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quarta-feira, 19 de maio de 2010

Aconteceu...1as sardinhas

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Já sentada num restaurante encostado à praia, na altura de encomendar perguntei se as sardinhas eram frescas. Que não, eram congeladas mas muito boas, esforçou-se o empregado por vender. O ano passado, também aqui no Algarve caí numa dessas e não me apanham noutra. São grandes, secas e com pouco sabor.

Como o mercado era perto, toca de ir ver as ditas. Bom aspecto, todas torcidas e com o lombo já a querer arredondar. Vamos nisso e faz-se em casa, com umas batatinhas novas, salada de tomate, cebola e orégãos, um pimento assado, "carpáccio" de pepino, azeite de Trás-os-Montes do melhor, vinagre tinto alentejano e pão algarvio. Assadas e comidas na açoteia, à sombra da buganvília, bem bom!
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Há anos, convidada por um casal de algarvios para uma sardinhada,ouvi quase um insulto da senhora, pessoa de educação pouco burilada, por me ver temperar com azeite e vinagre a sardinha, e comê-la com garfo e faca em vez de a comer em cima do pão, com os dedos a retirarem os lombinhos e a levarem-nos à boca.
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Hoje ao almoço, em conversa a propósito dum livro de Manuel Teixeira Gomes, algarvio, comentou-se que ele descrevia na sua juventude uma ida à pesca numa traineira como observador. E contava que não se podia levar muitas coisas a bordo, pelo que os pescadores só levavam pão, vinho, fogareiros e carvão. A bordo faziam a fogueira que ficava pronta para assar um peixe. Na pesca ao atum, cardumes de sardinhas vinham a fugir dos vorazes atuns, pelo que enchiam as primeiras cestas com elas. Era só içarem para bordo, atirarem-nas para cima das brasas e depois comê-las em cima do pão, que a faina tem muitos momentos mortos mas quando chegassem os atuns não havia um momento de descanso.
Pusemos então a hipótese de ser esta a razão da sardinha ser comida simples e em cima do pão pelos algarvios. Será?
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Eu cá sou alfacinha
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