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quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Aconteceu...no dia em que Gonçalo Ribeiro Telles foi homenageado

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Lisboa, 2ª circular, o dia a despedir-se e a cruzar-se com a noite que desce.
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Velocidade do carro 30 km/h. Mais uns metros e o carro começa a andar mais devagar, e ainda mais até que pára juntando-se à fila da qual se já não vê o fim.
É assim todos os dias e quase a todas as horas.
Podia ser uma maçada estar ali parada. De manhã, atarefada e com horas a cumprir é aborrecido. Mas agora...
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Estou virada para Monsanto. Ao longe , os edifícios das Torres de Lisboa e de Benfica ficam uns paralelepípedos negros. Ao fundo um céu a escurecer, e umas nuvens discretas como se fossem manchas de aguarela.
As luzes dos faróis traseiros, vermelhas, enchem as várias faixas de automóveis, criando riscos intermitentes. Do outro lado são as brancas dos faróis dianteiros.
Gosto de olhar as manchas que se vêem da cidade, as algumas poucas luzes já acesas nalguns prédios, gosto de olhar e fantasiar, imaginar histórias que se estarão a passar ou melhor poderiam estar a passar-se ou que até nunca poderão existir. Não dou pelo tempo.
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E sem me dar conta, envolta nos meus pensamentos-sonhos chego a casa.

E então pensei no Duarte e em tantos outros entusiastas da ecologia, do transporte em bicicleta, a pé, de comboio. Aquele meu tempo de sonho é poluente. Desculpo-me com o facto do percurso ser curto. 3 km de isolamento egoísta.

sábado, 13 de novembro de 2010

Aconteceu...num taxi, viagem com direito a filme de família

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Ipanema, 17h de uma sexta feira. O taxi pára e perante o destino pedido faz o ar mais chateado, e diz que vai ser a 3ª viagem seguida que faz até lá, que está tudo engarrafado, numa franca tentativa de desistência.
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O trânsito nesta zona do Rio de Janeiro é muito complicado. Enquanto não construírem um metro de superfície ou de underground, ou uma linha de caminho de ferro e só alargarem as vias para os automóveis, nada vai melhorar. A Barra da Tijuca continua a crescer em condomínios em altura, para classe média com carro e cada família tem vários carros.
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O taxista tinha um leitor de vídeo no tablier e resolveu mostrar o do 1º aniversário do filho, o Gabriel. De forma contínua, chata e insistente, foi-nos chamando a atenção para todos os pormenores.
Foi uma festa como acho que não é usual em Portugal. Organizada por uma empresa de eventos, em espaço alugado, um animador, imensos divertimentos, piscina de bolas, trampolim, comida e música. Na sala mesas redondas todas de toalha igual e fitas de laçarote e cadeiras vestidas. E imensa comida que enumerou.
Ele havia carneiros feitos em madeira tamanhos natural, com furos no corpo dos quais saíam paus de algodão doce, simulando o bicho real; bonecos de madeira iguais ao Gabriel, em pé; vimos o fato, o cabelo, da mulher, mais o 1º banho dado pela avó, enfim, a viagem nunca mais chegava ao fim.
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E dizia que toda a vida tinha sonhado que quando tivesse um filho e ele fizesse um ano teria uma festa assim.
Durante a viagem nomeou as suas tias e a avó. É possível que conhecer a infância deste homem tornasse compreensível este desejo, espécie de obsessão.
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Foi uma viagem muito chata! Mas fiquei a conhecer estas festas que nem de telenovela brasileira.