sexta-feira, 7 de agosto de 2020



147º dia de recomeço do blog

Poisei. Hoje. Na minha casa. Em Lisboa.

Desde que começou o desconfinamento, fiz viagens de carro Portugal norte, Porto, Portugal centro, distrito de Santarém, Portugal sul, distrito de Faro.

Não foi assim linear, foram quilómetros e quilómetros, porque algumas das viagens foram repetidas, intercaladas, repetidas.

Cheguei hoje de Peniche/Baleal, conforme já escrevi. Com os meus netos.

Estive em fato de banho umas 2 horas. Um vento insuportável, nevoeiro quase todos os dias e a durar o dia todo, frio.

Nunca usei tanto o forro polar que à última hora resolvi pôr na mala. Assim como o casaco vela, quente e bem protector.

Com os netos. Gostaram. E eu gostei de estar com eles. Mas o Oeste tem dias difíceis!

quinta-feira, 6 de agosto de 2020



146º dia de recomeço 

Morreu hoje a Fernanda Lapa, Mulher importante nomeadamente na área do teatro. Fundadora da Escola de Mulheres, foi também uma lutadora pelos direitos das mulheres.

Tive a sorte de a ter visto e ouvido em Janeiro deste ano nas Comemorações de homenagem a Bernardo Santareno Médico e dramaturgo.
Também em Janeiro fui ver uma peça de teatro encenada por ela, "Nem Flores Nem Coroas" de Orlando Costa. Julgo que a sua última encenação.

Tanta gente com história e importantes para a cultura tem morrido ultimamente. Sempre a ficarmos mais pobres.
Mas felizmente há muita gente nova com garra, esperemos que tanto como ela.

quarta-feira, 5 de agosto de 2020



145º dia de recomeço do blog

Acordei com foguetes lá longe. 

Faz hoje um ano foi ver a procissão noturna de barcos em Peniche. Uma fila comprida de barcos engalanados de luzes, embarcações de várias dimensões, com música que deles saíam. 

Nesse dia os restaurantes em Peniche estavam quase todos fechados ao jantar. 

São importantes estes eventos que juntam populações. 

No actual estado por causa da Covid 19, não  sei como será  hoje.

terça-feira, 4 de agosto de 2020



144º dia de recomeço do blog

Hoje está sol! 

Embora quase sempre a olhar para o mar que os meus netos com prancha de surf ou bodyboard por lá andam, ainda vou tendo uns bocados para ler.

Falta pouco para terminar "Uma ida ao motel e outras histórias" de Bruno Vieira do Amaral, escritor que recebeu já vários prémios entre os quais o Prémio Saramago.

Não é por preconceito mas não fosse ler publicado no jornal outra história "Wilson, Almada, Angola", grande e bem escrita que mostra bem que em Portugal existe o racismo, não teria comprado o livro.
O título é francamente por razões de comércio, o que lamento.

Todas bem escritas, focando aspectos do ser estar e  pensar de alguns portugueses, nomeadamente na margem sul de Lisboa, bairros suburbanos e outras gentes com quem nos cruzamos, gostei mais de umas que de outras, mas merece bem a pena ler.


segunda-feira, 3 de agosto de 2020



143º dia de recomeço do blog

Tinha sido avisada, não me posso queixar. Excelente descrição, confirmo.

Sobre o Verão no nosso Oeste e sobre resiliência 😊😊😊
"Para todos os veraneantes que estão com ideias de virem visitar a minha região do Oeste, deixem-me descrever um pouco os hábitos dos Oestinos no Verão.
Foi aqui que foi inventada a palavra resiliência.
Resiliência é a capacidade que qualquer Oestino tem para suportar o facto de S. Pedro ter filhos e enteados e vestir o nosso Verão de outras cores.
Um dia de Verão como, por exemplo, os lisboetas ou os algarvios conhecem, só acontece por aqui uma meia dúzia de vezes na estação (4 dias marcados escrupulosamente no meu calendário de 2017).
Resiliência é, por exemplo, o facto da minha filha Maria e as amigas terem ido ontem e hoje passar o dia à praia apesar de estar um nevoeiro que nem se vê o mar e de estar a cair uma chuva miudinha.
Um Oestino quando chega o Verão pensa “Verão é Verão e se não temos sol para ir à praia, temos pena 🙄 vamos à mesma”.
Resiliência é a capacidade que qualquer Oestino tem de pensar que lá por volta das sete da tarde o tempo há-de abrir e vai estar um final de tarde espectacular.
Resiliência é a forma como os Oestinos olham para o Verão tal e qual os sportinguistas olham para o campeonato nacional: “Para o ano é que é!”.
O nosso Verão é diferente. Marcado pela autêntica barreira que é a Serra do Montejunto e que impede a natural migração das nuvens para sul, acumulando-as, empoleiradas umas nas outras, sobre a nossa região.
Imaginem os náufragos do Titanic a correr para o último salva-vidas, empurrando-se e encavalitando-se uns nos outros sem hipótese para progredir mas também a tentar não cair borda fora. São assim as nuvens em Montejunto. As que vieram do Porto chegaram às seis da manhã, as da Galiza às oito e as que vieram do Golfo da Biscaia às dez. Agora estão todas encavalitadas sobre nós.
Como esta situação perdura praticamente até Outubro, altura em que já está toda a gente a trabalhar e aparecem então uns dias jeitosos, os Oestinos passaram a ter uma bitola muito baixa e faz induzir em erro os que por cá vêm a banhos.
É preciso traduzir com atenção o que os locais querem dizer e sobretudo ter muito cuidado com as suas hipérboles.
Por exemplo, quando perguntamos para a Foz do Arelho como está o tempo (e isto é válido da Figueira da Foz até Peniche, embora os do Baleal, por razões promocionais, alardeiem um Verão constante digno das Caraíbas), é preciso saber interpretar as suas palavras.
“Está um dia espectacular” é uma expressão muito popular, (sobretudo quando se referem ao único dia em que não pudemos ir à praia) mas muito evasiva.
Como “dia espectacular” entenda-se um dia em que não chove, em que a temperatura aguenta-se estoicamente acima dos vinte graus e o vento não nos atira a areia para os olhos.
Um “está muito bom mas com um pouco de vento” significa que está tudo deitadinho na areia, protegidos não por um mas por pelo menos dois pára-ventos e só levantam a cabeça quando giram o corpo ou quando vão fazer um xixi à beira mar. Mesmo para as fotos evitam levantar-se, razão porque vemos sempre a imagem a começar no entrepeito das moçoilas e daí até aos pés.
A “água está espectacular” significa que no canal que vai da costa entre a Foz do Arelho e o Baleal e as Berlengas não há nenhum iceberg à vista.
A água estar espectacular implica um ritual mais complexo que o das oferendas a Iemanjá.
Vamos molhando os pés enquanto conversamos com os amigos. Podemos escolher entre o mérito do trabalho feito pelo Bruno Carvalho no Sporting ou as consequências do Brexit, desde que dê para uma hora. Verão centenas de pessoas à beira-mar neste exercício. As senhoras falam dos pediatras e das doenças dos filhos. Depois, como quem não quer a coisa, começam a avançar e a recuar deixando que a água os molhe até aos joelhos. Os mais afoitos, geralmente as mulheres que são mais insensíveis, deixam que as ondas lhes batam nas pernas e as molhem até à cintura.
Depois passamos a um dos momentos mais críticos. Entramos na água até à cintura (quando a maré está baixa pois caso contrário vai tudo a eito com mergulho sem pára-quedas) e começamos a salpicar o tronco e a banhar os ombros.
Meia hora depois terminamos a nossa oração a S. António de Pádua e damos um mergulho na água. Um mergulho que não chega a um segundo mal contado.
Os mais corajosos ainda arriscam um segundo mergulho ou mesmo um terceiro (Que diabo! Há que aproveitar. Um dia de Verão assim pode só voltar para o ano).
Depois saem da água a tremelicar e de dentes bem cerrados e quando são interrogados por quem chega, reportam:
- Então como está a água?
- Está espectacular!"

Crónica de Paulo Caiado.

domingo, 2 de agosto de 2020



142º dia de recomeço do blog



O Sol está-se a pôr entre a Berlenga Grande e a Ilha Velha. Mesmo ao meio! Se abrirmos a foto vê-se bem.


Finais anos 50, início 60 do século passado, estando em Peniche de passagem, de forma completamente inesperada o meu pai resolveu que iríamos nesse dia à Berlenga Grande.

Lembro-me de ter muito medo ainda estavam a comprar os bilhetes, medo da viagem num barco com uma ar tão frágil. Mas tive de ir.
Lembro-me de não nos deixarem ir no tejadilho para onde o meu Pai me levou. E de distribuírem um balde de 5 ou 3 litros, era um balde grande, a cada pessoa.
Lembro-me de pouco tempo depois de sairmos para o mar desprotegido, ter começado uma viagem aventurosa, grandes ondas, a casca de nós ora empinava para cima ora para baixo de forma a parecer que as ondas varreriam o barco por cima ou que ... minutos depois eu e o meu Pai vomitávamos na borda do barco. Julgo nunca ter vomitado tanto na minha vida!
Finda a viagem, os ditos baldes estavam cheios dessa mesma coisa. Um nojo!

A minha Mãe fez toda a viagem sentada lá dentro foi uma das muito poucas pessoas que se "aguentou". E contou que um rapazola estava desfeito, melhor a desfazer-se, ele foi no balde, para o chão,  e a certa altura caiu mesmo e para não rebolar com o movimento das vagas agarrou-se aos pés de um banco.
O ponto este sim cómico, é que o pai dele dizia "Vasquinho, nunca ninguém na nossa família enjoou no mar". Não sabemos mas imaginámos que o apelido seria Gama, como o navegador português.

sábado, 1 de agosto de 2020



141º dia de recomeço do blog



O quintal fica separado do pátio da casa por um arco de pedra. 
Deitadas as árvores abaixo, tive de pedir opinião especializada a uma arquitecta paisagista.



Olhou, viu e disse "A Magda quer mais o quintal como um cenário do que para o usar, não é?"
É isso mesmo!