quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

Crónicas de Vence ...

 

261º dia do recomeço do blog

Morreu Eduardo Lourenço, um dos pensadores portugueses contemporâneo mais importantes. Tinha 97 anos. Embora tenha ouvido muita coisa que ele escreveu, nunca li nada dele, embora o Labirinto da Saudade existisse lá em casa.

Da sua vida sei que nasceu numa aldeia do concelho da Guarda. Ontem um dos jornalistas que escreveu sobre a sua morte situou a aldeia e concelho na Beira Baixa, quando é na Beira Alta. A geografia anda por baixo. Depois foi emendado.

Mas para ir à televisão foi convidado alguém para falar dele e da sua obra. O jornalista Reinaldo Serrano desconhece que ele viveu muitos anos na cidade de Vence, perto de Nice. E julgou que Vence, cidade era uma forma do verbo vencer, terminar na data tal. E comentou que era uma forma pouco usada hoje em dia mas da literatura, que no fim da crónica escrevia Vence 2020 por exemplo, ou seja, seria a data de validade dela. Esta situação como foi em directo não pôde ser emendado.

Eu bem digo que há cada jornalista que mais é um jornaleiro!

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

 

260º dia do recomeço do blog


1º de Dezembro 2020.

Acabei de ouvir agora num programa da tarde da RTP1 que "1 de Dezembro é um mês muito importante porque é o mês de Natal".

Foi mesmo no fim do programa e não sei se foi falado o 1º de Dezembro de 1640, dia da Restauração da Independência de Portugal, depois de ter estado sob o jugo da Espanha durante 60 anos.


Voltando ao Natal e lembrando Ary dos Santos

(...) Natal é em Dezembro

mas em Maio pode ser

Natal é em Setembro

é quando um homem quiser

Natal é quando nasce

uma vida a amanhecer

Natal é sempre o fruto

que há no ventre da mulher. (...)

segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Galeto e coisas de adolescentes

 

259º dia do recomeço do blog

Interessante a Visita Guiada ao Snack Bar Galeto, em Lisboa. Não se pôr aqui mas pode-se ver no RTP Play episódio 20.


Lembrei-me de uma ida lá, estava na moda e eu teria uns 15 ou 16 anos. Fui com a Ana P que era minha colega de liceu. Muito feiosa, magra e pequena, descuidada no seu arranjo, forma de andar e de falar, era um autêntico rapazito.

Chegadas lá, escolhemos um banco frente a um dos balcões em contínuo mas com mudança de direcção, e lá pedimos já não sei o quê. A Ana ía a mastigar pastilha elástica, retirou-a da boca e colou-a na parte de baixo do balcão. Quando acabámos a nossa estadia ela quis recolher a sua pastilha. Procurou no sítio onde a tinha posto e encontrou...várias. Mexeu e remexeu e retirou uma que pôs na boca. Exclamou sem recato "Esta é a minha, porque é a que está mais mole". E saímos a rir como é próprio daquela idade.

Nunca mais a vi.

Quanto ao Galeto, não sendo um sítio que frequento, já lá fui em ocasiões em que era o único aberto nas redondezas.

domingo, 29 de novembro de 2020

Com 1 ano de diferença

 

258º dia do recomeço do blog

Escrevi isto noutro local há exactamente um ano. Claro, isto mudou muito, mas aquele dia também foi excepcional!

29-11-2019

- " Casa, metro Colégio Militar, saída S. Sebastião, Corte Inglês.

- Almoço piso 7.

- Filme "Um Dia De Chuva Em Nova York". Gosto sempre dos filmes do Woody Hallen!

- 45 minutos de passeata pelo CI.

- Filme "Passámos Por Cá". Um filme de Ken Loach a não perder. (Para mim e por razões profissionais, assunto mais que conhecido mas muito bem feito!)

- Presunto, pão e vinho no CI.

- Metro até Colégio Militar.

- Casa

Dia de chuva? Parece que houve mas não a senti. "

29-11-2020 

Não saí de casa. Houve chuva que vi pela janela e tempestade com raios e trovões que ouvi. O livro que estou a ler prendeu-me tanto que são quase 19h e continuo agarrada. Uma história de aventuras com piratas, inspirada na vida de Henry Morgan, muito bem escrito por John Steinbeck.

Coitados de quem precisava de trabalhar para ganhar, este dia de confinamento e recolher obrigatório às 13h. Isto está mau! 

sábado, 28 de novembro de 2020

O que não vale uma boa ideia!

 

257º dia do recomeço do blog

Terá sido na Índia a primeira vez que vi  a artífices a trabalhar na rua. Associamos à pobreza ver uma máquina de costura no passeio com um homem a costurar, um sapateiro com os utensílios no passeio, sentado no chão. E outras profissões.

Em Marrocos, na praça Jemaa el-Fna de Marraquexe, vi de tudo, eventualmente menos organizado que na Índia. "Dentistas", barbeiros, intervenção não médica a doentes, nomeadamente mentais.

Hoje, caí num anúncio português do sapateiro expresso móvel, que tem o seu atelier não num vão esconso de um prédio como era habitual mas numa carrinha apetrechada e que pára em certas ruas conforme as marcações. Para além de arranjar sapatos e malas, faz chaves, matrículas de carros e outras coisas. Tem uma oficina como há nos centros comerciais mas móvel. Achei o máximo, uma evolução do trabalhador de rua e também a facilitar ao cliente uma vez que vai ao seu encontro. Pode ser contactado por telemóvel, redes sociais, e-mails. Já foi finalista de  vários prémios pela ideia que desenvolveu e pôs em marcha. 

Li também que tem contratos com hotéis e empresas.

Dei comigo a pensar que em 2020 só comprei ténis, sapatos que não precisam de sapateiro. Com o teletrabalho em que tanta gente está, o uso do sapato deve ter diminuído.

No Brasil este sistema já existe. Mas lá, a classe média vive em condomínio e acredito que tenham mais trabalho por aí. Os anúncios nas carrinhas são variados, seja sapateiro, hospital dos sapatos e outros

Por cá será mais um a sofrer com a crise?

sexta-feira, 27 de novembro de 2020

Memória de prazer

 

256º dia do recomeço do blog

Não é tão frequente como se calhar apetecia, mas hoje almocei com os meus filhos.


O trabalho e os horários impedem um almoço assim, até porque mais habitual é ser com a família toda, o que também é muito bom. 

Numa altura em que não entendo completamente a razão, os restaurantes estão limitados no seu trabalho, fazer o que fizemos hoje é um acto de solidariedade para com eles.

E se se come bem no Galito, na Quinta da Luz, em Lisboa.

Atendendo aos riscos da covid-19 ficámos na pequena esplanada, com poucas mesas, e protegida do frio, tanto mais quanto tem aquecedores de exterior.

Falou-se, riu-se e deliciámo-nos com as iguarias. Iniciou-se a refeição com omelete com farinheira, seguiu-se aquele galo de tomatada, com batatas  fritas e migas de espargos. O gin e o vinho alentejanos são bons, a sericaia e o café completaram o festim.

Ah, esquecemo-nos de tirar uma fotografia a nós. Fica a memória do prazer.

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Maldita Cocaína, morreu Maradona

 

255º dia do recomeço do blog

Foto retirada do Blog Duas ou Três Coisas

Ontem morreu o Maradona. Se me interesso um pouco por futebol é que tive marido e dois filhos, todos amantes deste desporto. 

Vi muitos jogos com eles, gozavam às vezes comigo quando já o jogo ia avançado e eu perguntava de que lado era a baliza de um dos clubes em jogo. Eu acho que percebia muito mais de futebol do que eles julgavam e esse treino que com eles fiz deu-me muito jeito no meu trabalho profissional. Para muitos miúdos que segui era assunto que lhes interessava e atrás dessa conversa outras se seguiam para os entender e ajudar a ultrapassar as dificuldades que os tinham levado até mim.

Por isso conheci o Maradona e agora que morreu, ontem, pude rever jogadas que a televisão passou. Feio, baixito e até simiesco de corpo, cortava a respiração vê-lo jogar. Passos quase impossíveis, velocidade de resposta e resistência e por fim, pontaria e golo.

Só fico com pena a pensar que algumas destas qualidades se deviam à cocaína.