quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Poema - Miguel-Manso

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JANELA
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dedico-me ao poema como um
homem velho se dedica a um vaso
com flores

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Aconteceu...esculturas ao ar livre

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Os jardins e parques, para além das árvores e flores, são espaços muito adequados que servem para terem esculturas, maiores ou pequenas mas que se enquadram ficando fazendo corpo com a paisagem. Refiro-me a escultura moderna, de pedra ou aço que suportam qualquer tipo de clima. Muitas vezes essas  exposições são transitórias, deixando os espaços vazios quando elas os abandonam.

Um espaço espantoso é o Parque  National De Hoge Veluwe que rodeia o Museu Kröller-Müller, na Holanda. Só pode ser visitado a pé ou de bicicleta que é distribuída no local onde se parqueia o automóvel. E no meio de um espaço imenso, esculturas modernas (escultores nascidos no século 20), umas tamanho pessoa outras enormes, funcionam como se também da terra ali tivessem nascido.
A escultura colocada ao ar livre estabelece com quem as vê, uma relação de proximidade diferente. 
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Os jardins da Gulbenkian têm algumas, nenhuma gigante, mas é um espaço muito agradável.
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Também Serralves já fez algumas exposição de esculturas gigantes, instaladas no seu parque. A maior parte estiveram em exposições limitadas no tempo, mas mantém algumas que, porque permanentes, fazem parte do corpo do jardim.
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Um espaço muito bonito em Lisboa, e quase desconhecido das pessoas, é o Parque Saúde de Lisboa, antigamente conhecido pelo Hospital Júlio de Matos. Um enorme jardim com árvores enormes entremeadas por espaços verdes com arbustos.
Já por várias vezes foi palco de esculturas ao ar livre, refiro uma em que em todas elas eram integradas camas de ferro, das que antigamente eram usadas no hospital. E outra com esculturas de ferro, realizadas por um psiquiatra-escultor.
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Aliás este último transformou o largo da estação de caminho de ferro de Sines com uma dúzia delas. O largo ficou um museu ao ar livre. Não sei se ainda lá estão, mas que mereciam estar, mereciam.
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Em Vilamoura, no Cerro da Vila, espaço de escavações arqueológicas, dez esculturas gigantes misturam-se com os restos antigos e o verde do campo e relva. Vale bem a visita. Pena que também seja transitória, acabará em Outubro. 

domingo, 14 de agosto de 2011

Aconteceu...que a subida da maré prega partidas inesperadas

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Ainda há praias assim, o pessoal vai almoçar a casa mas deixa tudo na praia. Voltarão depois da sesta e ficarão até ao fim do dia. Às vezes com surpresas como a deste dia...

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Fotos - Magda

sábado, 13 de agosto de 2011

Poema - Fernando Luís Sampaio

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OS CANTORES DO FUTURO
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Nada permanece desses anos inquietos
Deixados à porta da idade como sacos
De lixo atados, testemunho que reclama amizades
E mortes.
O destino dessas palavras
São o seu eco, um bilhete de autocarro
Ainda marca a ilusão interrompida - foi
Assim a nossa luta de classes, sem a ilusão
Que desafia os cantores do futuro.
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Agora é esperar que algum sentido
Te surpreenda a meio do caminho que
Te leva à primeira cervejaria, um
Marasmo de espuma e poemas polidos
Pela miséria episcopal da nação
Que todos os dias te oferece a morte para versejar.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Aconteceu...serão as catedrais do nosso tempo?

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Quando abriu o Centro Comercial Colombo, grupos excursionistas vinham de todo o Portugal e eram ali depositados. O local e as suas lojas eram visitadas quase com o mesmo respeito e atenção que outras pessoas dedicam à "Galleria degli Uffizi" em Florença.

Na Marina de Vilamoura, grupos de estrangeiros são despejados para visitarem o "Sete Café", bar do Figo e China. De forma ordeira, alinhados como se fossem alunos na forma para entrarem na aula, entram e lá ficam a admirar. As paredes cobertas de fotografias de gente do futebol e do espectáculo internacional funcionam são olhados como se de um quadro de Botticelli se tratassem.

Um pouco mais adiante, eis que param na CR7.  Olham, miram, (terão reparado nos bodies para bebés que dizem I love Cristiano Ronaldo?), e acabam no exterior, a posar para as fotos tendo como fundo a imagem de corpo inteiro do dono da loja.

Que tem de estranho? Não há quem tire foto de braço estendido como se a segurar a Torre de Pisa? Ou junto da varanda de Romeu e Julieta em Verona? 
Há quem visite em Paris a frutaria "Au marché de la Butte", um dos locais que serviu de cenário no filme "O Destino de Amélie Poulain". 
Quem vá beber um Mojito à "La Bodeguita del Medio" em Havana, numa peregrinação aos lugares de Hemingway, ou beber um copo no "Les deux Magots", em Paris, pensando em Sartre, Simone de Beauvoir e outros intelectuais marcantes da cultura francesa. 

"À Chacun Sa Vérité", escreveu Pirandello. A mim apetece-me escrever "Cada Qual Com a Sua Cultura".

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Aconteceu...noites de verão

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.........................................Foto - Magda