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sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Acontece..."isto é só no 1º dia de escola, depois ficam todos iguais"

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Uma casa apalaçada e velha, onde hoje é a junta de freguesia. Manhã cedo, primeiro dia de aulas. Muitas mães, nenhum pai. Crianças algumas com batas brancas e cabelos penteados com pente molhado, deixando sulcos no penteado. De mãos dadas com as mães, sérios e um ar espectante, um pouco assustados. A maioria das mães com aspecto humilde, quer nas roupas quer no arranjo pessoal, ali estavam elas, lutadoras, que puxavam e empurravam sem dó para que os seus filhos ficassem na fila da frente.
Dei por mim assustada. Era ali que eu ia deixar o meu filho? Naquela escola e durante quatro anos?

Os meus olhos encheram-se de lágrimas. E eis senão quando senti uma mão que pousava no meu ombro. Era uma vizinha que só conhecia de vista. Vim depois a saber que era minha colega. Vinha com o 2º filho, que por acaso ficou na mesma turma do meu.
Já tinha experiência disto e disse-me de uma forma que me sossegou "Isto é só no 1º dia, olha que depois ficam todos iguais".
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Nunca mais me pude esquecer daquele dia. Cheia de preconceitos, eu, uma antiga aluna do Lycée Français Charles Lepièrre, tinha um filho na escola pública.
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Tive um filho e depois dois. Se houve algum contratempo, o saldo foi positivo. As línguas, foram reforçadas por fora, o inglês, mais actual, mas também o francês. O desporto também, cá fora. Mais as artes e durante pouco tempo a música. Em casa, a presença e a estimulação possível.
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Ontem fui buscar o meu neto mais velho à saída do seu primeiro dia de escola pública.
Uns trinta anos medeiam estas duas gerações. À vista, superficialmente, muita coisa mudou. 
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Os meus filhos tiveram a sorte de ter na escola pública estabilidade, um ensino adequado.
Como será agora, neste país em crise?

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Aconteceu...Há algo de podre no reino da Dinamarca!

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Na minha infância, sobretudo nas épocas festivas, íamos ao Porto onde parte da família morava. Eram umas viagens longas, por estradas estreitas e com muitas curvas  que chegavam a demorar oito horas de carro.

Mas quando outros tios e primos se juntavam, costumavamos ir de combóio, viagem mais curta e muito mais divertida. Para além de nos podermos movimentar, dava tempo para muita conversas, jogos e, imprescindível, uma refeição na carruagem restaurante.

Será uma memória real ou tranformada pelo tempo, condensando várias sensações e escondendo outras, mas as omeletes mal passadas fazem parte das minhas memórias de viagem na CP desse tempo.

Entre olhar para fora e deixar-me prender pela paisagem, viajo dentro de mim e vou escrevendo.  Estou dentro de um comboio da CP.

Leio nos jornais, que têm sido desactivadas linhas e deixado pessoas apeadas. Todos terão de ter carro?

E o preço dos bilhetes, porque será cerca de 4 vezes mais  do que quase a mesma distancia que há dias fiz em Itália? 

Há algo de podre reino da Dinamarca! 


terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Poema - Maria Virgínia Varela

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O TEMPO
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É atrás do tempo que me escondo
Quando sinto a saudade dentro de mim,
E, ali fico quieta...mas à espera
Que esta dor um dia tenha fim.
No doce enleio das recordações,
Oiço as palavras que uma boca murmura,
Sinto o teu cheiro no ar que me rodeia
E um abraço cheio de ternura.
Tento esquecer a hora da partida
Que levou todas as minhas alegrias,
E espero que o tempo me ajude
A tornar as noites noutros dias.
Mas o tempo está ali entre nós,
A lembrar tudo aquilo que perdi.
Contos os dias que já passaram,
Só não sei quantos faltam....
Para chegar a ti..!