terça-feira, 23 de novembro de 2021

A 3a dose da vacina "Covid" com cobertor curto.

Recebi marcação para levar a 3a dose da vacina. Pavilhão 3 na Cidade Universitária. Nunca lá tinha ido.

Procurei, perguntei a uma ou duas pessoas e lá cheguei. Marcada para as 16h54, cheguei um pouco antes. Estava frio e foi arrefecendo ainda mais porque...

Umas boas dúzias de pessoas à espera, ao ar livre. Eu tenho a mania que sou jovem mas realmente eram sobretudo pessoas de idade, algumas em cadeiras de rodas, com bengalas, e quase todas acompanhadas, por filhos adultos ou afilhadas. 

Umas duas dúzias de cadeiras das de plástico branco, permitiam que os mais precisados se sentassem.

Ouviam-se protestos esparsos, um ou dois clamavam pelo Vice-Almirante, em voz mais baixa falavam com desprimor da Ministra etc.

Um senhor que andaria na casa dos 70 anos, gordo, barrigudo, cara redonda e pele vermelha, por cima e por baixo da máscara, claro, dizia que lá em Castro de Aire aquilo não era frio. Lá é que é e com um copito aguentava-se bem. Estava bem disposto, embora tivesse ido àquela hora porque a marcação para ele e para e "minha senhora" tinha quase 45 minutos de diferença. Ela iria primeiro. Mas ele não estava aborrecido, tentava meter conversa com quem estava ao pé. Falava da décalage dos horários mas sem críticar.

Todos os idosos metiam dó. Embrulhados com casacos, cachecóis, e até casacos que os filhos dispensavam, mesmo assim cheios de frio.

Bombeiros iam fazendo a chamada por hora e minutos, 16h15, 16h17, 16h19 e assim sucessivamente. Eu esperava e felizmente ia mesmo muito bem agasalhada.

A passagem do ar livre após a chamada era para um túnel tapado que antecedia a sala do pavilhão. 

Certa altura o bombeiro deve ter tido pena das pessoas ao frio e chamou uns cinco minutos em conjunto. Foi a minha vez de dar o passo e ficar a aguardar no tal túnel, depois de mais de uma hora ao ar frio. Há anos que não estava tão encostada a pessoas, nem no metro nem no autocarro que por vezes uso, fora das horas de ponta, é certo. Nenhuma distância como é recomendada.

Depois de entrar, lá dentro saía a indicação "deixa entrar dois" ou três, quer dizer sair do túnel e entrar no pavilhão. Aí as coisas corriam como esperado. 

As cadeiras estavam organizadas, as indicações eram precisas para manter a ordem de entrada.

A certa altura precisei de ir ao WC. Eu nem queria acreditar, uma sanita para todas as mulheres que estavam no pavilhão! Haveria certamente mais mas estavam fechadas. Acabei por deixar passar umas velhinhas aflitas à minha frente, antes que algum acidente lhes acontecesse.

Daqui em diante as coisas correram bem...embora só houvesse 12 enfermeiros a vacinar. Para muita gente eram as duas vacinas, gripe e covid, eram poucos técnicos e demorava um bocado.

Saí perto das 19h. Sem o lanchinho que da outra vez a CML ofereceu.

Não, já não precisamos do Alm. Gouveia e Melo, precisamos que contratem pessoal de enfermagem porque quando da desactivação dos centros eles foram dispensados. E que não mandem juntar-se quem tem horário e quem não tem. Isto sim, foi falta de organização.

Cobertor curto ou tapa o pescoço ou os pés, lá diz o povo.

Nota- Li hoje que ao fim da tarde naquele posto de vacinação, quem estava pela "casa aberta", foi anunciado que podia, foi enviado de volta para casa e mandados ir hoje de manhã.