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sábado, 1 de maio de 2010

Aconteceu em viagem - 8 - Nelas

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(...) Quando se entrava na loja dele e se perguntava, por exemplo, se tinha sal, ou outra coisa qualquer, cera, ele dizia: "Não há sal. Há muito tempo que dei para isso do sal". Ou então: "não, mas o que é que julga? Cera, eu? Há muito tempo que dei para isso da cera." (...)
Esta conversa refere-se ao merceeiro e passa-se no livro de Margueritte Duras, "Os Cavalos De Tarquínia".
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Associei com uma cena hilariante passada há anos em Nelas, num café do largo principal. Esplanada de mesas postas, empregados vestidos a preceito, de avental muito comprido branco sobre roupa preta e colarinhos engomados brancos. Na parede um quadro de ardósia onde escrito a giz imensos petiscos eram anunciados.
O empregado chega e pedimos um deles, não sei qual. Ele vai lá dentro, volta e comunica-nos que aquele não havia. Escolhemos outro e a situação repete-se. A certa altura, entre o irritados e o perdidos de riso pedimos-lhe então que vá lá dentro se faz favor, saber o que há, o que o empregado cumpre e volta dizendo que não há nada, que o restaurante era novo e só abriria no dia seguinte.
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Rimos a bom rir! E começamos a olhar para os lados supondo ser uma situação para apanhados e descobrirmos uma câmara de filmar.
Mas não, era mesmo a sério, e tivemos de nos levantar e procurar outra que servisse alguma coisa.