quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Ainda as vacinas contra a covid-19

 

254º dia do recomeço do blog


Ainda não estão feitas, aprovadas, estudadas as contra indicações, a logística e mais. Mas até os negacionistas as querem já.




terça-feira, 24 de novembro de 2020

Filme - Mommy, mamã na tradução portuguesa.

 

253º dia do recomeço do blog


Neste estado em que me encontro, aposentada e em confinamento, estou quase sempre em casa. Passei a ver mais filmes na televisão, mais um filme e eventualmente uma série por dia do que antigamente.

A RTP2 dá muito bons filmes, tardios é verdade. Mas como estou por aqui, vejo quase sempre na manhã do dia a seguir.

Hoje vi o Mamã, título original Mommy, de Xavier Dolan, canadense, nascido em 1989, portanto 10 anos mais novo que o meu filho mais novo. Os seus filmes anteriores, porque já fez 5 filmes apesar da idade, têm sido premiados em vários festivais incluindo Cannes.

O que me chamou a atenção foi o título do seu 1º filme, "Eu Matei A Minha Mãe", que não vi. 

Da sua história pessoal li que tinha sido uma criança/jovem hiperactivo e impulsivo. E eu julgo ser possível que esse 1º filme e o que vi hoje serem de alguma maneira partes desse seu problema.

Sabemos que a repetição de temas pelos artistas, que são aqueles a que temos acesso através das suas obras, são sinais de traumatismo psíquico mas também tentativas de os elaborar.

Não vou falar do filme Mamã, filme pesado mesmo para quem trabalhou sempre na área que ele aborda. No entanto no início do filme é apresentado um diagnóstico de Hiperactividade, como já disse. Nunca gostei de rótulos pedopsiquiátricos nas crianças, e no filme vê-se bem como há "tanta coisa" por ali e que ajuda a uma compreensão mais global da situação, nomeadamente a relação familiar muito disfuncional, neste caso com a Mãe viúva e educadora única. Ambos com aspectos depressivos mascarados pela incapacidade de contenção dos impulsos, seguidos de culpabilidade.

O Canadá até tem uma escola de pedopsiquiatria considerada, mas neste filme só se vê o internamento, com uso colete de forças dos antigos e não o químico. E nenhuma outra intervenção. É cinema. Pela forma como acaba o filme, com o jovem a fugir do hospital, certamente para ir procurar a mãe, fica-se com a fantasia que a situação se perpetuará infinitamente. 

segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Uma palavra de tranquilidade aos portugueses?

 

252º dia do recomeço do blog




Estes últimos dias já ouvi o Sr. Presidente da República, o Sr. 1º Ministro e a Sra. Ministra da Saúde falarem nas vacinas contra a covid-19 e situarem-nas para Janeiro.

Não nos esqueçamos que estamos a 23 de Novembro. A seguir será Dezembro e depois Janeiro. Não acredito neste prazo de Janeiro. As vacinas costumam demorar anos para se estudar tudo o relacionado ela, esta está há meses. Que garantias? 

Hoje dei-me ao trabalho de ter uma atenção redobrada para ouvir a Sra. Directora Geral de Saúde responder a uma pergunta sobre as vacinas. Assim:

- Não há uma única vacina, há várias vacinas, que são todas diferentes.

- Feitas com tecnologia diferente e têm indicações diferentes.

- E essas indicações na Europa ainda não foram aprovadas pela agência europeia do medicamento.

- Há pelo menos contratos celebrados com 4 empresas, 2 outras estão em vias de entrarem nesta pool de fornecedores de vacinas.

- Está a ser estudada toda a logística do transporte , rede de frio, local de armazenamento, de distribuição. Depende de onde venha a vacina, de outros países e dentro do nosso país, pontos de armazenamento e postos de distribuição.

- A estudar cada vacina, a quem se destina, a duração da imunidade, quem vai ser elegível para a levar.

- Se a imunidade se aplica apenas à pessoa que a leva, só para ela ou para os seus contactos.

"Uma palavra de tranquilidade aos portugueses."

Tranquilidade? Uma grande incerteza, isso sim!

domingo, 22 de novembro de 2020

O Zoom ajuda

 

251º dia do recomeço do blog


A vida não pode parar. É diferente e julgo que vai ser durante muito tempo. Mas temos de criar soluções, como ontem a Boutique da Cultura fez para rodear a dificuldade/proibição de juntar gente.

Estava marcado o lançamento do livro "Hoje Não Te Posso Abraçar" escrito por Maria Dias e ilustrado por Glória Rosa. Ainda não o tenho nem folheei, vi-o pela net, com capa preta como acharam que o assunto e o momento era adequado.

Era para ser presencial mas a altura não é adequada. Fizeram então por zoom.


Marquei-me com uma bolinha, sentada no meu sofá de orelhas. Cerca de 40 pessoas, ouviram-se as autoras. a Glória que não é uma ilustradora profissional falou um pouco sobre as dificuldades que se lhe levantaram mas também na ajuda que este trabalho lhe deu para este tempo de recolhimento que temos há meses.

E é isso mesmo, temos de nos ocupar, entreter, o tempo parado custa mais.

Foi um bom serão. 

sábado, 21 de novembro de 2020

Sábado, mais um com recolhimento

 

250º dia do recomeço do blog


Mais um fim de semana com regras de confinamento, às 13h fecha tudo, e é hora de recolher. Até às 5h da madrugada. Sobram as farmácias, pequenas mercearias e mais umas outras.

Está um sol lindo! Não fosse isto e estava todos na praia.

Levantei-me mais cedo, peguei no carro e decidi ir ao mercado de Alvalade buscar hortaliça arranjada e talvez peixe. Nem parei o carro! Imensa gente nas ruas, filas para quase tudo, engarrafamento de carros. De regresso a casa passei pelo jardim do Campo Grande. Sem estar atafulhado de gente havia quem corria, jogava ténis, passeava. Muito bom!

Moro numa espécie de condomínio, digo assim porque nenhuma rua no seu interior tem saída, pelo que vem quase quem cá mora ou quem nos visita. Uma tranquilidade enorme. Alvalade está na moda mas aqui está-se muito melhor. Também temos jardim, campo de futsal, parque infantil, uma ciclovia passa pela rua lateral, enfim, os equipamentos necessários. Se quiser passear temos mesmo ao lado restos de quintas, o pulmão de Lisboa que é Monsanto, um bom passeio um pouco mais longe mas que se faz a pá.

Esqueci-me da igreja, a dois passos. Como tenho a janela aberta para entrar o ar e o sol, ouvi agora o sino a dar as horas, 12h, com a música do Ave, Ave, Ave Maria, completa. Uma pessoa sente-se numa aldeia com este sino.

E antes que sejam 13h vou ali ao lado comprar flores à D. Maria do Céu que está sempre ao pé do coreto. Depois do Ave que outro nome podia ela ter ? 




Com a casa enfeitada, estou preparada para aqui ficar por aqui até amanhã.

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

A solidão e o traumatismo. Humor nestes tempos precisa-se!

 

249º dia do recomeço do blog


1 - 9h da manhã, vou à janela e lá está a Lourdes sentada no murinho em que termina o passeio. A seu lado o seu cãozinho de raça, pêlo branco muito bem tratado, sentado a seu lado. Sempre a fazer-lhe festas. Ontem quando fechei a persiana, à noite, também lá estavam. Desde que não chova lá estão. Os dois. A dois passos ficam as escadas da entrada para o prédio do condomínio, classe média alta onde moram. Não vou tirar conclusões mas o sentimento de tristeza está presente em mim.

2 - Chamaram-me a atenção para um filme que passou há dias na RTP2. Fui esta tarde à gravações e pus-me a vê-lo. As Crianças de Windermere. Crianças e adolescentes judeus saídos de campos de extermínio nazis salvaram-se e são levados para Inglaterra. No filme há tentativa de recuperação do traumatismo que têm dentro deles. No centro onde foram colocados há desporto, arte, psicologia grupal etc. Baseado em testemunhos deles, quando adultos. E o futuro que construíram. Muito emocionante. 

Quando comecei a ver estive para desistir. Nesta fase preciso mais de Jerry Lewis, Louis de Funès, e outros cómicos para nos darem outro humor. Mas ainda bem que cheguei ao fim.

quinta-feira, 19 de novembro de 2020

O trabalho e o desencanto

 

249º dia do recomeço do blog

É triste ver hoje a discussão dos médicos novos sobre o trabalho, as condições de trabalho e de remuneração mas também o pensar/desejar a reforma.

O empenho da minha geração, a iniciar o trabalho pouco depois do 25 de Abril, com um mundo inteiro por fazer, era um ânimo que nos dava, um entusiasmo total. Não pensávamos em horário, era quando fosse preciso. Dia e noite se necessário. Sei que não posso generalizar, nem todos. 

Mas éramos respeitadas. O médico, o professor e o padre! E hoje? Trabalham que se fartam, muitos com risco da sua saúde aumentado pela Covid-19, ordenados cortados na crise P. Coelho assim como o pagamento das horas extraordinárias. Os professores, perderam a consideração que por eles tinham, até há pais que lhes batem. Quanto ao cura  há muito mais religiões de porta aberta que havia e não tenho conhecimento de avaliação do apreço que lhes têm. 

Trabalhei 40 anos como médica. Reformei-me nessa base acrescentando a idade exigida e que eu também cumpria. Só comecei a desejar a aposentação uns dois anos antes de a atingir. Até lá sempre disse que iria trabalhar até aos 70 anos, idade limite, o que não cumpri. 

Coitados dos mais novos!