quinta-feira, 24 de março de 2011

quarta-feira, 23 de março de 2011

Poema - Luís Filipe Parrado

. ORQUÍDEAS . Foi um erro substituir por orquídeas as flores artificiais no centro da mesa. Exigem luz, cuidados, uma humidade temperada. Bem as conheço: flores venenosas donas de uma beleza gratuita. Às outras bastava passar o pano do pó às vezes, nem olhava para elas, para as suas folhas baças, para os seus ramos secos de arame; estas ensinam-me, com esplendor, a tua morte, a ferida com que o mundo vai acabar.

terça-feira, 22 de março de 2011

Aconteceu...Talvez seja da Primavera, mas fiz um projecto para o ano!

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Começou ontem a Primavera, mas estes últimos dias foram quase de verão.
E como estamos precisados deste calorzinho!
Depressão não rima com frio. Já calor rima com bom humor. Nem sempre acontece, mas apetece.
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Miradouro de Santa Catarina, na esplanada e no relvado inclinado que se debruça sobre o Tejo, eramos algumas dezenas por ali sentados, olhos postos no rio. Lata de bebida pousada ao lado, sandes na mão. Mas só esta forma de escrever aquele pão cortado ao meio e com uma fatia de qualquer coisa lá dentro é portuguesa, porque eles eram quase todos estrangeiros.
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A conversa nas esplanadas, mesa com mesa, passa sem filtro para os vizinhos. E porque havia espanhóis, que falam alto e bom som, percebeu-se que alguns teriam vindo para fazer a meia maratona. Atravessar a ponte 25 de Abril a pé, seja qual a velocidade, deve ser uma experiência emocionante.
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Para o ano conto participar...a passo!

domingo, 20 de março de 2011

Poema - Herberto Helder

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É amargo o coração do poema.
A mão esquerda em cima desencadeia uma estrela,
em baixo a outra mão
mexe num charco branco. Feridas que abrem,
reabrem, cose-as a noite, recose-as
com linha incandescente. Amargo. O sangue nunca pára
de mão a mão salgada, entre os olhos,
nos alvéolos da boca.
O sangue que se move nas vozes magnificando
o escuro atrás das coisas,
os halos nas imagens de limalha, os espaços ásperos
que escreves
entre os meteoros. Cose-te: brilhas
nas cicatrizes. Só essa mão que mexes
ao alto e a outra mão que brancamente
trabalha
nas superfícies centrífugas. Amargo, amargo. Em sangue e exercício
de elegância bárbara. Até que sentado ao meio
negro da obra morras
de luz compacta.
Numa radiação de hélio rebentes pela sombria
violência
dos núcleos loucos da alma.

sábado, 19 de março de 2011

Aconteceu...emoções e pudor

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Cada cultura tem a sua forma de expressar as emoções. Esses comportamentos fazem parte dos códigos que são transmitidos pelas famílias de geração para geração e ensinados nas escolas desde a mais tenra idade.
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Os povos latinos são explícitos a transmitir emoções, usam abundante linguagem gestual que pontua a verbal, falam com as mãos, gesticulam, riem-se alto, gritam, batem-se, tal comédia italiana.
Já nos povos do norte da Europa, a expressividade das emoções é tão discreta que diríamos que são frios. Por vezes a grande contenção cria sentimentos de enorme violência.
Já os orientais, expressam pouco as emoções, transmitem com o seu comportamento mais uma sensação de boa educação que de frieza. Um discreto sorriso pode acompanhar uma emoção carregada de sentimentos dolorosos, tal como um grande contentamento. É um código tão diferente do nosso que quase pode dar azo a mal entendidos.
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Vimos nesta última semana japoneses a emocionarem-se, para logo de seguida pedirem desculpa, como se se tivessem excedido. Com tudo o que têm passado, é muito impressionante!

sexta-feira, 18 de março de 2011

Aconteceu...Foto - espreitando ...

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...................................Foto - Magda