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quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

aconteceu ... a propósito de uma notícia -2

.Família núclear em crescimento
Desenho com lã e papel de jornal com cola
Desenho e foto - Magda
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Há uns dias postei a propósito de um título de um jornal : “Educar as crianças como cães é um alívio para muitos pais”.

Quis ser ligeira, e se calhar fui demais. Tentei ter ironia com a história que contei, mas de facto o assunto é muito importante. Acho que tenho o dever de o retomar.

Para educar um filho é necessário criar uma relação, de amor e respeito mútuo. É criar-lhe um ambiente de confiança, de estímulo. É ajudá-lo a desenvolver as capacidades para escolher o seu caminho e deixá-lo progressivamente ir criando autonomia. É compreender as suas particularidades, o seu ponto de vista, aceitar as suas escolhas.
Estar disponível para para o ouvir e compreender

Nasce uma criança com todas as capacidades? Claro que não, embora com muitas, como tem sido demonstrado por vários elementos da comunidade científica. Mas com potêncial para que se possam ir desenvolvendo na relação com os pais. Esta começa muito provavelmente antes dele nascer, ainda só na fantasia deles.

Criar um filho é contribuir para o crescimento de uma pessoa que um dia será mãe ou pai. E que terá um modelo relacional interiorizado que irá repetir com quase toda a certeza.

Só treino? Peguemos no exemplo da aquisição esfincteriana. A criança pode de facto aprender a usar o bacio por treino. Mas também pode fazê-lo porque entende que isso dá prazer à mãe (pais). Não é por acaso que se exclama perante um belo cocó “mas que lindo presente!”. O motor da aprendizagem foi um prazer partilhado.

Ora um cão é ensinado por técnicas comportamentais que usa o reflexo pavloviano, treino estímulo, resposta e recompensa. Não se está atento ao seus desejos, sentimentos, humor. Educa-se da forma que nos dá jeito, para ser sossegado e fazer-nos companhia, para ser agressivo e lutar e ganhar nos combates com apostas, para nos fazer companhia quando queremos fazer caminhadas, etc

Definir regras, estabelecer limites, transmitir valores será educação canina? Claro que não!

Mas há pais para quem os filhos são vistos como espelhos deles próprios, prolongamentos de si.

Para esses, treinar os filhos, "limar arestas" pode ser o que imaginam ser a educação.