sexta-feira, 31 de julho de 2020



140º dia de recomeço do blog


#racismo e desconhecimento#

Depois de procurar opinião entre africanos de vários países, vi que não há acordo. Para uns é negro e preto é uma cor, para outros gostam de ser identificados como pretos.
Mais um homem português "com muita melanina" foi morto em Lisboa com óbvias agravantes de racismo. "Vai para a tua terra", "Hei-de-te matar". "Tenho lá armas do ultramar".

Não é o primeiro e infelizmente não será o último. Num país onde o Presidente do maior partido da oposição afirma que não há racismo, que é de se esperar?

Andei em Lisboa no Lycée Français Charles Lepièrre desde o jardim infantil até entrar na Faculdade. Inicialmente na parte francesa, mais tarde na franco portuguesa e por fim na portuguesa em que só o francês continuava ao nível de França.

Na parte inicial, francesa, tive inúmeros colegas de muitos países, filhos de diplomatas na maioria. Nas fotografias de turma a que tenho acesso não vejo nenhum preto.

Puxo pela memória, a partir dos meus 7 anos, turma de alunos portugueses. Não me lembro de ter alguma colega preta. Tive sim filhos de Goeses.

Na Faculdade de Medicina devia haver algum mas nunca na minha turma.

Já como médica pedopsiquiatra tive na equipa 2 colegas , ele não sei a origem familiar, ela era de Moçambique e veio fazer preparação e voltou para lá quando terminou.

Ela fez o estágio comigo. Assistiu às minhas consultas, observações e intervenções familiares. 
Todas as crianças brancas tiveram uma reacção semelhante. Entravam e mesmo conhecendo-me olhavam para ela de forma fixa e ficavam caladas. Tive sempre de intervir dizendo qualquer coisa como "estás admirada por eu estar com uma pessoas que ainda não conheces", sem me referir à cor mas abrindo a comunicação.
Com as famílias constatei uma intervenção muito paternalista para com ela. Nunca como uma igual.

Esta situação fez-me pensar que as pessoas não estão habituadas a ver nalguns postos pessoas de pele preta ou castanha. O  comum é verem pessoas pobres, em trabalhos pouco qualificados, ou mesmo pobres.

Na televisão, a mais das vezes, aparecem os mais pobres, com conflitos entre eles ou não. São raros os que aparecem com profissões diferenciadas e, claro ainda mais raramente com lugares de destaque.

A reacção das minhas/os doentes mostra bem o desconhecimento e estranheza perante o outro, diferente. Também intolerância.

Desde há anos que a proibição de recolher dados sobre a "raça" e a religião tornam-nos menos conhecedores da população em Portugal, portugueses ou residentes.
Questiono-me se estas regras não foram verdadeiramente racistas. Há que revê-la com urgência.

quinta-feira, 30 de julho de 2020



139º dia de recomeço do blog

Com um problema no computador que me impedia de escrever, aguardei até agora pelo informático que me resolve os problemas à distância. 

Tenho um amigo que me diz que temos de saber coisas de informática, que não podemos ter computador, tablet e telemóvel sem perceber nada.

Pois talvez mas não vou aprender. Felizmente encontrei um informático que me resolve normalmente os problemas à distância. 

E novamente assim foi. Já está resolvido.





quarta-feira, 29 de julho de 2020



138º dia de recomeço do blog



#Dorme meu menino
A estrela de Alba# ...

Está na hora, a bebé que mora no andar por baixo do meu, começou a chorar. Tanto quanto me apercebo fá-lo a horas certas, tem um relógio para a fome. Passado um bocado, deve estar saciada e cala-se. Imagino que adormece.
Nas outras horas que a oiço chorar, também depois oiço o pai e a mãe a falar com ela, a fazerem-lhe fosquinhas. Julgo que ela deve sorrir, ou o dobrar do riso ainda é baixo e eu não oiço.
Fazem bem à noite não a excitar.

Chama-se férias de maternidade ao tempo que os pais têm para cuidar do filho bebé. São férias o tanas! Sempre atentos, acordam ao mais pequeno suspiro da filha, olho aberto e fechado à vez para não deixar a criança impaciente se acaso precisa de alguma coisa.

A bebé está calada. Não sei se come ou já adormeceu. E eu vou fazer o mesmo.

terça-feira, 28 de julho de 2020



137º dia de recomeço do blog


Já não usava a plataforma Zoom desde os concertos para a família que o meu neto deu durante o confinamento.

Hoje tornei a usar a/o Zoom para assistir à apresentação de jóias e objectos, inserido numa exposição "Jóias e Objectos de Protecção para o Século XXI", com os seus autores, joalheiros, a falarem das suas obras.

Julgo terem sido 22 peças e autores.

Todos falaram de si durante o período do confinamento. Maioritariamente portugueses, mas também de língua castelhana e português do Brasil.

Foi interessante, peças de materiais clássicos como a prata, mas imensos outros, pano, pedra, plástico, acrílico, missangas, crochet, madeiras, matéria vegetal e outros, sozinhos ou em combinação.

Gostei particularmente daqueles que sem serem místicos baseavam na acção do homem na natureza e nos danos a ela causados o aparecimento destas situações.

Muito interessante uma autora brasileira que não compra materiais e aproveita tudo o que encontra na rua, na floresta. Aproveitou para criticar que a floresta atlântica quase já não exista e que a floresta amazónica vá pelo mesmo caminho.

A peça da Marília Maria Mira era também interessante na medida em que criou em tecido um enorme colar que terminava em mãos, nesta época em que não houve e continua a não haver abraços.

Mas uma grande maioria eram peças com uma conceptualização mística, religiosa ou pagã, amuletos de vária ordem. Alguns muito estranhos e um que metia produtos em ampola de pôr ao pescoço cheias de coisas que achei repelentes, mas com justificação em crenças populares.

Foram 2 horas a ouvir e ver coisas diferentes, muito bom!

segunda-feira, 27 de julho de 2020



136º dia de recomeço do blog


Há uns tempos carreguei em apagar numa imagem do meu telemóvel. Percebi depois que não era só uma, com ela foram todas as imagens que lá estavam.

Fui informada na altura que quando se apaga no telemóvel não há forma de recuperar. Pelo menos para os comuns dos mortais, pois eu amante de policiais vejo-os a recuperar coisas apagadas.

Hoje li no Público que de Da Nang no Vietname tinham sido retiradas 80 mil pessoas por surto de covid-19. 

Estive lá em 2019. Cidade costeira  com um pouco mais de um milhão de habitantes, construções novas, passeios largos a fazer lembrar outras zonas americanas,com boas praias fazer praia ou visitar a 1400 metros de altitude a Ponte Dourada, ponte "segurada" pelas mãos. 

E fui à procura das fotografias que tirei. Para chegar lá acima,  ao jardim de Thien Thai, vai-se num teleférico em vidro, de onde se foi vendo vales e montes verdes lindíssimos, que iam ficando cada vez mais pequenos conforme se sobe. 

Lá em cima, para além da ponte e umas esculturas, há uma vila francesa com lojas e restaurantes e um parque de diversões, local sem graça para nós que estamos perto de França.



Esta foto foi tirada por um dos companheiros de viagem. As do meu telemóvel tinham-me a mim e às duas amigas com quem fui. 

Que pena que tenho de ter perdido as que tirei. Preguiça isto de não passar as fotos da máquina e do telemóvel para o computador e deste para um disco externo ou para a nuvem.

domingo, 26 de julho de 2020



135º dia de recomeço do blog

#pobreza de vocabulário na televisão#


Esta noite tenho estado a ver na RTP um espectáculo que também é concurso. Não sei se é habitual ou foi a 1ª vez.

Apresentação de várias artes, variadas, ballet, arte circense, música, actuações muito boas. 


Há uma apresentadora que trata os espectadores em casa por vocês, vocês votem. Esta forma de tratar as pessoas, é quanto a mim de pouco nível. 

Os jurados fazem apreciações. Uma delas tem um vocabulário de uma enorme pobreza. Os seus comentários resumem-se a pequenas frases com palavras repetidas, todos são incríveis, inacreditáveis, artistas de qualidade mundial, chegando a dizer  a dois adolescentes da mesma arte e que não actuaram em simultâneo - vais ser o melhor do mundo.

Os artistas mereciam melhor português. 

sábado, 25 de julho de 2020



134º dia de recomeço do blog


#Casamento e a moda em tempo de pandemia#

A caminho do jardim para beber café no quiosque, passei pelo largo da igreja.
No átrio bastantes pessoas para um casamento, mais de 20, upa, upa, como mandam as regras.

Há quanto tempo estariam os noivos à espera de poder fazer esta festa religiosa? Acredito ou desejo  que com casamento pelo civil ou sem, já vivam juntos há tempos. Sim, que quer espera desespera.

O curioso foi ver as vestes dos convidados.

As raparigas, estavam todas de fatos compridos e algumas de máscara feitas do mesmo tecido do fato. A pandemia também alterou a moda.
Há algumas décadas o que se fazia igual ao tecido do fato eram os sapatos. 

Os homens estavam vestidos de forma diversa, e para mim algo insólito.
Desde smoking, a fato mais clássico, havia quem estivesse de calções como se fosse passear num dia de calor, camisas e gravatas, também havia quem estivesse de t-shirts.



Assim como estes não estava ninguém. Devo dizer ainda?