quarta-feira, 20 de julho de 2011

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Aconteceu...que ainda não havia internet...nem blogs

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Publicar-se - socialização de si próprio. Que ignóbil necessidade! Mas ainda assim que afastada de um acto - o editor ganha, o tipógrafo produz. O mérito da incoerência ao menos.

Bernardo Soares

Aconteceu...restos naturais e outros deixados pelas ondas que lambem a areia

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.............................Foto - Magda

domingo, 17 de julho de 2011

Poema - Manuel António Pina

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A UM HOMEM DO PASSADO

Estes são os tempos futuros que temia
o teu coração que mirrou sob pedras,
que podes recear agora tão fundo,
onde não chegam as aflições nem as palavras duras?

Desceste em andamento; afinal era
tudo tão inevitável como o resto.
Viraste-te para o outro lado e sumiram-se
da tua vista os bons e os maus momentos.

Tu ainda tinhas essa porta à mão.
(Aposto que a passaste com uma vénia desdenhosa.)
Agora já não é possível morrer ou,
pelo menos, já não chega fechar os olhos.

sábado, 16 de julho de 2011

Aconteceu...pouca terra, muita terra num movimento pendular

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Fazer uma viagem de combóio pode ser uma coisa deliciosa. Tenho a recordação de várias Lisboa-Porto, lá para o meio do século passado, e da carruagem restaurante, com umas óptimas omeletes. Demorava menos que ir de carro, é bom que nos lembremos que as autoestradas não existiam, e a estrada era estreita, cheia de curvas e algumas serras para atravessar. Não era obrigada a ficar sentada como no automóvel, coisa que custa a qualquer criança.

Vem isto ao caso das actuais viagens nos alfa pendulares, rápidas, com boas cadeiras mas...onde enjoo, sobretudo se vier sentada de costas para o sentido em que o combóio se movimenta. O constante balançar ritmado da carruagem, lentamente mas constante como um pêndulo do relógio, cria em mim a situação semelhante à da pesca em barco parado, com ondulação lateral. O resultado é o mesmo enjoo.

Numa viagem recente, vinha eu de costas, tive de me pôr em pé, precisava de passear. O espaço central é tão estreito, que acabei por fazer parte da viagem em pé junto à porta da saída, com o olhar bem fixo para a frente.

Há coisas que não entendo, nesta evolução tecnológica. Tanto quanto me lembro, as costas dos bancos eram móveis, todos iam "virados" para a frente. Chegado ao destino e antes do início da viagem de regresso, as cadeiras eram com facilidade transformadas e postas na sentido certo.

E agora com, rapidez, vídeo, ar condicionado (por vezes frio demais), hospedeiras, jornais e café de oferta, aos bancos são rígidos na sua posição?

Há qualquer coisa que me escapa!

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Aconteceu...mas o que se passará por aqui?

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...........Foto - Magda

Poema - Teresa Jardim

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ACTO DE LER
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O acto de ler reabre feridas. Nos livros
em que isso acontece, com frequência,
poderia ao menos haver um aviso na capa;
assim como se faz com as carteiras de tabaco,
embora se saiba que poucos deixam
de fumar
por isso.