da idade mas com que prazer!

sábado, 1 de maio de 2021

Cigarros e telefones fixos

 1º de Maio mas aqui na vila de Minde houve mercado, as lojas estiveram abertas e não houve nenhuma manifestação. 

Agarrei num livro que cá tinha, "O Caso Das Garras De Veludo", de Erle Stanley Gardner, escrito em 1933 e que terei lido nos anos 80. Colecção Vampiro. Com o detective Perry Mason, a secretária Della Street e outros intervenientes habituais, Drake e outros.

Li-o todinho, é um livro de dimensões pequenas mas com 210 páginas de letra minúscula que só de óculos consegui ler. Mas embala e prende.

Muito curioso são as diferenças dos nossos dias. Perry Mason está sempre a fumar, acendendo os cigarros uns nos outros. Drake também fuma. No carro, no quarto, imaginei a fumarada.

Há cabines telefónicas nas ruas e nas lojas também é possível telefonar. Só muitas décadas depois seriam inventados os telemóveis.

Lembro-me disto tudo, fui uma grande fumadora durante uns trinta e tal anos; lembro-me bem do tempo em que os telemóveis não existiam, às vezes penso como nos safámos sem eles. Neste livro as chamadas telefónicas foram relembradas.

sexta-feira, 30 de abril de 2021

1º de Maio 1974. E o de 2021?

 Haverá alguém que consiga esquecer?

Ainda atordoada pelo 25 de Abril, o meu casamento, o 1º de Maio feito a pé pela Almirante Reis fora, em Lisboa, é inesquecível. Rua abaixo, todos em sintonia, copos de água a descerem pelas janelas dos R/C, a multidão, caramba, das melhores memórias que tenho.

E encontrar dois professores meus já no estádio, que acabámos aos abraços! Dr. Leal, eu era uma convencida, tinha tido uma pega feia consigo, juro que já nem porque foi, mas sei que chegou aos directores. Ali fizemos as pazes. E o meu explicador de matemática, que injustamente nem do nome me lembro e que soube ali que estava proíbido de dar aulas nos liceus. Pela pide (com letra pequena), claro.

Este ano estarei aqui por Minde, vila onde não acredito que haverá alguma coisa. E como continua a ser importante festejar esta data, mas até eu estarei por aqui.

Amanhã verei o que por aqui acontece. Caso seja preciso, festejarei eu comigo própria. O motivo do "festejo" do 1º de Maio continua a ser necessário. Infelizmente.

quinta-feira, 29 de abril de 2021

As inscrições para o serviço médico à periferia (SMP) há 30 anos

 Com dois filhos com idades abaixo dos 4 anos, não houve naquela ano prioridades. Os anteriores tinham feito tanta trafulhice para ficarem perto da cidade onde viviam, que me lixei. 

A sério? Se tivesse conseguido vaga para Vila do Bispo, minha 1ª opção, não era perto de Lisboa mas iria dar ar do mar aos meus filhos.

Mas na hora me inscrevia e logo sabia o que o sorteio tinha determinado. E assim foi por várias terras. Até que combinei com a Nazaré Santos, minha colega de curso mas que não conhecia muito bem, um pacto de companhia. Íamos juntas, se uma saltasse saltávamos as duas e tentaríamos nova vaga.

Lembrei-me disto ao ver Resende, ali perto de onde ficámos com cerca sanitária.

E acabámos em Moimenta da Beira, com responsabilidade em Leomil e Armamar, lá em cima no Douro.

Ainda bem! Fiz com isto duas grandes amigas e mais uns em Tarouca, que quase nem teria conhecido ou não tinha mesmo se tivesse ido para o Sul. Sortes!

quarta-feira, 28 de abril de 2021

Eu já estive na Índia numa era antes do covid-19

 Há uma década ou um pouco mais, fui à Índia. O pretexto foi um congresso mas inscrevi-me em viagens-tours antes e depois do dito. Foram 17 ou 17 dias ali mergulhada num vendaval lindo de cores, aromas, e ao contrário do que se possa pensar muita limpeza. 

Eu disse aromas? mas não se aplica esta palavra a Varanasi ou Benares como é conhecida entre os hindus. Cidade mágica para eles, encostada ao rio Gangues, e à qual todos os fieis gostam de ir e mesmo de morrer. 

Ainda longe da cidade o cheiro a carne assada é insuportável. Os mortos ardem em piras de lenha e as suas cinzas são depois atiradas ao rio...onde os fieis são banham, gargarejam, se purificam. De vez em quando um cadáver passa a flutuar, na altura explicaram que talvez não tivesse ardido na pira de madeira por falta de dinheiro ou outra razão mais espiritual.

Mas voltando à minha estadia lá, de um dia, foi péssima, impressionou-me imenso, cruzar-me nas ruelas com leprosos, doentes à beira da morte e outros. E o cheiro, caramba, o cheiro de carne assada não me saía do nariz. Tanto quanto me lembro não comi enquanto lá estive.

Lembrei-me hoje ao ver imagens das piras para queimar os cadáveres vítimas do Covid-19 na Índia. É possível, está em estudo, a existência de uma nova variante, indiana. 

A Índia é um país de enormes desigualdades, há os ricos muito ricos e os pobres que nunca viveram numa casa, nascem e morrem nas ruas. Os serviços de saúde, os públicos, são poucos e incompletos, não aguentam, falta tudo, camas, medicamentos e até oxigénio. A Índia que tem fábricas de medicamentos, tem técnicos de qualidade - muitos dos relatórios de radiologia são enviado por outros países como o nosso, é mais barato que fazer horas extraordinárias - não está a ter meios para parar esta pandemia. Preocupante e triste!