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segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Aconteceu em viagem - 2 Bichinho


foto retirada de oyo.com.br

O Tempero da Ângela é um excelente restaurante de comida mineira no Bichinho, como lá dizem.
Na verdade a terra chama-se Vitoriano Veloso mas é mais conhecida por aquele “petit nom".
Não fosse um amigo meu, português!, que por lá tinha passado e certamente teria perdido aquele que foi o restaurante onde melhor comi por aquelas bandas!

Não havia muita gente a comer nas mesas que ficam debaixo do telheiro. Um casal, uma mesa de família, pais 4 filhos já avançados na refeição e nós.

Dentro de casa, um grande fogão de lenha serve de mesa aquecida para buffet mineiro. O almoço deve ter sido lá cozinhado. Tachos e tachinhos de barro, que a comida é variada.
Feijão tropeiro, couve mineira, abobrinha estufada, tutu mineiro, frango com ervilhas e quiabos, lombo assado, torresminho, batatinhas assadas, cada uma com melhor aspecto que a outra.
Para além de um buffet de saladas, de sobremesas e licores.
Preço fixo e barato. É só agarrar no prato e servir do que se quer as vezes que nos apetecer.

Em cima da mesa e desde o início fica o papel “da comanda” onde se vão inscrevendo as bebidas, que não estão incluídas no preço.

E de repente levanta-se um burburinho vindo da mesa da família. Percebemos que discutem a conta, então não eram 14 reais por cabeça, perguntam com irritação? Pois é, nenhum dos membros tinha visto o que está escrito no fim do papel “Atenção: cobramos taxa de desperdício”. Todos tinham deixado restos de comida nos pratos, de forma generosa. Falam todos ao mesmo tempo, discutem, de facto não querem pagar.
Mas regras são regras. E pasmem, não é que a mãe, de forma vagarosa, acompanhada por caretas como quem está a tomar colheres de óleo de fígado de bacalhau, colher após colher, prato após prato limpa os restos todos!

sábado, 12 de dezembro de 2009

aconteceu em viagem - 1 - Tiradentes


Foto - Magda

Pelas ruas de pedra irregulares, a charrete vai andando aos saltos controlados.

O Reginaldo começou nisto de levar os turistas a visitar a sua terra aos 9 anos. Hoje tem 21 anos mas parece à vontade uns 30.
O cavalo é o mesmo, tem agora 12 anos. No começo era tão bravo que ele sentado fingia guiar mas à frente o Rodrigo, parceiro da mesma idade, segurava o cavalo.
Até que o cavalo foi amansando e puderam fazer escala de serviço, um trabalhava outro folgava.

O Reginaldo é um homem crente e muito religioso. Contou várias histórias de verdadeiros milagres, nomeadamente o desaparecimento de um nódulo na mama da sua mãe depois dele ter feito um pedido ao padre Reginaldo de Curitiba.
Essa fé fê-lo ligar a rádio e ouvir a missa dita pelo tal padre durante e enquanto nos explicava a história da sua cidade. De vez em quando benzia-se.

Numa das folgas o Rodrigo foi tomar banho ao Rio das Mortes, que passa aqui em Tiradentes, afogou-se e morreu.
Desesperado com a perda do amigo, o Reginaldo clamava "Ó Rodrigo, Rodrigo!" e a cada chamamento desesperado o cavalo virava a cabeça e olhava para ele.

Por isso o cavalo ficou a chamar-se Rodrigo.