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Está na ordem do dia, proteger crianças de serem abusadas, batidas, negligenciadas pela família. Organizações, muitas delas estatais ou com apoio estatal, recolhem e têm por missão ajudar a crescer com dignidade quem a não tinha na sua família de origem.
Também mães e filhos são recolhidos e escondidos para se verem livres de maus tratos, enquanto se tenta que reorganizem a sua vida e possam encarar o futuro de outra forma.
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Mas frequentemente vemos instituições superlotadas, onde crianças e jovens convivem quase colados com outros e já com marcas maiores; os cuidados que prestados são só no sentido básico, alimentação, cama e roupa, sem atender às necessidades emocionais de cada um.
Instituições onde, por terem seres mais frágeis, são abusados, quer sexualmente como temos visto, mas também na sua dignidade.
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Um miudito africano queixava-se que o monitor lhe chamava sempre ó preto! Está bem, ele é preto, mas porque não chamava aos outros ó branco?
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Uma mãe com uma filha, acolhidas em casa abrigo para proteção devido aos maus tratos que recebiam do marido e pai, eram insultadas pelas auxiliares da casa. A miúda tinha na ausência da mãe castigos severos, sem explicação. Eram criticadas. Ameaçadas de serem postas na rua como retaliação. Será isto proteger?
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Outros queixam-se que os monitores "chamam nomes à minha mãe" como eles dizem, quando algum disparate ocorre.
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Temos uma sociedade com algumas organizações sociais e de solidariedade, é verdade, mas há que seleccionar e formar quem nelas trabalha. Os funcionários sem qualidade são uma minoria, mas é preciso fazer alguma coisa, a bem das pessoas em situação de fragilidade.
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E é bom lembrar, que as crianças de hoje serão adultos amanhã. Serão pais e serão mães. E que modelo terão dentro de si, se o modelo dos pais fôr repetido pelos que os acolhem?