Haverá algum médico que hoje não se tenha sentido ofendido e injustiçado? Não acredito.
Desde há dezenas de anos que o Serviço Nacional de Saúde depois de um tempo de grande entusiasmo tem vindo a definhar. Só um pequeno exemplo pessoal, aposentada desde 2018, fomos dois na mesma altura, ainda não fomos substituídos. E éramos demais? Não, de modo nenhum! E as condições já não eram boas.
Nos últimos anos muitos médicos aposentaram-se, e muitos outros saíram para o privado.
Quando começou a pandemia um decreto impediu mais saídas a não ser por aposentação pela idade.
Os serviços ficaram mais pobres e com um trabalho como nunca se tinha visto. Dias e noites sem irem a casa, médicos, enfermeiros, auxiliares, todos deram o máximo. Inventaram-se pavilhões para meter camas, cuidados intensivos sempre em rotura, quase acima do limite.
E hoje a ministra da saúde, perante nova pandemia, esqueceu-se do que o pessoal aguentou, famílias dos médicos rebentaram etc. Não se lembrou certamente de tudo o que fizeram.
Teve a lata, a falta de nível ao afirmar que a solução era contratar mais médicos mas escolhê-los não só pelos conhecimentos mas pela resiliência.
Quererá médicos de aço? Robots?
Vai lá manter-se? Sem uma desculpa? E depois que se demita!