segunda-feira, 23 de março de 2020



9º dia de isolamento social (COVID-19)


Não aguentei mais! Sei que não devia mas o trabalho caseiro é tão pesado!

Contratei uma senhora para me ajudar, logo hoje que era dia de mudar a cama e meter o édredon no saco.

Acho que o nome dela me agradou, chama-se Magda como eu, não é uma jovem como eu, e acreditei que teria muita experiência.

Acreditam que para meter o édredon no saco deu mil e uma voltas, pediu-me um youtube onde explicam


como se faz, acabou por conseguir segurando as pontas com molas. 1h20! Sim, Ela suava, tinha um ar cansado, felizmente era teimosa e conseguiu terminar a tarefa.

Mas não volta mais ainda por cima com isto do vírus.

domingo, 22 de março de 2020


8º dia de isolamento social (COVID-19)

Covid-19 nas prisões superlotadas do Brasil e o perigo de contágio


(...) "Imagine-se uma cela de quatro metros quadrados, praticamente sem luz natural nem circulação de ar, ocupada por duas dezenas de pessoas. É impossível que todos se deitem ao mesmo tempo para dormir. Alguns são amarrados às grades para não caírem durante o sono como se fossem morcegos(...)" "Esta é a realidade de sobrelotação" (...)

in Público


sábado, 21 de março de 2020


6º e 7º dia de isolamento social (COVID-19)

Os dias passam, é um tempo  tão diferente!


Lisboa Ainda

Lisboa não tem beijos nem abraços
não tem risos nem esplanadas
não tem passos
nem raparigas e rapazes de mãos dadas
tem praças cheias de ninguém
ainda tem sol mas não tem
nem gaivota de Amália nem canoa
sem restaurantes, sem bares nem cinemas
ainda é fado é poemas
fechada dentro de si mesma ainda é Lisboa
cidade aberta
ainda é Lisboa de Pessoa alegre e triste
e em cada rua deserta
ainda resiste.

Manuel Alegre
20 Março 2020



quinta-feira, 19 de março de 2020


5º dia de isolamento social (COVID-19)

A vida continua para alguns, outros...
Adeus Pedro Barroso. Arrependo-me de não te ter ido ouvir ao Cineteatro Virgínia em Dezembro. Deixas a tua música e as palavras.
Com a tua casa tão perto de Minde, terra que tem uma língua, antes dialecto minderico, cantaste-o. 






quarta-feira, 18 de março de 2020


4º dia de isolamento social (COVID-19)


Hoje estive parte do dia a ler. Ler em voz ciciada, só para mim. Para melhor captar o som, o ritmo e o sentido.

(...) É um mundo que começou a enlouquecer, disse de repente, sem preparação. Um mundo eficiente, de silêncio total, em que ninguém mais fala com ninguém. As pessoas estão sentadas, ombro contra ombro, à espera, mas o objectivo da espera é sempre falso, o autocarro, o comboio, o avião, porque todos os lugares são iguais e nada é diferente em parte alguma. E enquanto se espera o silêncio cresce, vai ficando sempre mais denso e mais pesado, e algumas pessoas começam a ficar inquietas, porque de repente percebem que estão bloqueadas, dentro de caixas de vidro, o universo é um conjunto gigantesco de sucessivas caixas de vidro, e elas apenas transitam, ou são transportadas, de umas para as outras, casas, escritórios, autocarros, hospitais, aeroportos, aviões, transatlânticos, é inútil percorrer milhões de quilómetros porque o mundo fica sempre cada vez mais longo, é como se flutuassem, imponderáveis, num espaço vazio, os seus pés não assentam mais sobre a terra, correm seis dias sobre escadas rolantes e tapetes rolantes e no sétimo dia ficam parados sobre uma alcatifa, e o mundo que não tocam mais vem até elas apenas em imagens, dentro da televisão-caixa-de-vidro. (...)

In O Silêncio de Teolinda Gersão.

terça-feira, 17 de março de 2020

3º dia de isolamento social (COVID-19)

Já há bastante tempo deram-me o CD de Arvö Part, Orient Occident. Composto em 2000. 
Hoje resolvi começar o dia a ouvi-lo.

Enquanto retirava o pequeno livro que o acompanhava, a música começou a tocar. Senti um enorme incómodo, uma melancolia que me invadia e assustava.
Podia estar no cinema. Um filme estranho, uma cena inquietante e triste...como este período que agora estamos a viver.

A música de Arvo acompanha-se de um texto místico que a situa. Este o começo, que ponho em francês porque é a língua que domino melhor. 

Je lève les yeux vers les montagnes:
d´où le secours me viendra-t-il?
Le secour me vient du Seigneur,
l´auteur des cieux et de la terre.
-Qu´il ne laisse pas chanceler ton pied
Que ton gardien ne somnole pas!-
Non! il ne somnole ni dort,
Le gardien d´Israël.
Le Seigneur est ton gardien.
Le Seigneur est ton ombrage. Il est à ta droite.
De jour, le soleil ne te frappera pas,
ni la lune pendant la nuit.
Le seigneur te gardera de tout mal.
Il gardera ta vie.
Le Seigneur garderates allées et venues,
Dès maintenant et pour toujours.

https://youtu.be/FJ1WPNJz6ps





segunda-feira, 16 de março de 2020


2º dia de isolamento social (COVID-19)


Em 2007 fui integrada numa viagem organizada pela Cooperativa Árvore à Turquia. Foi muito interessante, bem organizada, com uma grande volta pelo país. 
Em Istambul ao visitar o Palácio Topkapic, o meu primo Paulo disse-me que havia um filme muito giro que tinha sido filmado ali. Fiquei com o bichinho atrás da orelha, como se costuma dizer.
Pois ontem vi que tinha passado num canal de cabo há dias. Resolvi ainda antes do almoço vê-lo.
Trata-se de um roubo de um dos tesouros aí depositados, no caso uma faca cujo punho e bainha cravejadas de esmeraldas. Podia ter sido o Arsène Lupin mas aqui foi um grupo de 5 pessoas. Uma história muito bem contada e um final delicioso.
Filme de 1964, prende-nos ao écran, uma dinâmica, um suspense, imagens bonitas de Istambul, do Palácio e do tesouro e boa representação.
Dirigido por Jules Dassin, com um elenco de peso, cito dois, Peter Ustinov e Melina Mercuri. 

O mais importante na área da solidariedade foi ter posto no Facebook, tal como muitos outros colegas, a minha disponibilidade para responder por mensagem a dúvidas que as pessoas possam ter perante sintomatologia que não seja claramente do Covid-19.
Ainda nesse dia respondi a 3 pessoas que com facilidade e através da história contada se excluía essa possibilidade.