quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Aconteceu...que com o olhar fiquei mais rica

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Faz parte da colecção do Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa, um tríptico "As Tentações de Santo Antão" de J. Bosch, que é uma obra interessantíssima. Povoado de figuras estranhas, "o monstruoso, o grotesco, o demoníaco, o escatológico, através de um reportório iconográfico dominante na sua pintura, profundamente religiosa e moralizante (não "herética" nem "surrealista"), dedicada à exploração dos exemplos morais da vida penitencial dos eremitas ou aos fins últimos da humanidade, como o de uma ideia, doutrinal, para o fim dos tempos."  

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Agora estão em exposição, até 25 de Setembro, mais dois trípticos da mesma escola que pertencem ao Museu de Bruges. Lado a lado, estão todos na mesma sala.

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A  exposição chama-se Confrontos, Bosch e o seu Círculo.




Já tinha tido a ocasião de ver os quadros agora expostos, quer o "nosso", quer os outros numa viagem há bastantes anos a Bruges.
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Mas nesta há a possibilidade de se ver um vídeo, com os pormenores aumentados. Nunca os tinha visto assim tão bem. São tão interessantes!

O que me aconteceu? É que chegada aos quadros, eles parecem pequenos. Como tinha sido possível nunca ter visto de forma tão clara, aquele mundo imaginário, visionário e onírico como o designam também? Honra seja feita às novas tecnologias.

Uma visita a não perder.
Ou melhor, duas, a exposição e a vista linda sobre o rio Tejo!

terça-feira, 30 de agosto de 2011

sábado, 27 de agosto de 2011

Poema - Jorge de Sena

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CADASTRADO
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Uma vez, aos sete anos,
partiu à pedrada a lanterna da porta da igreja.
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Dez anos depois, conduzindo um carro,
não parou num cruzamento de rua
onde havia um sinal de stop.
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Dois anos depois, teve uma briga
num bar, e partiu a cabeça de uma amigo
com uma garrafa de cerveja.
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Quando se recusou a combater no Viet-Nam,
o seu cadastro provava desde a infância
sempre manifestara sentimentos
nitidamente de traidor à pátria.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Aconteceu...há quanto tempo é que eu não andava de taxi?

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Chamei um taxi pelo telefone, onde deixei a morada e nome. Ao chegar, o taxista começou por se apresentar e cumprimentar-me, sabendo que eu era a senhora Magda. Era simpático (talvez demasiado) e falador.
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Pouco depois já eu sabia que a filha, adulta,estava com uma depressão há mais de um ano. Estava a tratar-se numa médica, mas ele não tinha confiança nela. Não sabia porquê, mas não lhe parecia suficientemente boa, embora reconhecesse que ela estava um pouco melhor e que nunca necessitou de meter uma baixa.
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Quis-me dizer o nome da dita mas não se lembrava. Rapidamente pegou no telemóvel e ligou à filha. Pude então assistir ao seguinte diálogo, que reproduzo de cor. Então minha querida, isto é cá um namoro!... ainda há pouco te liguei e já estou outra vez. é o que faz gostar-se muito de alguém...Olha, como é que se chama a tua médica, perguntou, e a partir daqui percebi que era com a filha e não com a mulher que ele estava a falar.
Ela disse-lhe prontamente e sem perguntar para quê e despediu-se com um adeus meu amor!
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Fiquei um pouco impressionada com esta relação do pai com a filha. É aliás uma das coisas que me impressiona é a confusão dos papeis numa família. Somos amigos? Somos colegas? Ou temos gerações com funções próprias, não deixando de ser amigos dos filhos.
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Um pai que quer ver uma filha crescer bem, não se pode agarrar a um papel sedutor. Terá de querer ver a filha crescer para ser mulher e arranjar um dia um homem.
Senão só dará razão ao velho Freud, na não resolução do conflito edipiano, com todas as dificuldades daí resultantes.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Poema - César Vieira Dinis

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INSATISFAÇÕES
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Um gesto
é o que fica por dizer,
uma palavra
é o que fica por pensar.
No horizonte de um sorriso
há sempre um mar de lágrimas.
Para além do encontro
espreita a certeza do adeus
e o sonho
acaba na chatice
de acordar.

sábado, 20 de agosto de 2011

Aconteceu...que qualquer dia entro em ti

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...........................Foto - Magda