segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Galeto e coisas de adolescentes

 

259º dia do recomeço do blog

Interessante a Visita Guiada ao Snack Bar Galeto, em Lisboa. Não se pôr aqui mas pode-se ver no RTP Play episódio 20.


Lembrei-me de uma ida lá, estava na moda e eu teria uns 15 ou 16 anos. Fui com a Ana P que era minha colega de liceu. Muito feiosa, magra e pequena, descuidada no seu arranjo, forma de andar e de falar, era um autêntico rapazito.

Chegadas lá, escolhemos um banco frente a um dos balcões em contínuo mas com mudança de direcção, e lá pedimos já não sei o quê. A Ana ía a mastigar pastilha elástica, retirou-a da boca e colou-a na parte de baixo do balcão. Quando acabámos a nossa estadia ela quis recolher a sua pastilha. Procurou no sítio onde a tinha posto e encontrou...várias. Mexeu e remexeu e retirou uma que pôs na boca. Exclamou sem recato "Esta é a minha, porque é a que está mais mole". E saímos a rir como é próprio daquela idade.

Nunca mais a vi.

Quanto ao Galeto, não sendo um sítio que frequento, já lá fui em ocasiões em que era o único aberto nas redondezas.

domingo, 29 de novembro de 2020

Com 1 ano de diferença

 

258º dia do recomeço do blog

Escrevi isto noutro local há exactamente um ano. Claro, isto mudou muito, mas aquele dia também foi excepcional!

29-11-2019

- " Casa, metro Colégio Militar, saída S. Sebastião, Corte Inglês.

- Almoço piso 7.

- Filme "Um Dia De Chuva Em Nova York". Gosto sempre dos filmes do Woody Hallen!

- 45 minutos de passeata pelo CI.

- Filme "Passámos Por Cá". Um filme de Ken Loach a não perder. (Para mim e por razões profissionais, assunto mais que conhecido mas muito bem feito!)

- Presunto, pão e vinho no CI.

- Metro até Colégio Militar.

- Casa

Dia de chuva? Parece que houve mas não a senti. "

29-11-2020 

Não saí de casa. Houve chuva que vi pela janela e tempestade com raios e trovões que ouvi. O livro que estou a ler prendeu-me tanto que são quase 19h e continuo agarrada. Uma história de aventuras com piratas, inspirada na vida de Henry Morgan, muito bem escrito por John Steinbeck.

Coitados de quem precisava de trabalhar para ganhar, este dia de confinamento e recolher obrigatório às 13h. Isto está mau! 

sábado, 28 de novembro de 2020

O que não vale uma boa ideia!

 

257º dia do recomeço do blog

Terá sido na Índia a primeira vez que vi  a artífices a trabalhar na rua. Associamos à pobreza ver uma máquina de costura no passeio com um homem a costurar, um sapateiro com os utensílios no passeio, sentado no chão. E outras profissões.

Em Marrocos, na praça Jemaa el-Fna de Marraquexe, vi de tudo, eventualmente menos organizado que na Índia. "Dentistas", barbeiros, intervenção não médica a doentes, nomeadamente mentais.

Hoje, caí num anúncio português do sapateiro expresso móvel, que tem o seu atelier não num vão esconso de um prédio como era habitual mas numa carrinha apetrechada e que pára em certas ruas conforme as marcações. Para além de arranjar sapatos e malas, faz chaves, matrículas de carros e outras coisas. Tem uma oficina como há nos centros comerciais mas móvel. Achei o máximo, uma evolução do trabalhador de rua e também a facilitar ao cliente uma vez que vai ao seu encontro. Pode ser contactado por telemóvel, redes sociais, e-mails. Já foi finalista de  vários prémios pela ideia que desenvolveu e pôs em marcha. 

Li também que tem contratos com hotéis e empresas.

Dei comigo a pensar que em 2020 só comprei ténis, sapatos que não precisam de sapateiro. Com o teletrabalho em que tanta gente está, o uso do sapato deve ter diminuído.

No Brasil este sistema já existe. Mas lá, a classe média vive em condomínio e acredito que tenham mais trabalho por aí. Os anúncios nas carrinhas são variados, seja sapateiro, hospital dos sapatos e outros

Por cá será mais um a sofrer com a crise?

sexta-feira, 27 de novembro de 2020

Memória de prazer

 

256º dia do recomeço do blog

Não é tão frequente como se calhar apetecia, mas hoje almocei com os meus filhos.


O trabalho e os horários impedem um almoço assim, até porque mais habitual é ser com a família toda, o que também é muito bom. 

Numa altura em que não entendo completamente a razão, os restaurantes estão limitados no seu trabalho, fazer o que fizemos hoje é um acto de solidariedade para com eles.

E se se come bem no Galito, na Quinta da Luz, em Lisboa.

Atendendo aos riscos da covid-19 ficámos na pequena esplanada, com poucas mesas, e protegida do frio, tanto mais quanto tem aquecedores de exterior.

Falou-se, riu-se e deliciámo-nos com as iguarias. Iniciou-se a refeição com omelete com farinheira, seguiu-se aquele galo de tomatada, com batatas  fritas e migas de espargos. O gin e o vinho alentejanos são bons, a sericaia e o café completaram o festim.

Ah, esquecemo-nos de tirar uma fotografia a nós. Fica a memória do prazer.

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Maldita Cocaína, morreu Maradona

 

255º dia do recomeço do blog

Foto retirada do Blog Duas ou Três Coisas

Ontem morreu o Maradona. Se me interesso um pouco por futebol é que tive marido e dois filhos, todos amantes deste desporto. 

Vi muitos jogos com eles, gozavam às vezes comigo quando já o jogo ia avançado e eu perguntava de que lado era a baliza de um dos clubes em jogo. Eu acho que percebia muito mais de futebol do que eles julgavam e esse treino que com eles fiz deu-me muito jeito no meu trabalho profissional. Para muitos miúdos que segui era assunto que lhes interessava e atrás dessa conversa outras se seguiam para os entender e ajudar a ultrapassar as dificuldades que os tinham levado até mim.

Por isso conheci o Maradona e agora que morreu, ontem, pude rever jogadas que a televisão passou. Feio, baixito e até simiesco de corpo, cortava a respiração vê-lo jogar. Passos quase impossíveis, velocidade de resposta e resistência e por fim, pontaria e golo.

Só fico com pena a pensar que algumas destas qualidades se deviam à cocaína.

quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Ainda as vacinas contra a covid-19

 

254º dia do recomeço do blog


Ainda não estão feitas, aprovadas, estudadas as contra indicações, a logística e mais. Mas até os negacionistas as querem já.




terça-feira, 24 de novembro de 2020

Filme - Mommy, mamã na tradução portuguesa.

 

253º dia do recomeço do blog


Neste estado em que me encontro, aposentada e em confinamento, estou quase sempre em casa. Passei a ver mais filmes na televisão, mais um filme e eventualmente uma série por dia do que antigamente.

A RTP2 dá muito bons filmes, tardios é verdade. Mas como estou por aqui, vejo quase sempre na manhã do dia a seguir.

Hoje vi o Mamã, título original Mommy, de Xavier Dolan, canadense, nascido em 1989, portanto 10 anos mais novo que o meu filho mais novo. Os seus filmes anteriores, porque já fez 5 filmes apesar da idade, têm sido premiados em vários festivais incluindo Cannes.

O que me chamou a atenção foi o título do seu 1º filme, "Eu Matei A Minha Mãe", que não vi. 

Da sua história pessoal li que tinha sido uma criança/jovem hiperactivo e impulsivo. E eu julgo ser possível que esse 1º filme e o que vi hoje serem de alguma maneira partes desse seu problema.

Sabemos que a repetição de temas pelos artistas, que são aqueles a que temos acesso através das suas obras, são sinais de traumatismo psíquico mas também tentativas de os elaborar.

Não vou falar do filme Mamã, filme pesado mesmo para quem trabalhou sempre na área que ele aborda. No entanto no início do filme é apresentado um diagnóstico de Hiperactividade, como já disse. Nunca gostei de rótulos pedopsiquiátricos nas crianças, e no filme vê-se bem como há "tanta coisa" por ali e que ajuda a uma compreensão mais global da situação, nomeadamente a relação familiar muito disfuncional, neste caso com a Mãe viúva e educadora única. Ambos com aspectos depressivos mascarados pela incapacidade de contenção dos impulsos, seguidos de culpabilidade.

O Canadá até tem uma escola de pedopsiquiatria considerada, mas neste filme só se vê o internamento, com uso colete de forças dos antigos e não o químico. E nenhuma outra intervenção. É cinema. Pela forma como acaba o filme, com o jovem a fugir do hospital, certamente para ir procurar a mãe, fica-se com a fantasia que a situação se perpetuará infinitamente.