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sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Aconteceu...que às vezes sentimos que fazemos pouco

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Está na ordem do dia, proteger crianças de serem abusadas, batidas, negligenciadas pela família. Organizações, muitas delas estatais ou com apoio estatal, recolhem e têm por missão ajudar a crescer com dignidade quem a não tinha na sua família de origem.
Também mães e filhos são recolhidos e escondidos para se verem livres de maus tratos, enquanto se tenta que reorganizem a sua vida e possam encarar o futuro de outra forma.
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Mas frequentemente vemos instituições superlotadas, onde crianças e jovens convivem quase colados com outros e já com marcas maiores; os cuidados que prestados são só no sentido básico, alimentação, cama e roupa, sem atender às necessidades emocionais de cada um.
Instituições onde, por terem seres mais frágeis, são abusados, quer sexualmente como temos visto, mas também na sua dignidade.
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Um miudito africano queixava-se que o monitor lhe chamava sempre ó preto! Está bem, ele é preto, mas porque não chamava aos outros ó branco?
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Uma mãe com uma filha, acolhidas em casa abrigo para proteção devido aos maus tratos que recebiam do marido e pai, eram insultadas pelas auxiliares da casa. A miúda tinha na ausência da mãe castigos severos, sem explicação. Eram criticadas. Ameaçadas de serem postas na rua como retaliação. Será isto proteger?
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Outros queixam-se que os monitores "chamam nomes à minha mãe" como eles dizem, quando algum disparate ocorre.
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Temos uma sociedade com algumas organizações sociais e de solidariedade, é verdade, mas há que seleccionar e formar quem nelas trabalha. Os funcionários sem qualidade são uma minoria, mas é preciso fazer alguma coisa, a bem das pessoas em situação de fragilidade.
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E é bom lembrar, que as crianças de hoje serão adultos amanhã. Serão pais e serão mães. E que modelo terão dentro de si, se o modelo dos pais fôr repetido pelos que os acolhem?

sexta-feira, 5 de março de 2010

aconteceu... a propósito de uma notícia - 3

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Um jovem de 12 anos sai da escola desesperado, atira-se ao rio e desaparece nas águas. Os colegas e o irmão assistem à cena impotentes e não o conseguem impedir.

Descrevem-no como um rapaz frágil, sujeito a bullying, ou seja maus tratos físicos, psíquicos, insultos, ameaças, por parte de outros colegas. Estes, por norma são um pouco mais velhos, mas sobretudo mais agressivos e que se aproveitam de alguma fraqueza física e psiquica do outro para exercer pressão, poder e retirar benefícios. Roubam, fazem exigências, criam situações de medo. Ameaçam tentando impedir que o sujeito faça queixa, criando no outro cada vez mais o sentimento do isolamento, da solidão, da inevitabilidade de sofrer. Na escola, nas ruas ou onde o encontrarem.

Há pois um construto agredido/agressor que ultrapassa os muros de uma escola. A situação pode acontecer em qualquer circunstância. O mais fraco cada vez se sente mais fraco e os agressores cada vez mais fortes e impunes.

Por isso é chocante ver o silêncio ou a negação da existência de bullying na escola por parte do conselho directivo e da associação de pais. Certamente resulta do sentimento de que algo correu mal que talvez podesse ter sido evitado, sentimento certamente doloroso.

O bullying é um problema real. Não é de agora, sempre o houve. No entanto a expressão comportamental está muito mais visível actualmente. Os limites impostos pelo exterior, pelas regras, censura e castigos estão menos consistentes nesta nova sociedade global.

Só com uma actuação conjunta dos vários intervenientes sociais/comunitários poderemos proteger os mais fracos.

Pais, escola, centros comunitários e desportivos, psicólogos, serviços de saúde mental da infância e adolescência, comissões de protecção de menores, todos juntos e em articulação podem ser necessários para actuar nos intervenientes de bullying.

Mas a prevenção destas situações deverá começar muito cedo na vida...