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Foto - Magda
quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
Poema - Aníbal Raposo
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AUSÊNCIA
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É estranho...
Quando deixas a ilha
Sinto os meus dias prenhes
Do imenso vazio da tua ausência
Resta o teu cheiro...
No quarto, na almofada da cama
Em cada canto da casa...
Confesso que nunca o sinto assim tão à flor da pele
No compasso voraz do nosso dia-a-dia
Só então me apercebo
Como a usura do tempo
Traça, sem darmos conta, superfícies planas
Esbate, sem piedade, as vivas arestas
Da cor dos nossos sentimentos
Amo-te em fogo juvenil quando estás longe
Habituo-me a ti
Se estás por perto.
AUSÊNCIA
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É estranho...
Quando deixas a ilha
Sinto os meus dias prenhes
Do imenso vazio da tua ausência
Resta o teu cheiro...
No quarto, na almofada da cama
Em cada canto da casa...
Confesso que nunca o sinto assim tão à flor da pele
No compasso voraz do nosso dia-a-dia
Só então me apercebo
Como a usura do tempo
Traça, sem darmos conta, superfícies planas
Esbate, sem piedade, as vivas arestas
Da cor dos nossos sentimentos
Amo-te em fogo juvenil quando estás longe
Habituo-me a ti
Se estás por perto.
segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
Aconteceu...dolorosa descida à terra
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Conheço-a há muito tempo. Anda quase sempre bem disposta, ri, fala, é frequentemente o centro da festa. A alegria e a vivacidade, com um humor mais para o eufórico, tudo são facilidades, dona de tudo, cheia de entusiasmo, numa roda viva que ocupam o tempo quase todo. Tanto, tanto, que quase cansa de estar com ela. Com uma pequena curiosidade, ela...nunca se cansa.
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Um dia parece que aterrou no chão, pés assentes na terra e a cabeça só pensava...que não tinha tantas razões para andar tão satisfeita, que a vida é difícil e o futuro preocupante, que há situações que nem sempre se dominam. As cores brilhantes que povoavam a sua cabeça mudaram, tudo era a preto e branco.
Ficou cabisbaixa, triste, sempre cansada.
Adormecida entrava logo nuns sonhos tristes, em que não se vislumbrava uma saída para a história interna por ela inventada a dormir. Até os sonhos contribuíam para aumentar o desânimo.
Ficou cabisbaixa, triste, sempre cansada.
Adormecida entrava logo nuns sonhos tristes, em que não se vislumbrava uma saída para a história interna por ela inventada a dormir. Até os sonhos contribuíam para aumentar o desânimo.
Começou a isolar-se. Foi preciso pedir ajuda médica e psicológica.
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Eventualmente ambos os estados pertencem à mesma moeda. Mas quem não gosta mais da euforia que da tristeza?
sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
Poema - Nuno Júdice
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RECEITA PARA FAZER O AZUL
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Se quiseres fazer azul,
pega num pedaço de céu e mete-o numa panela grande,
que possas levar ao lume do horizonte;
depois mexe o azul com um resto de vermelho
da madrugada, até que ele se desfaça;
despeja tudo num bacio bem limpo,
para que nada reste das impurezas da tarde.
Por fim, peneira um resto de ouro da areia
do meio-dia, até que a cor pegue ao fundo de metal. Se quiseres, para que as cores se não desprendam
com o tempo, deita no líquido um caroço de pêssego queimado.
Vê-lo-ás desfazer-se, sem deixar sinais de que alguma vez
ali o puseste; e nem o negro da cinza deixará um resto de ocre
na superfície dourada. Podes, então, levantar a cor
até à altura dos olhos, e compará-la com o azul autêntico.
Ambas as cores te parecerão semelhantes, sem que
possas distinguir entre uma e outra.
Assim o fiz – eu, Abraão ben Judá Ibn Haim,
iluminador de Loulé – e deixei a receita a quem quiser,
algum dia, imitar o céu.
RECEITA PARA FAZER O AZUL
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Se quiseres fazer azul,
pega num pedaço de céu e mete-o numa panela grande,
que possas levar ao lume do horizonte;
depois mexe o azul com um resto de vermelho
da madrugada, até que ele se desfaça;
despeja tudo num bacio bem limpo,
para que nada reste das impurezas da tarde.
Por fim, peneira um resto de ouro da areia
do meio-dia, até que a cor pegue ao fundo de metal. Se quiseres, para que as cores se não desprendam
com o tempo, deita no líquido um caroço de pêssego queimado.
Vê-lo-ás desfazer-se, sem deixar sinais de que alguma vez
ali o puseste; e nem o negro da cinza deixará um resto de ocre
na superfície dourada. Podes, então, levantar a cor
até à altura dos olhos, e compará-la com o azul autêntico.
Ambas as cores te parecerão semelhantes, sem que
possas distinguir entre uma e outra.
Assim o fiz – eu, Abraão ben Judá Ibn Haim,
iluminador de Loulé – e deixei a receita a quem quiser,
algum dia, imitar o céu.
quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
Aconteceu...no dia em que Gonçalo Ribeiro Telles foi homenageado
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Lisboa, 2ª circular, o dia a despedir-se e a cruzar-se com a noite que desce.
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Velocidade do carro 30 km/h. Mais uns metros e o carro começa a andar mais devagar, e ainda mais até que pára juntando-se à fila da qual se já não vê o fim.
É assim todos os dias e quase a todas as horas.
Podia ser uma maçada estar ali parada. De manhã, atarefada e com horas a cumprir é aborrecido. Mas agora...
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Estou virada para Monsanto. Ao longe , os edifícios das Torres de Lisboa e de Benfica ficam uns paralelepípedos negros. Ao fundo um céu a escurecer, e umas nuvens discretas como se fossem manchas de aguarela.
As luzes dos faróis traseiros, vermelhas, enchem as várias faixas de automóveis, criando riscos intermitentes. Do outro lado são as brancas dos faróis dianteiros.
Gosto de olhar as manchas que se vêem da cidade, as algumas poucas luzes já acesas nalguns prédios, gosto de olhar e fantasiar, imaginar histórias que se estarão a passar ou melhor poderiam estar a passar-se ou que até nunca poderão existir. Não dou pelo tempo.
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E sem me dar conta, envolta nos meus pensamentos-sonhos chego a casa.
E então pensei no Duarte e em tantos outros entusiastas da ecologia, do transporte em bicicleta, a pé, de comboio. Aquele meu tempo de sonho é poluente. Desculpo-me com o facto do percurso ser curto. 3 km de isolamento egoísta.
E então pensei no Duarte e em tantos outros entusiastas da ecologia, do transporte em bicicleta, a pé, de comboio. Aquele meu tempo de sonho é poluente. Desculpo-me com o facto do percurso ser curto. 3 km de isolamento egoísta.
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domingo, 4 de dezembro de 2011
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