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quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Aconteceu...menino da rua

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Já tive oportunidade de falar nisto noutra altura, mas cá vai um breve apontamento, e uma nova história de vida.

Resiliência, cada vez mais se aplica este termo da física ao desenvolvimento psicológico. Trata-se, na física, da capacidade que um metal apresenta de voltar ao seu estado anterior depois daquele ter sido alterado. Ou, na outra perspectiva, de uma criança poder ir superando os "azares" da vida e crescendo adequadamente.

" Face au malheur, un choix s'offre à nous. Ou bien nous retourner sur notre passé, et le sel des larmes alors nous pétrifie. Ou bien aller vers l'aventure de la vie", afirmou Boris Cyrulnik, médico e resiliente que se tem debruçado sobre a sua vida e esta característica/competência salvadora.

Ao passarmos em frente a Copacabana, o António, um negrão grande e gordo guia turístico brasileiro, diz que foi ali que cresceu. A volta seguiu, com muitas referências positivas aos portugueses, a quem para ele, o Brasil deve quase tudo. Mais para o fim da viagem, com muita conversa e aumento de confiança, ele conta-nos que foi um menino da rua. E que foi muito ajudado pelos portugueses, uma vez que havia um restaurante de portugueses que o alimentaram, nunca como esmola mas ensinando-lhe que o trabalho merece ser pago. E assim, em troca de uma varridela do chão, de um recado, a refeição era-lhe dada. Era o salário justo, dizia ele. 

António é um resiliente. Inteligente, com vontade de aprender e estudar, aprendeu linguas estrangeiras e acabou como guia a mostrar a cidade que ele conhece tão bem como cada pedra da rua.