quarta-feira, 13 de abril de 2011

Poema - Mário Cordeiro

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ACONTEÇO UM GIN NO PETER´S

De cada vez que chego à marina
Venho mais nobre,
Mas sinto-me pobre
E com a alma pequenina,
Quando desenho o meu ex-libris
Na igreja das Angústias
E o pico tem-me refém,
Como sempre tem
Quem dele provem
à bolina.
Chego cansado à marina
E amarro a embarcação
Com o oceano e a ressaca
No coração.
Vou a Espalamanca
E a Porto Pin
Pobre dos outros
Mais rico de mim,
Cidade baía
Lugar de conforto
Chego a bom porto
Na Ermida da Guia.

Aconteço um gin no Peter´s
(Café Sport para os da terra)
Ouço as saudades da guerra
De um marinheiro sem braço
Adormeço no abraço
Da marina, minha amante,
E olhando para cada cara
Redescubro um atlante.
Em tons de sol e de luz
Sintomas de manhã clara,
Acordo com o arcabuz
Do Forte de Santa Cruz.

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