quarta-feira, 16 de setembro de 2020

Colecção de areias

 

187º dia de recomeço do blog


Aprendi hoje uma coisa nova, há praias de areia verde. Como todas as areias resultam da desagregação das rochas e outros materiais que se vão depositando. Conforme as rochas, conchas, corais as areias resultantes são de várias cores. Mais claras, mais escuras, podendo até ser pretas e verde. 

Nunca tinha ouvido falar destas. Resultam da desagregação de olivina.

Visto nas fotografias parece um campo de erva ou relva, mas na mão os grãos são lindos, verdes bastante transparentes.

Tenho uma amiga que faz colecção de areias, guardadas nuns pequenos frascos de vidro. Já lhe trouxe de vários sítios por onde tenho passeado e isso fez-me reparar como num pequeno país pode haver areias tão diferentes.

Amanhã vou telefonar-lhe, aproveito para saber como está do alto dos seus 88 anos e se tem areia verde. 

Um dia se for ao Havai, irei à Praia da Papakollea buscar um bocadinho.

terça-feira, 15 de setembro de 2020

O Coro onde canto e o futuro

 

186º dia de recomeço do blog


Não tem obviamente havido ensaios do coro onde canto. Hoje tivemos uma reunião por Z00M.

Vai haver no sábado uma participação num festival da zona e eu expus a minha ideia do estranho que me parecia ir lá cantar sem saber como será o futuro dos ensaios.

Um dos colegas que está na direcção do coro foi operado a um cancro no cérebro há cerca de 15 dias e vai iniciar quimio e radioterapia, respondeu à minha pergunta. "Ninguém sabe como vai ser" disse ele, "teremos de nos ir adaptando às circunstância", "precisamos de liberdade para deixar de vir sem se sentir culpado" "decisão individual" e outras coisas referindo-se ao coro.

Seria? No fim ficámos um pouco a conversar, e dei-me conta de que pode ter sido mas também se adaptava bem à situação dele.

Bem disposto, com ânimo, ainda bem mas eu fiquei triste. No fundo um coro é uma unidade e todos fazemos parte dela.

Que corra tudo bem!

segunda-feira, 14 de setembro de 2020

Surreal a organização de algumas salas de aulas!

 

185º dia de recomeço do blog


1º dia de aulas

Ouvi as directivas da direcção geral de saúde (DGS) quanto às condições propostas para sentar os alunos na sala de aula. Alunos separados mínimo 1 metro entre si. Iria jurar que inicialmente era 1,5 metro.

Qual a minha estupefacção quando oiço dizer que naquele 10º as mesas estão colocadas em U na sala, cada mesa tem 2 alunos. Ou seja a menos de 50 cm cada aluno tem 2 colegas, um de cada lado!

Estamos a brincar ou quê?

Não tiveram tempo para preparar as aulas presenciais? Ou estão à espera de mandar os miúdos para casa?

domingo, 13 de setembro de 2020

Vão começar as aulas

 

184º dia de recomeço do blog


Parece que começam amanhã as aulas. 

Depois de ler e até ver um filme-anúncio com indicações, ainda sinto mais pena dos alunos.

Máscaras, mesas separadas, o medo que se incute às pessoas nomeadamente aos alunos, crianças e adolescentes.

Vi que os pais não podem entrar na escola quando vão entregar os filhos. Imaginemos um pequenino que tem de suportar a hora da separação sem o apoio da pessoa que lhe dá segurança.

Brincar, parece que cada vez menos. A socialização ficará mais pobre. Mais grave até para o sucesso da aprendizagem é a indicação da dgs para que os intervalos sejam o mais curtos possíveis, 5 minutos.

Não sei como vai ser. Não estou muito preocupada com o adoecer, que a percentagem de crianças que adoecem é de mínima.

Estou sim com tudo o resto que se vive na escola com os amigos.

Aguardemos.

sábado, 12 de setembro de 2020

Para observar pássaros não podemos pôr espantalhos por perto


183º dia de recomeço do blog


Nas heras que cobrem as paredes do meu pequeno jardim dormem dezenas de pássaros. Maioritariamente pardais mas há também uns pretos, gordos e de pescoço comprido. Não sei o que são.

Ao fim da tarde, ainda de dia mas a escurecer, começam a rondar a hospedaria onde têm os quartos.

Gostava de os filmar mas mal ponho a cabeça fora do pátio para os espreitar, fogem logo. É uma nuvem que se afasta rapidamente. De manhã levantam-se mais cedo que eu.

Hoje resolvi sentar-me no jardim, telemóvel preparado para os filmar, enquanto lia. O mais imóvel possível.

De vez em quando um restolhar de folhas secas e uma osga a aparecer e logo a subir uma parede. Vi sete e fiquei contente, são tão úteis para comerem insectos e soube há pouco tempo que é uma espécie em vias de extinção.

O tempo passava e passarinhos...nada. De repente lembrei-me dos espantalhos. Seria eu para eles um espantalho? Então não iriam aparecer.

Vim para dentro rir da minha situação.

Voltei para fora e continuei a minha espera. Vários começaram a sobrevoar a zona mas sem parar. Só um pequenino veio brincar junto ao muro do fundo. Não sei se me viu. Eu não consegui vê-lo no vídeo que tentei fazer.

sexta-feira, 11 de setembro de 2020

11 de Setembro e memórias afectivas

 

182º dia de recomeço do blog


1973 - Cotovia, Sesimbra. 

Ainda de férias, resolvemos fazer um folar de Mirandela. Estava ao ar livre, a amassar na tigela quando a rádio começa a relatar o ataque no Chile, em que morreu o democrata Allende e é substituído pelo horrível Pinochet.

Foi de imediato um enorme choque. O povo unido nunca mais será vencido ...


2011 - Lisboa

No consultório. Acabada uma consulta passei pela cozinha transformada em copa, como habitualmente quando acabava uma consulta e antes de começar outra.

Uma colega que vem da rua entra esbaforida, aviões, torres gémeas, nova Iorque.

Nem a deixei continuar. E disse-lhe que estava só a beber um copo de água e ia chamar o doente que se seguia. Depois contava-me.

Ela ficou com a angústia. Eu só mais tarde.

quinta-feira, 10 de setembro de 2020

 


181º dia de recomeço do blog


Já é tarde, a RTP2 prende-me quase diariamente com os seus programas. 

Ontem depois dos Durells, IV série, ainda deu um filme/documentário Fojos,  sobre Castro Laboreiro e suas gentes realizado por João Canijo.

Há uns quantos livros cuja leitura é obrigatória para quem tem a mania, como eu, que tem uma razoável cultura.

O Quarteto de Alexandria, quatro volumes nas edições mais antigas (só num tijolão) na mais recente de Lawrence Durell falta-me ler. 

A série dos Durells é sobre a sua família, quando após regresso da Índia, deixam Inglaterra para irem viver para Corfu. E é nesta ilha que se passam os episódios que a televisão tem estado a passar.

Tão perturbados mas que interessantes eram. 

"Fojos" feito recentemente remeteu-me para um Portugal que conheci mas que julgava que já não existia. Pobre, escuro, sem acompanhar o desenvolvimento.

Já fui uma vez a Castro Laboreiro por culpa, forma de dizer, do José Saramago no seu filho Viagem a Portugal. A ilustração que usou foi uma fotografia de duas meninas, linda foto e lindas meninas, de uma enorme inocência. 

Quando chegar a Lisboa vou desfolhar esse livro de Saramago, que ouvi ontem vai ser objecto de um filme...ou será de uma série?