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sábado, 6 de agosto de 2011

Aconteceu...ainda as bolas de berlim. Preconceitos?

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Já tinha passado uma parte da manhã e nenhum vendedor português tinha passado. A criança ia-se impacientando, então e este, perguntava ele a cada brasileiro que passava, espera mais um bocadinho, dizia-lhe a avó que queria manter hábitos e memórias antigas.
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Um dos problemas da ingestão da bola de Berlim  na praia tem a ver com o horário a que se come. Logo à chegada é quase em cima do pequeno almoço, muito tarde pode interferir com o apetite para o almoço, e eles eram dos que faziam praia nas horas recomendadas.
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Por estas razões, teve de se quebrar a regra de comprar ao português, e chamou-se um brasileiro.
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O homem parou, abriu a caixa de esferovite com o nome do melhor supermercado gourmet da zona, esclarecendo, porque perguntado, que as bolas de Berlim não eram dessa loja. Eles dão-nos as caixas e nós fazemos propaganda, explicou. Levantou a tampa e dentro, em sacos de papel branco, estavam umas bolas muito claras e bem polvilhadas de açúcar.
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A criança comeu compenetradamente e com manifesto prazer.
E no fim comentou, não sei porque não querias que eu comprasse a estes, as bolas são muito boas e até são maiores!

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Aconteceu...bolas de Berlim com sotaque brasileiro

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Tanto quanto me lembro, a variedade de bolos que se vendem nas praias tem vindo a empobrecer.
Já lá vai o tempo das caixas brancas de folha que as vendedeiras vestidas de saia, camisa e avental brancos levavam à cabeça assentes numa rosquilha.
Num perfeito equilíbrio poisavam-nas na areia, ajoelhavam-se e com cuidado abriam as várias gavetas que elas continham cheias de bolos variados. E formava-se em seu redor um grupo de crianças e mães para escolher e comprar.

No Algarve havia os homens com as cestas de bolinhos de amêndoa de fabrico artesanal, queijinhos e arrepiados; e os vendedores de bolas de Berlim, todas arrumadas e apertadinhas umas contra as outras e ainda quentes por vezes.

O pregão era sempre o mesmo e as crianças que faziam bolas com areia molhada envolvidas em areia seca, sabiam-no bem. Boliiinhas, quentes e boas, há com creme e sem creme, numa música inesquecível.

Os bolinhos de amêndoas desapareceram. Os bolos variados levaram o mesmo destino.
As bolas persistem, mas com música diferente. É que são vendidas maioritariamente por brasileiros, há-as com creme de ovo e de chocolate, vêm enfiadas nuns sacos de papel, e perderam a graça toda. A música e as palavras do pregão mudaram e variam de homem para homem.

De vez em quando, muito raramente lá aparece um vendedor português, com as bolas apertadinhas umas contra as outras e a saírem lateralmente amolgadas. E depois o momento mágico, em que o vendedor pega  uma   com uma tenaz de bolos e a entrega amparada num guardanapo.
Parece que têm outros sabor. É dessas que compro.