quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Aconteceu...serão as catedrais do nosso tempo?

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Quando abriu o Centro Comercial Colombo, grupos excursionistas vinham de todo o Portugal e eram ali depositados. O local e as suas lojas eram visitadas quase com o mesmo respeito e atenção que outras pessoas dedicam à "Galleria degli Uffizi" em Florença.

Na Marina de Vilamoura, grupos de estrangeiros são despejados para visitarem o "Sete Café", bar do Figo e China. De forma ordeira, alinhados como se fossem alunos na forma para entrarem na aula, entram e lá ficam a admirar. As paredes cobertas de fotografias de gente do futebol e do espectáculo internacional funcionam são olhados como se de um quadro de Botticelli se tratassem.

Um pouco mais adiante, eis que param na CR7.  Olham, miram, (terão reparado nos bodies para bebés que dizem I love Cristiano Ronaldo?), e acabam no exterior, a posar para as fotos tendo como fundo a imagem de corpo inteiro do dono da loja.

Que tem de estranho? Não há quem tire foto de braço estendido como se a segurar a Torre de Pisa? Ou junto da varanda de Romeu e Julieta em Verona? 
Há quem visite em Paris a frutaria "Au marché de la Butte", um dos locais que serviu de cenário no filme "O Destino de Amélie Poulain". 
Quem vá beber um Mojito à "La Bodeguita del Medio" em Havana, numa peregrinação aos lugares de Hemingway, ou beber um copo no "Les deux Magots", em Paris, pensando em Sartre, Simone de Beauvoir e outros intelectuais marcantes da cultura francesa. 

"À Chacun Sa Vérité", escreveu Pirandello. A mim apetece-me escrever "Cada Qual Com a Sua Cultura".

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