sexta-feira, 9 de abril de 2021

A intolerância perante os trans, em filme.

 383º dia do recomeço do blog

Comecei o dia a ver um filme que passou ontem na RTP2, "Uma mulher fantástica", do chileno Sebastian Lelio. A interprete é Daniela Vega. Trata-te de um filme sobre uma transgénero (trans), um homem que se apaixona por ela e que morre deixando-a à mercê da intolerância que a família dele tem para com ela. Mostra também outros aspectos das dificuldades dos trans, esta ainda não completada a operação, em pequenas coisas do dia a dia. É no mundo da arte que é mais aceite, acabando sendo admirada como cantora lírica.

O interessante deste filme é que a actriz principal, no filme Marina, é ela também trans.

https://www.rtp.pt/play/p6447/uma-mulher-fantastica

Pode ser visto aí.

quinta-feira, 8 de abril de 2021

Cozer meias era exclusivo das mulheres?

 382º dia do recomeço do blog

Está fora de qualquer dúvida hoje em dia a importância da relação da Mãe e do Pai com o bebé; da importância do apoio à criança em momentos mais difíceis da vida.

Ao olhar as imagens das crianças nos centros de refugiados, muitas vezes a correr, brincar e sorrir, quem imagina que marcas poderão ficar para a vida? Dos que têm lá os pais e dos que estão sozinhos?

Sempre me preocupou o bem estar psicológico das crianças. Essa terá sido uma das razões que me levou a ser médica pedopsiquiatra.

E no meu caminho profissional fiz um estágio de pediatria num hospital pediátrico nos anos 70 do século passado. As crianças eram internadas e não tinham como hoje o direito de estarem acompanhadas pela família, mãe ou pai como hoje. Tinham direito a uma visita breve de um deles, normalmente da Mãe.

O estágio começou com uma reunião com um médico chefe. E a certa altura pude fazer-lhe uma pergunta, sobre a vantagem para as crianças de poderem ser acompanhadas durante o internamento pelas mães. Tenho a certeza de na altura ter dito mãe, os pais ainda não tinham entrado completamente na nossa narrativa. Não me esqueço da resposta que ele me deu e que me apetece reproduzir "Ah, a dra. é daquelas que defendem que as mães venham para o hospital acompanhar os filhos e os pais passem ficar com as meias rôtas?".

Fiquei sempre com dúvida se foi uma resposta provocatória, se embirrou comigo na hora, tanto mais quanto ouvia falar dele como um bom médico. Na altura ser competente seria só saber da parte física?

Felizmente nem todos pensavam assim e hoje é muito importante o acompanhamento das crianças e fizeram-se leis para a sua efectivação.

quarta-feira, 7 de abril de 2021

Morreu subitamente Jorge Coelho do P.S, que cantava Only you à sua mulher.


381º dia do recomeço do blog

Terá sido na última década do século passado que Jorge Coelho, que ontem morreu, foi a um programa de entretenimento da televisão. Não encontro referência na net, nem no Youtube, mas ficámos a saber que às vezes cantava e ali o fez como às vezes fazia à mulher. Cantou o Only You, dos Platers.

https://youtu.be/3FygIKsnkCw

Tempos depois, estava eu na cafetaria de um museu em Madrid, onde havia uma exposição temporária muito importante e que levou muitos portugueses naquele fim de semana a vê-la e Jorge Coelho e a sua família também lá estava.

Quando se levantaram e passaram junto à mesa onde eu estava com os meus amigos, pus-me a cantar o Only You, não muito alto mas que deu para ele ouvir. Parou junto de mim que estava de costas para o caminho, pôs as mãos apoiadas nos meus ombros e com um tom de voz muito simpático disse "Aqui não". Rimo-nos todos. "E então um bom fim-de-semana" disse e continuou a dirigir-se para a exposição.

Foi o nosso momento de glória, um pouco adolescente ter cantado e obtido aquela resposta.

Qual a exposição? Julgo que de El Greco mas não tenho a certeza. 

terça-feira, 6 de abril de 2021

2ª Parte do desconfinamento

 380º dia do recomeço do blog

Já podemos ir às esplanadas, 4 por mesa. Ainda não fui.

Já podemos embora ainda não devamos sair porque se deve ficar em casa.

Um pouco contraditório mas está bem.

Eu que gosto de viajar não me apetece nada, julgo que estou com uma discreta fobia social, das pessoas, e dos sítios novos, que não me apetece conhecer. Sinto a casa como mais segura.

Mas amanhã vou levar o meu neto à natação, ai vou, vou. Há meses que não há esta actividade, vamos a ver quanto tempo fica aberta.

Estou insegura, um pouco pessimista.

segunda-feira, 5 de abril de 2021

Gansos sem Nils Holgersson

 379º dia do recomeço do blog

Estava eu parada à porta do Jardim Zoológico quando vejo um casal de gansos, com um ar arrogante, a atravessar calmamente a rua. 

Chegaram sãos e salvos ao passeio mas eis que um resolve voltar para trás, logo na altura em que vem um autocarro.

Eu gritei como se de uma pessoa se tratasse "Cuidado!", o autocarro meteu os travões a fundo e o casal levanta voo por cima de tudo e entra no jardim que é certamente a casa deles, por cima do muro.

Se calhar é frequente mas eu nunca tinha visto. E seriam não era brancos como os da Maravilhosa Viagem de Nils Holgersson Através Da Suécia.

domingo, 4 de abril de 2021

Memórias. Religião. Gastronomia.

 

378º dia do recomeço do blog

Educada em Portugal posso dizer que bebi mesmo sem querer a cultura cristã. Mas não fui sequer batizada e depois durante o meu crescimento e mesmo adulta nunca me interessei por religião, nenhuma mesmo.

Acabei de almoçar pescada cozida. Estava óptima! 

De uma família religiosa, não os meus Pais que em adultos se afastaram, tive uma avó, muito religiosa, que sempre que nascia um neto pagava as bulas todas possíveis ao Papa para nos libertar de algumas obrigações. Sei que poderia comer carne às sextas-feiras, ir à missa sem ser ao domingo e outras que nem sei. Isto fez-me perceber que o dinheiro tem importância para aliviar a crença.

Nunca foi pressionada a definir-me. Ouvi muitas missas sobretudo na rádio em casa dos meus avós paternos. A minha Avó materna embora católica, teve curiosidade em ouvir outras religiões. Mas manteve-se sempre na mesma, católica, dizendo acreditar que havia alguma coisa acima "disto" .

Os meus Pais nunca forçaram nada. Até no liceu estive sempre inscrita na cadeira de religião e moral. O professor era um padre e pôs os não católicos, ateus, protestantes, judeus, na última fila. Por incrível que pareça, a minha memória diz que ele não nos ligava nenhuma e que até, num dia, a fila de trás cantou e dançou rock. Será possível ou estou a construir memórias?

Outra memória, mais gastronómica, é a do folar de Mirandela com enchidos, galinha e porco estufado que a minha Avó Elvira fazia nesta época. Acredito que o tamanho do dito, que era cozido no forno de uma padaria que havia na Rua Viriato, mesmo por baixo da casa dela, era do tamanho de uma roda de camião. Ou seria de um carro?

sábado, 3 de abril de 2021

O desconsolo do borrego!

 

377º dia do recomeço do blog

Arranjo desculpas para ir buscar comida feita ao postigo dos restaurantes do meu bairro. Que é para os ajudar, que em vez de irem fazer manifestações continuaram a servir, que isto e mais aquilo.

Por detrás destas justificações está a verdade, sou preguiçosa. Muito! E é bem feita que hoje tenha comido um borrego incrível, sem nenhuma graça, quando eu o faço tão bem!

Sim, em dinheiro sai mais barato comprar feito. Mas estou tão desconsolada que um destes dias terei de fazer aqui no forno.

Até os grelos eram congelados!