domingo, 14 de fevereiro de 2021

Dia dos namorados

 332º dia do recomeço do blog



sábado, 13 de fevereiro de 2021

Dentuças iguais, sorrisos de plástico

 331º dia do recomeço do blog

Vejo mais televisão, tirando quem está em teletrabalho deve acontecer o mesmo. Tirando um ou outro programa que escolho só a ligo pouco antes do jantar. 

Tenho reparado que muitos apresentadores/as, animadores, artistas mais abonados ou que fazem disso anúncio, deixaram de ter os seus dentes. 

Há bastantes anos, foi a primeira vez que ouvi uma pessoa que trabalhava no meu serviço, contar das inúmeras horas que a cunhada tinha estado de boca aberta, as mandíbulas presas para não se poderem fechar e tendo-lhe sido arrancados todos os dentes. Andou uns tempos com dentadura e finalmente nova operação de boca aberta para colocar os implantes.

A minha Mãe tinha um sorriso doce, com um dos caninos um pouco saído para cima do incisivo. Ficava-lhe muito bem!

Na altura dela não haveria ortodontistas para pôr um aparelho nos dentes. Eu tive dois, um em criança mas perdi-o e apareceu um tempo depois na caixa da costura. Foi um mistério nunca resolvido. Mais tarde, dava eu aulas na faculdade pus outro, de pôr e tirar e que eu tirava sempre antes de entrar para as aulas. Acabado o acerto previsto deixei de o usar. Os meus dentes ficaram mais direitos mas cada um manteve as suas características, uns mais estreitos, outros maiores. Marca da casa. 

Agora andam tantos dentes iguais por aí, todos perfeitinhos, muito brancos, e que dão um sorriso de anúncio de pasta dentífrica. Só os lábios variam de uns para os outros.

Terão passado pelo processo da cunhada da outra?

Lembrei-me daquela história do alentejano quando a mulher apareceu de lábios pintados e lhe perguntou porque o tinha feito, ao que ela respondeu que era para ficar bonita. E ele retorquiu "E porque não ficaste?"

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

O rés-do-chão tem a sua vantagem

 330º dia do recomeço do blog


Com um dia de sol como hoje, depois de uma data deles de chuva e vento, fui dar um passeio higiénico. Dois mais precisamente, metade antes do almoço e o resto depois. A pé, tudo somado diz o meu pedómetro que foram 7 kms.

Encontrei estas senhoras na conversa. Sem perigo, à distância regulamentar e de máscara. Pedi licença e tirei-lhes uma fotografia.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

Dois pontos actuais e uma lembrança

 329º dia do recomeço do blog

Acabei de ver imagens do lixo nas ruas de Luanda, aos montes, depois do governo ter deixado de pagar a seis empresas por falta de verbas. Uma tristeza, riachos cheios de lixo e crianças a brincar por cima, avenidas largas com lixo no meio, com partes a arder e ruas ainda mais estreitas nos bairros mais pobres. Pensávamos que em 1975 com o fim da guerra colonial e a independência a vida daquelas gentes ficaria melhor. Mas têm sofrido tanto! 

Hoje recebi um WhatsApp com uma anedota que não me permito reproduzir. Mas lembrou-me um episódio que se passou estava eu de urgência. No internamento de pedopsiquiatria estava internado um rapaz de uns 12 anos, muito perturbado psiquicamente e com pouca capacidade cognitiva. Todos os dias arranjava maneira de engolir qualquer peça não comestíveis. Todos os dias era enviado para fazer rx e ver como e por onde andava o objecto. Podiam ser facas, colheres, borrachas e material de desenho, peças de jogos, o que estivesse à mão. Era uma situação perigosa por risco de rotura de alguma parte do trato digestivo ou mesmo de ficar por lá preso. Havia o cuidado no internamento, com o sentido óbvio de o proteger, de não deixar à mão dele quase nada. No meu dia foi uma pilha do comando da televisão que ele engoliu. Objecto perigoso até pelas substâncias que contêm. Enviei-o para fazer um Rx e o radiologista de serviço já o devia conhecer de ginjeira. Depois da situação resolvida enviou um breve relatório que dizia unicamente "Pronto a recarregar". 

A bast@nária d@ ordem dos enfermeir@s tem sido notícia pela declarações incríveis que tem dito. As "coisas" são da maior falta de educação, dignas da pior estirpe existente. Só razões políticas, chegam para isto? A anterior, Enfermeira Maria Augusta Sousa,  pessoa com dignidade, veio publicamente pedir desculpa por se sentir envergonhada pelo comportamento da que nem o nome me apetece escrever. 

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

Ao sabor da tarde. Più non si trovano (alto)


328º dia do recomeço do blog

Os ensaios de coro por ZOOM exigem técnicas diferentes dos presenciais. Logo à noite teremos um e de tarde vou ensaiando sozinha por karaok.

Piú no trovato de W. A. Mozart. Contralto.

Vi agora o Vice-Almirante Gouveia de Melo, ramo marinha, a prestar declarações sobre a vacinação, posto de organização para o qual foi nomeado. Vestido de camuflado tons verdes. Fiquei baralhada, camuflado de mato? Estamos na guerra numa selva? Poupem-me, já basta de disparates!

Fernando Tordo internado por Covid-19 desde Janeiro. Adolescente ainda, conheci-o em Sesimbra. Ele na tropa ficou amigo de um Sesimbrense de gema, o Cagica e com ele ia passar dias, melhor fins de tarde e noites para lá. No Tony da Marisqueira nos encontrávamos, com conversa e música. Nunca mais o vi desde então mas ouvi sempre que possível. Músicas, poesias e voz maravilhosas!

terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

Vacina não tem acento no "a"!

 327º dia do recomeço do blog

Estes dias de chuva nem dão para o passeio higiénico autorizado. Tenho usado pouco esta licença. 

Ia muito ao cinema, agora vejo na televisão. Costumo ver na RTP2 mas ontem vi na RTP Memória um filme espantoso mas muito impressionante. Do realizador húngaro László Nemes, são filmados no campo de concentração de Auchwitz dois dias da vida de um judeu Sonderkomando , obrigado a fazer os trabalhos que os alemães não queriam fazer. Uma filmagem interessantíssima, quase sempre debaixo de fumo, quase sempre o rosto do protagonista, corpos só filmados por inteiro no fim, ao ar livre. Um homem que quer fazer um enterro a um jovem que iria ser autopsiado para estudo e depois cremado. Diz ser seu filho mas os amigos diziam que não tinha nenhum, pelo que dar um enterro decente, com os rituais próprios, será uma metáfora. O futuro tem de ser melhor.

Livros, tantos que tenho na estante que não li ou que li mas já poderei ler de novo.

Música, esta semana o Teatro Nacional de São Carlos passou um concerto de música de Câmara e canto.

São tantas as coisas possíveis que chego ao fim da noite e tenho de obrigar-me a ir para a cama dormir.

Neste momento na televisão Daniel Deusdado fala das vácinas. Tal como o Bastonário dos Médicos, será que eles já leram a palavra vacina escrita? Tem acento no "a" ?

Há tanto tempo que não via tanta gente. Lembrei-me das esplanadas.

 326º dia do recomeço do blog

1h30 passadas numa sala de espera de um hospital. Nada de grave, esta minha ida, só para tirar uns pontos postos há 15 dias.

Que fazer inicialmente senão estar atenta ao ambiente? ​Fui olhando, vendo e ouvido. Sala grande onde nunca estiveram mais de 5 pessoas. Volta não volta ouve-se chamar pelo microfone o número de uma senha. Ou pessoalmente entram as auxiliares de acção médica para buscar e encaminhar. Os administrativos estão depois da porta que dá acesso ao corredor.

Lá da zona dos guichets ouço uma senhora a falar em voz alta.

Estou isenta minha senhora, tantos anos a trabalhar e agora recebo umas migalhas. Para que trabalhei tanto?
Mandei por correio normal, sempre é mais baratinho.

Os restaurantes, ouvi dizer, só abrem lá para Maio.

Na fila para entrar uma sra de muletas comenta, nem sei quais são as prioridades. Varias pessoas dizem-lhe para passar à frente mas ela recusa. Acabará por passar ficando trás de mim, que sou a 1a. Na minha altura de entrar ia dar-lhe a minha vez mas o porteiro foi firme, era eu em 1o lugar. Pelos meus cabelos brancos? A outra tinha-os pintados mas acho que teria mais anos que eu. 

Sr. José Manuel, faça favor de entrar, ou seja passar para o lado dos gabinetes.

Uma auxiliar chama D. Elisa Silva, repete sem que ninguém se acuse. Repete de novo mas agora com os apelidos todos. Uma jovem com uns ferros circulares na junção da perna com o pé pergunta, é Elisa ou Elsa. Era Elsa mas a funcionária tinha lido mal. E lá vai ela com duas muletas e um pé no ar como os flamingos.

E tentei com sucesso concentrar-me no livro que trouxe para aguentar a espera de mais de 1h30 na sala de espera.