quinta-feira, 14 de abril de 2011

Aconteceu...ontem do céu, hoje de terra


.........................................Fotos - Magda

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Poema - Mário Cordeiro

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ACONTEÇO UM GIN NO PETER´S

De cada vez que chego à marina
Venho mais nobre,
Mas sinto-me pobre
E com a alma pequenina,
Quando desenho o meu ex-libris
Na igreja das Angústias
E o pico tem-me refém,
Como sempre tem
Quem dele provem
à bolina.
Chego cansado à marina
E amarro a embarcação
Com o oceano e a ressaca
No coração.
Vou a Espalamanca
E a Porto Pin
Pobre dos outros
Mais rico de mim,
Cidade baía
Lugar de conforto
Chego a bom porto
Na Ermida da Guia.

Aconteço um gin no Peter´s
(Café Sport para os da terra)
Ouço as saudades da guerra
De um marinheiro sem braço
Adormeço no abraço
Da marina, minha amante,
E olhando para cada cara
Redescubro um atlante.
Em tons de sol e de luz
Sintomas de manhã clara,
Acordo com o arcabuz
Do Forte de Santa Cruz.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Aconteceu...que o tempo voa!


Gostava de poder medir o tempo, medir mesmo, dentro de mim, sem relógio nem calendários, sem fitinhas do dedo anti-esquecimento, sem papelinhos colados com recados, sem telefonemas para me lembrarem as coisas que eu não me lembro... gostava de ter tudo isso dentro de mim, sem esforço, sem peso, sem esquecimento.

Mas não, sou imensamente desregulada nas datas, nas marcas de que me tenho de lembrar e me esqueço sempre na hora.

Uso truques, anoto na agenda do serviço, na  da casa, em papéis junto ao meu lugar na sala, no post-it do écran do computador e nos últimos anos, no telemóvel.

Um destes dias carreguei num botão do meu Samsung e apaguei inadvertidamente todas as anotações cuidadosamente marcadas no calendário. Foi assim como se uma súbita rabanada de vento me tivesse virado ao contrário, de tal forma que eu deixava de saber onde estava o chão. E de gatas, em cima dele, tacteava com as mãos para o encontrar.
E o pior é que todas as anotações feitas nos outros sítios, certamente por solidariedade, desapareceram também.
Ando agora, penosamente, a refazer o perdido.

Só que o tempo voa, voa levemente mas rápido e já deve estar longe, muito longe.
Não sei nos voltaremos a encontrar.

domingo, 10 de abril de 2011

Poema - Ruy Belo

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AOS HOMENS DO CAIS

Plantados como árvores no chão
ao alto ergueis os vossos troncos nus
e o fruto que produz a vossa mão
vem do trabalho e transparece a luz

Nenhum passado vale o dia-a-dia
Sonho só o que vós consentis
Verdade a que de vós só irradia
- Portugal não é pátria mas país

sábado, 9 de abril de 2011

Aconteceu...Dar o exemplo é dar-se como exemplo!


Muitas crianças e jovens inteligentes têm dificuldades na escola.
Cansam-se com facilidade não são capazes de investir uma tarefa, estão frequentemente desatentos, não tiram prazer nenhum em aprender, em saber coisas novas. O professor é considerado uma pessoa chata, que só obriga a trabalhar e que às vezes até lhes manda trabalhos de casa.
Para eles o recreio e os amigos justificam a sua ida à escola. Todo o resto é um frete.

Alguns, e apesar de gostarem dos recreios, têm também muitos problemas aí. Irritam-se com facilidade se a brincadeira não lhes vai de feição, passam à acção, partindo para a porrada se algum colega se lhes atravessa no caminho, não suportam perder. Batem e são batidos pelos outros, que por vezes se unem para vinganças.

Em casa são frequentemente desobedientes, querem instituir as regras, horas a que devem comer, lavar-se ou deitar-se. Entram em conflito facil com os pais, os quais oscilam entre irritar-se e castigar ou um fazer de conta que não viram, muitas vezes receosos das suas próprias reacções perante o comportamento dos filhos.
Conheço muitas crianças e pais assim.

Para além de medidas terapêuticas e pedagógicas que se possam instituir, muitas vezes estas crianças têm indicação para praticarem desporto em grupo, integram clubes, nomeadamente para a prática do futebol. E, para bem deles, muitos no jogo são o que não conseguem ser na escola, bons.
Através do jogo, aprendem a cumprir regras, a perder e a ganhar, vão melhorando a sua imagem interna e, de forma indirecta, vão ganhando qualidades que os vão ajudar a investir também a aprendizagem.

"Não sou electricista", único comentário do treinador do Benfica perante um apagão selvagem no fim de um jogo perdido, criando riscos para os jogadores e os adeptos ainda dentro do estádio.
Nem todos serão assim, e acredito que muitos misters amadores que têm as crianças e jovens nas suas equipas sejam diferentes, não sejam mal educados e "apsicopatados" e saibam dar o exemplo que os miúdos precisam.