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segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Aconteceu...já nem o cartucho de folha da lista telefónica se pode?

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Um país asséptico, é o que se pretende?
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Novembro, mês das castanhas. Um cheirinho sai do fogareiro da mulher que as tem a assar. Meia dúzia um euro, uma dúzia dois euros. Está tudo mais caro, mas aquele golpe na castanha antes de assar ou cozer é muito custoso de fazer. E assadas é na rua, quando o olfacto se liga com a memória e as glândulas salivares se põem a trabalhar.
Depois é o discurso do costume, saber se estão bem assadinhas, ó freguesa, isto está tão mau nas vendas que até já temos tempo de as assar bem. Ok, então dê lá aí umas, se faz favor. A mulher levanta a serapilheira, escolheu-as que eu bem vi, bem contadinhas e estende-me um cartucho de papel kraft pardo, desenhos de castanhas e com letras impressas:
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........................Castanhas
...........A Estalar, Vindas da Brasa!!
........Delicie-se Com a Nossa Castanha
................Preserve o Ambiente
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Reparo que o cartucho é duplo, do outro lado mas colado está um vazio. É para as cascas, explica-me. E nele está impresso:

.........................Castanhas
...................Mantenha a Tradição
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Sinto-me defraudada. Estão a gozar conosco. Mas a tradição não era o cartucho bicudo, enrolado na mão e feito de páginas de lista telefónica?
E preservar o ambiente não é reutilizar?
Na Wikipédia pode ler-se "Papel kraft é um tipo de papel fabricado a partir de uma mistura de fibras de celulose curtas e longas, provenientes de polpas de madeiras macias..." Pense-se o resto.
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Eu recebi esse mail que por aí circula e que mostra como a minha geração escapou aos maiores perigos! Não estava lá mas a tinta das listas telefónicas do cartucho com castanhas deve ser um deles.
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Não há pachorra!