quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Aconteceu...bolas de Berlim com sotaque brasileiro

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Tanto quanto me lembro, a variedade de bolos que se vendem nas praias tem vindo a empobrecer.
Já lá vai o tempo das caixas brancas de folha que as vendedeiras vestidas de saia, camisa e avental brancos levavam à cabeça assentes numa rosquilha.
Num perfeito equilíbrio poisavam-nas na areia, ajoelhavam-se e com cuidado abriam as várias gavetas que elas continham cheias de bolos variados. E formava-se em seu redor um grupo de crianças e mães para escolher e comprar.

No Algarve havia os homens com as cestas de bolinhos de amêndoa de fabrico artesanal, queijinhos e arrepiados; e os vendedores de bolas de Berlim, todas arrumadas e apertadinhas umas contra as outras e ainda quentes por vezes.

O pregão era sempre o mesmo e as crianças que faziam bolas com areia molhada envolvidas em areia seca, sabiam-no bem. Boliiinhas, quentes e boas, há com creme e sem creme, numa música inesquecível.

Os bolinhos de amêndoas desapareceram. Os bolos variados levaram o mesmo destino.
As bolas persistem, mas com música diferente. É que são vendidas maioritariamente por brasileiros, há-as com creme de ovo e de chocolate, vêm enfiadas nuns sacos de papel, e perderam a graça toda. A música e as palavras do pregão mudaram e variam de homem para homem.

De vez em quando, muito raramente lá aparece um vendedor português, com as bolas apertadinhas umas contra as outras e a saírem lateralmente amolgadas. E depois o momento mágico, em que o vendedor pega  uma   com uma tenaz de bolos e a entrega amparada num guardanapo.
Parece que têm outros sabor. É dessas que compro.

Aconteceu...que foi chuva

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--------------------------Foto - Magda

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Aconteceu...que o dia estava de chuva...ou experiências breves num dia de férias

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Podia escrever sobre a infância, a curiosidade, a agressividade, lembrar "Os Desastres de Sofia" com as suas regras rígidas e culpabilizantes, e tantos outros assuntos afins. Deixo só as fotos, "mosca presa contra a vidraça" e "o troféu", que mostram a minha cúmplicidade, esperando que o sol volte depressa.



..................................Fotos - Magda

Aconteceu...problema com o programa?

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Peço desculpa mas já há uns tempos que não consigo responder aos comentários que em "certos dias" me deixam. Leio, acedo ao local da escrita, escrevo e parece que tudo está a correr bem e depois...nada e volta ao início sem ter sido publicado . Tento de novo e a cena repete-se. Canso-me e um pouco irritada com isso desisto.
Vou passar a responder por mail, quando o souber ou por post se houver matéria.

Poema - Jorge Sousa Braga

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MULHER

Metade mulher   metade pássaro
Metade anémona   metade névoa

Metade água   metade mágoa
Metade silêncio   metade búzio

Metade manhã   metade fogo
Metade jade   metade tarde

Metade mulher   metade sonho

sábado, 30 de julho de 2011

Aconteceu...o poder da avó aos olhos do neto ou é preciso arranjar um culpado

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Hoje foi tudo diferente. Acordar cedo, tomar flocos ao pequeno almoço para ser rápido e ir cedinho para a praia cobertos de creme protector factor 50, como mandam as regras.

Correr, mergulhar, partilhar as construções na areia com outros meninos, eis que chegou o meio dia. Era preciso fugir do sol, e vir para casa almoçar e proteger-se.
O miúdo de 6 anos, já mais sabido, tudo fez para atrasar esse momento. Encheu-se de areia, pretexto para "só" mais um mergulho, mas acabou vencido,  aquele programa, por hoje, tinha mesmo acabado.

A caminho do carro, com um ar sério, discretamente aborrecido, comentou "Ó avó, tu hoje fizeste o tempo passar muito depressa!"

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Aconteceu...que não há crise em tudo.

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Não há crise em tudo, dois dias de calor e os incendios apareceram logo, cobrindo o céu de escuro.

..................Foto - Magda