domingo, 31 de maio de 2020



79º dia de isolamento social (COVID-19)

Desconfinada mas isolada


Hoje é domingo e o sol está a aparecer. São 16h23. Estão 23ºC. 
O sol já desapareceu, são 16h30.
Que dia!

Desconfinada. Sim, isolada e com todos os cuidados. 
Mais assustada do que quando estávamos em confinamento. 
São múltiplas as informações e contraditórias. Mesmo as das autoridades.

Há dias apareceram focos de infectados na grande Lisboa. Em gente jovem e trabalhadores com más condições sociais. Há bairros que, embora conhecesse de nome, não imaginava como eram.
Margem sul de Lisboa.












Somos Europa! E tratamos assim algumas bolsas de pessoas?

Os trabalhadores, que se não ganham não comem, têm de andar nas camionetes e comboios cheios que os levam da periferia para o seu trabalho. Mais bolsa desta vez nos concelhos de Sintra, Amadora, Loures e Cascais. Margem norte de Lisboa.

E os parvalhões que cheios de saudades do sol se espetam todos nas praias à volta de Lisboa? 

E os jovens que se julgam imortais? Normalmente não têm formas graves de covid-19 mas ficam infectados e transmitem!












Os bares estão fechados? Não faz mal, "vamos abastecer de bebidas à bomba de gasolina".

Pois hoje é domingo, e o que isso interessa? 

sábado, 30 de maio de 2020



78º dia de isolamento social (COVID-19)

Desconfinada mas isolada


Tenho pena mas tenho vergonha. Não fosse o respeito pelos outros e já teria um conjunto de fotografias de pessoas com máscara a tapar a boca e o queixo. Nariz de fora, claro.


Hoje fui buscar o almoço a um take away perto de mim. Tira-se a senha cá fora, pede-se à porta e só se entra para levantar a comida e pagar. Mesmo assim através de um buraco num acrílico que separa o balcão do público.

Enquanto esperava que fritassem os linguadinhos que pedi, bem distanciados na rua estávamos umas 8 pessoas.
Dois tinham a máscara na mão como quem leva as chaves do carro mas sem fazer o tlim-tlim. Os outros estavam com elas postas mas só uma senhora e eu própria tínhamos a máscara bem posta. Os outros seis, tinham o nariz bem de fora! Incrível!

Chegaram os peixinhos com o arroz de tomate.
Que bom que estavam!



sexta-feira, 29 de maio de 2020



77º dia de isolamento social (COVID-19)

Desconfinada mas isolada



Cada maluco tem a sua mania, diriam.
Pode parecer ridículo mas em adolescente/adulta jovem, não tendo orelhas de abanico, dizia a brincar, ter medo que o vento as levasse. 

Detestava vento! Se fosse passear, na mochila tinha sempre um lenço de cabeça não fosse levantar-se alguma ventania. 

Dito assim parecia uma patetice. 
Mas há pessoas com maior sensibilidade a certos estímulos que outras pessoas. 

E só mais tarde percebi que o vento nos ouvidos me era muito incómodo, causava mesmo uma dor que se mantinha durante um bocado.


Ontem e hoje tem estado um bocado de vento. As árvores mexem. Aragem dirão alguns mas eu não concordo. Por isso tenho aguardado que, com o avançar da tarde ele diminua.

Parece que é agora, vou sair!







quinta-feira, 28 de maio de 2020



76º dia de isolamento social (COVID-19)

Desconfinada mas isolada



Há meses que ando a pagar uma viagem em prestações.
Desde que começou a pandemia comecei a desconfiar que não iria. Mas continuei a querer acreditar.

Recebi agora a confirmação que a viagem não se irá realizar e foi adiada para o ano. 


A propósito ...




quarta-feira, 27 de maio de 2020



75º dia de isolamento social (COVID-19)

Desconfinada mas isolada


Isolada? Distância regulamentar de 2 metros entre as pessoas? 

Abriram há poucos dias as feiras, "desconfinaram".
Vi na televisão uma reportagem da Feira da Ladra, em Lisboa. Menos gente e só os vendedores residentes. 
Também na televisão vi uma reportagem da Feira do Relógio, também em Lisboa. Gente e vendedores talvez em menor número que o habitual.

Destas reportagens chamou-me a atenção a quantidade de gente que põe a máscara mas deixa o nariz de fora. Deveria haver mais anúncios na televisão de como se põe uma máscara para ela ser eficaz...para os outros.

Hoje, 4a feira abriu a feira de frutas, legumes e flores da terra onde estou a desconfinar. Fui, dei uma volta rápida, comprei em 3 bancas. Frutas da época irresistíveis.
Impossível manter a distância adequada, embora julgo que não toquei em ninguém.
Acho que toda a gente tinha máscara mas a querer demorar pouco não reparei nos narizes.


terça-feira, 26 de maio de 2020



74º dia de isolamento social (COVID-19)

Desconfinada mas isolada



Ainda não abriu a época balnear e já morreram 40 pessoas afogadas! É impressionante, com o Oceano Atlântico não se brinca! Nem com rios caudalosos nem albufeiras profundas.
Neste período de pandemia deixou de haver aulas presenciais. Foram suspensas todas as actividades livres, desporto, artes plásticas, música. Foi o confinamento. 
Desde há alguns anos, as crianças de algumas escolas públicas passaram a frequentar aulas de natação em piscinas. Não em todas as escolas e só durante por um período insuficiente para que aprendessem a nadar. Julgo que um trimestre.
Saber nadar bem não devia ser considerada uma competência essencial a ser desenvolvida?

Hoje um homem com cerca de 60 anos foi ao banho e pouco tempo depois começou a pedir socorro. Um jovem de 25 anos atirou-se à água para o salvar. Morreram os dois. O jovem não sabia nadar!

segunda-feira, 25 de maio de 2020



73º dia de isolamento social (COVID-19)

Desconfinada mas isolada


De manhã cedinho, como começa a ser hábito, fui dar o longo passeio pela praia. Calor bom e água boa. Pelo caminho tomei 3 banhos, ondas pequenas mas fortes, vindas de leste. Entrei no sítio e saí mais longe. Uma maravilha!

Não, hoje não encontrei nada interessante para trazer para casa.
Também não tenho nenhuma inspiração para escrever hoje.

De tarde desconfinei com máscara e fui a uma grande superfície. Tinha 3 cadeiras partidas no terraço. Encontrei exactamente iguais às que cá tenho. Mas foi épico enfiá-las no carro. Confortáveis, sólidas e largas, vi-me e desejei-me. Tentei de várias maneiras, até que tive de desmontar os bancos. Depois disso entraram.

Mas é nestas alturas que penso que devia estar acompanhada. Uma companhia funcional. Não tenho muita força e tento fazer pelo mais fácil. Se tivesse desmontado logo os bancos não tinha custado nada.
Ainda olhei à volta, algum funcionário, não havia. Procurei algum homem jovem com ar simpático mas não me atrevi. Lá se resolveu.

Trazê-las do carro até casa é uma distância razoável. No condomínio os carros ficam no parqueamento. Lá consegui também.


Fiquei fula quando descobri que tenho mais uma partida. Terei de lá voltar.

E vou ali tomar um anti-inflamatório e relaxante muscular que já me dói tudo.